quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Eles não usam Black-Tie

Titio Max Mosley, presidente da FIA, anda falando em dar motor e câmbio padronizado pra todo mundo, algo a ser discutido no próximo “Pacto de Concórdia.” A medida, que seria adotada para reduzir os custos com o desenvolvimento dos bólidos, deixaria todo mundo igualzinho e já gerou polêmica.

Flávio Briatore, chefão da Renault, é o primeiro da lista dos que apóiam a idéia. Pelo regulamento atual, os motores estão com o desenvolvimento a potência "congelados" e não podem receber nenhuma inovação sem a autorização da FIA. Isso gerou uma desvantagem para a Renault, por exemplo, que não possuía um dos propulsores mais poderosos na época do congelamento.
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A situação se torna mais injusta para a montadora francesa quando se olha a situação de equipes-clientes como a Toro Rosso. O time recém-chegado ao olimpo das vitórias não fabrica os próprios motores, apenas os compra da Ferrari, uma das equipes com motorização mais potente do grid. Sem nenhum trabalho específico, a STR consegue um desempenho melhor que o da Renault, que gasta milhões tentando melhorar seu equipamento.

Mas se há uma Renault querendo padronização, do outro lado há a Ferrari querendo manter a estrutura atual. A equipe italiana já se manifestou contrária à medida posta em discussão por Mosley. Ao seu lado, o time vermelho tem toda a tradição da Fórmula-1: tentativas de padronização já foram discutidas em outras épocas, mas jamais foram efetivamente praticadas.
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Particularmente, acho que essa é uma briga difícil para Mosley. Se for mesmo colocada em prática, numa situação hipotética, a padronização vai contrariar não só a Ferrari, mas também McLaren e BMW. Comprar briga com as escuderias mais poderosas do grid pode não ser um bom negócio para o esporte como um todo. Além disso, tentar vestir esse black-tie na F-1 é querer obrigar a categoria a apresentar uma igualdade que ela nunca fez questão de possuir. A diferença de equipamento para equipamento é algo que está na alma da Fórmula-1. Padronizar os carros é retirar boa parte do sentido da existência de equipes tão míticas quanto Ferrari e McLaren.

Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente, o q faz a F1 ser a F1 é a diferenciação dos carros. Talvez Mosley tenha dado uma olhada na Indy, onde (atualmente) todos correm com mesmo motor, chassis e pneus.
Apesar que isso pode mudar para 2011 com novos fornecedores de motores.
Mas enfim, na minha opinião acho que há espaço para na F1 todos usarem 2 ou 3 chassis diferentes. Posso estar errado mas acho q é no desenvolvimento de chassis que se gasta mais dinheiro e não nos motores.

Fábio, eu mudei o endereço do meu blog. Por favor, atualiza o link no seu blog, blz? http://blogdaformulaindy.blogspot.com