quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A mesma praça, outro jardim: Itália 2007

A Ferrari chegou à Monza ano passado sem muito o que comemorar. Enquanto as duas McLaren monopolizavam a briga pelo título, Massa e Raikkonen estavam muito atrás na tabela e, aparentemente, davam adeus à disputa. Os 4 “titãs” chegaram ao GP Itália na seguinte situação: Hamilton com 84 pontos, Alonso com 79, Massa dez pontos atrás com 69 e Raikkonen colado no brasileiro com 68.

A expectativa para a prova era de um domínio da Ferrari, com sua tão falada “maior distância entre-eixos” no F-2007, que lhe proporcionaria melhor rendimento em circutos de alta velocidade como Monza. Porém, a McLaren, de forma deselegante, aprontou uma senhora surpresa na casa da rival. Fez a 1ª fila do grid de largada com certa facilidade. Alonso era o 1º, Hamilton o 2º e Massa apenas o 3º. Raikkonen numa decepcionante 5ª posição dava pinta de estar com a estratégia de apenas uma parada.

No domingo, grande expectativa da torcida italiana, ansiosa pela recuperação da scuderia. Na largada, Massa até que tenta, e consegue a 2ª posição, mas a deixa escapar na Variante del Rettifiglio, a 1ª chicane o traçado. Hamilton, entretanto dá uma cortadinha na variante (o garoto tem, de certo, algum tipo de problema com essa espécie de curva), mas a direção de prova não vê problemas na manobra, até porque Hamilton já havia concluído a ultrapassagem sobre Massa. Raikkonen, por sua vez, dá o bote em Heidfeld, que largara em 4º e assume a posição.
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Na 2ª volta o Safety Car é acionado. David Coulthard sofre um acidente na saída da Curva Grande, que sucede a 1ª variante. O escocês perdeu a asa traseira e passou reto, batendo no muro de proteção. Apesar da aparente intensidade da batida, Coulthard saiu do carro ileso. A corrida prosseguiu na volta 5, e as McLaren abriam distância cada vez maior para as Ferrari. As coisas ficaram ainda piores para os tiffosi quando Felipe Massa abandonou na volta 10, com um problema na suspensão traseira da Ferrari. Com a saída prematura de Massa, restava a Kimi Raikkonen o papel de honrar a anfitriã Ferrari na corrida. E o finlandês tentou. Como era esperado, Kimi estava com a estratégia de apenas uma parada, tentando surpreender Alonso e Hamilton. Contra Hamilton e tática deu certo, mas Raikkonen não conseguiu alcançar Alonso, em grande forma com sua McLaren número 1. No entanto, a 2ª colocação de Kimi não estava garantida.

Na volta 42 do Grande Prêmio da Itália, a temporada 2007 assistiu a um de seus grandes momentos. No final da reta principal, Hamilton armou um bote totalmente inesperado: retardou a freada, tirou de lado, deixou o MP4/22 escorregar na primeira perna da Variante del Rettifiglio, travou os pneus dianteiros e ultrapassou o F-2007 de Kimi de forma sensacional, para infelicidade da massa rubra presente no autódromo de Monza. Foi, junto com o duelo Massa X Kubica em Monte Fuji, o melhor lance do ano de 2007. Falou-se depois que Kimi não estava em sua melhor forma, devido ao acidente que sofreu nos treinos de sexta-feira, na reta que antecede a Variante Ascari. Talvez. Mas isso não desmerece em nenhum milímetro o grande feito de Lewis.

No mais, Alonso guiou com tranqüilidade até o final e venceu o GP Itália sem grandes dificuldades. Hamilton completou a dobradinha da McLaren na casa da sua maior rival, a Ferrari, que teve de se contentar com o 3º lugar de Raikkonen. O campeonato saía de Monza dividido entre Hamilton (92 pontos) e Alonso (89 pontos). Raikkonen, com 84, ainda tinha chances, mas era considerado uma grande zebra. Massa, empacado nos 69 pontos, dava adeus à briga pelo título e, a partir dalí, se assumiria como escudeiro de Raikkonen. Restavam 4 corridas para o fim da temporada e a F-1 se dividia entre a expectativa pelo 1º título de um estreante e o tricampeonato do maior campeão da atualidade. Esqueceram-se do acaso, do imponderável e da redundante, porém, célebre frase: “o jogo só acaba, quando termina."
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Resumo da corrida, na narração de Galvão Bueno e nos comentários de Reginaldo Leme:

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