Guerra Fria
A briga do campeonato foi exuberante hoje em Monza. Hamilton e Massa travaram uma espécie de “Guerra Fria”: os dois se enfrentaram psicologicamente durante toda a prova, mesmo estando distantes um do outro. Foi uma corrida nervosa para ambos, já que os dois precisavam de ultrapassagens mas também não podiam correr o risco de bater e ficar fora da zona de pontuação.
Massa fez o seu trabalho da forma que foi possível. Enquanto a pista estava muito molhada, na primeira metade da corrida, Felipe fez o que esteve ao seu alcance: conseguiu a ultrapassagem sobre Rosberg de forma brilhante, espremendo a Ferrari entre a Williams de Nico e a zebra (alta, como são as zebras de Monza) da Variante della Roggia. O curioso nesse caso, é imaginar como a F-1 mudou depois da punição sofrida por Hamilton em Spa, semana passada. A manobra de Massa foi, aparentemente, limpa: Felipe não saiu da pista, não tocou o adversário, não fez, enfim, nada de irregular. Mas só a possibilidade de a manobra ser interpretada como “excesso de risco” pelos comissários motivou a Ferrari a instruir Felipe a devolver a posição ao alemão da Williams. No fim da mesma volta, Massa fez prevalecer a superioridade de seu equipamento, e deixou Rosberg para trás.
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Mas quem apavorou em Monza foi Hamilton. O rendimento do inglês não encontrou paralelo na corrida. Com tanque cheio, para fazer uma parada só, Hamilton escalou as posições com rapidez e determinação. A McLaren de Lewis esteve um nível acima de qualquer outro carro, enquanto a pista esteve molhada. E Lewis aproveitou-se da grande performance de seu carro de forma magistral. Não tomou conhecimento de Raikkonen, em teoria, o adversário mais forte que Lewis encontraria no início da prova, e em poucas voltas já estava na zona de pontuação. Tudo bem, correu alguns riscos, como na ultrapassagem sobre Glock, que poderia desencadear outra daquelas investigações dos fiscais de prova. Mas o arrojo de Lewis, assim como o de Felipe é pra ser louvado porque, mesmo com a traumática punição de Spa, Hamilton não alterou sua forma agressiva de pilotar. Melhor para a F-1 e para nós, fãs do esporte.
Na metade da prova, Hamilton parecia caminhar para, no mínimo, um pódio. A McLaren contava com a chuva, e equipou o MP4/23 de Lewis com calçados para chuva forte. Porém, dessa vez a Ferrari acertou a previsão do tempo e a estratégia. A equipe italiana apostou na estiagem e na secagem da pista, e devolveu Massa à pista com pneus intermediários. Hamilton precisou fazer um pit stop extra, e terminou na 7ª colocação, atrás de Massa, o 6º.
O lucro,nesse caso particular, foi de Hamilton. Massa chegou na mesma posição em que largou, mas Lewis deu show, saiu da 15ª e chegou em 7º. Garantiu a liderança do campeonato por um pontinho que pode ser decisivo no fim do ano em Interlagos.
Entre as coisas que o GP Itália definiu, está a superioridade da McLaren com pista molhada e fria. Enquanto Hamilton ultrapassava quem estivesse na frente, Massa e Raikkonen sofriam para levar o F-2008 ao limite. E é bom lembrar que, das 4 corridas que restam, 3 delas foram disputas com chuva em pelo menos um período da prova nos últimos anos (Xangai, Fuji e Interlagos). Teórica vantagem para a McLaren, que, considerando apenas o critério “temperatura”, deve se dar bem em Cingapura, a primeira corrida noturna da F-1. Na ausência de luz solar, a temperatura da pista deve ser mais baixa que o habitual.
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2 comentários:
Massa precisa abrir o olho com Hamilton, pois o britânico está sendo mais completo que o brasileiro. Massa não foi mau, mas também não foi genial, apenas deu pro gasto, como se costuma dizer.
E esses dados do último parágrafo devem preocupa-lo ainda mais.
É isso aí, Cristiano. Estive lendo algo desse gênero hoje, acho que foi no Capelli. Hamilton é mais completo que Massa, especialmente no molhado.
Mas, acho que há de se perceber que o inglês está num carro que rende muito mais que o de Felipe. É visível a superioridade da McLaren na chuva.
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