sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Rojão de R$ 0,10

A bomba era rojão! A tal matéria do jornal espanhol As que garantia Alonso na Ferrari em 2010 ou até mesmo em 2009 começa a ruir. A "bomba" foi desarmada pelo chefe do esquadrão anti-explosivos Luca di Montezemolo (que também responde pelo cargo de presidente da Ferrari).


Questionado sobre a permanência de Raikkonen na equipe em 2009, Montezemolo foi curto e grosso: "Sim, absolutamente." Enfim, nada de surpresas, afinal era esse mesmo o contrato de Kimi! Mas serve para provar o quanto de especulação infundada rola na imprensa européia.

1 - 2 - 3 - Testando (Monza)

Desde quarta-feira as equipes estiveram no circuito italiano de Monza, testando as configurações para as duas próximas etapas do mundial. Confira os melhores tempos de cada dia:

Quarta, 27/08:

1. Felipe Massa (Ferrari) 1min23s428
2. Heikki Kovalainen (McLaren) 1min23s439
3. Nico Rosberg (Williams) 1min23s461
4. Sebastian Vettel (Toro Rosso) 1min23s691
5. Rubens Barrichello (Honda) 1min23s827
6. Mark Webber (Red Bull) 1min24s005
7. Nick Heidfeld (BMW) 1min24s075
8. Vitantonio Liuzzi (Toro Rosso) 1min24s239
9. Jarno Trulli (Toyota) 1min24s510
10. Nelsinho Piquet (Renault) 1min24s546

Quinta, 28/08:

1. Nick Heidfeld (BMW) 1min22s621
2. Nico Rosberg (Williams) 1min22s879
3. Heikki Kovalainen (McLaren) 1min23s341
4. Sebastian Vettel (Toro Rosso) 1min23s424
5. Felipe Massa (Ferrari) 1min23s445
6. Fernando Alonso (Renault) 1min23s606
7. Adrian Sutil (Force India) 1min23s823
8. Mark Webber (Red Bull) 1min23s936
9. Jarno Trulli (Toyota) 1min24s158
10. Sébastien Bourdais (Toro Rosso) 1min24s311
11. Rubens Barrichello (Honda) 1min24s695
12. Jenson Button (Honda) 1min25s049

Sexta, 29/08:

1. Lewis Hamilton (McLaren) 1min22s967
2. Kimi Raikkonen (Ferrari) 1min23s371
3. Giancarlo Fisichella (Force India) 1min23s632
4. Kazuki Nakajima (Williams) 1min23s634
5. David Coulthard (Red Bull) 1min23s737
6. Fernando Alonso (Renault) 1min23s820
7. Sébastien Bourdais (Toro Rosso) 1min23s865
8. Timo Glock (Toyota) 1min23s897
9. Robert Kubica (BMW) 1min24s089
10. Jenson Button (Honda) 1min24s321

Notinhas italianas:

- O mais rápido da semana? Surpresa: Nick Heidfeld, o mais cotado para perder o emprego na BMW! Talvez o puxão de orelha do Mário Theissen no meio da semana tenha servido para alguma coisa;

- BMW e McLaren andando bem, Ferrari ficando acima da barreira do 1min23s. Isso quer dizer alguma coisa? Quem sabe. Creio que não, afinal, treino é treino, jogo é jogo;

- Talvez o lance mais palpitante da semana tenha sido o 3º tempo do Fisichella hoje, com a Force India. Os ares de casa devem ter feito bem ao italiano.

Campeão no além

Phil Hill, o único piloto nascido nos EUA que foi campeão de um mundial de F-1, morreu ontem, aos 81 anos, na Califórnia. O ex-campeão sofria de Mal de Parkinson.

O americano Philip Toll Hill Jr. estreou na Fórmula-1 em 1958. No mesmo ano obteve destaque ao vencer as 24 Horas de Le Mans, feito que conseguiu repetir por mais três vezes. Três, aliás é o número de vitórias que Hill conquistou na Fórmula-1, a primeira delas (assim como as outras duas) pela Ferrari no GP Itália de 1960. Em 1961, o norte-americano sagrou-se campeão e associou definitivamente seu nome ao da escuderia italiana.

No fim de 1966 Hill abandonou a F-1, mas continou correndo em outras categorias por mais um ano. No fim de 67 terminou sua carreira de piloto.

Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, manifestou pesar pela morte do campeão: "Eu, como todos os funcionários da Ferrari, estamos extremamente tristes com a notícia da morte de Hill, um homem e um campeão que deu tanto para a Ferrari e que sempre representou os valores da companhia dentro e fora da pista. Nós sempre mantivemos contato ao longo dos anos e sei que vou sentir falta de sua paixão e de seu amor pela Ferrari."
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Mesmo depois de aposentado, Hill não deixou de se envolver com o mundo da F-1. Passou anos trabalhando para uma revista especializada e era frequentemente visto no paddock. Com fama de "gente boa", era uma daquelas figuras bem vistas por todos, mesmo no mundo de cobras venenosas que é a F-1.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

1 é 2; 2 é 1

Enfim a Ferrari começa a dar sinais de que um dos dois pilotos terá a preferência nas estratégias de equipe. Com 6 corridas para o fim e com Hamilton 6 pontos a frente do ferrarista mais bem classificado, Stefano Domenicali, chefe da equipe, disse em entrevista que "se necessário, Raikkonen ajudará Massa."

Segundo Domenicali, os pilotos e a equipe já haviam conversado a esse respeito desde o início do ano. Como ficou claro desde a saída de Schumacher, Jean Todt e Ross Brawn, a Ferrari alterou seu "modus operandi". Se há alguns anos a equipe era totalmente voltada a um só piloto (no caso, Schumi), hoje os dois integrantes do time recebem o mesmo tratamento até deteminado momento do campeonato. Quando a temporada se aproxima do final e se torna claro que os esforços precisam se concentrar em apenas um deles, o que está com vantagem na tabela é o escolhido.

E que fique claro: Domenicali não afirmou que a Ferrari vai trabalhar para Massa a partir da próxima etapa, em Spa. O italiano apenas cogitou a idéia e, claro, deixou Raikkonen de sobreaviso. E a notícia, aliás, é um tapa de luvas em quem duvidou que a equipe iria preterir Raikkonen apenas pelo fato de o finlandês ser o campeão do mundo. Parte da imprensa foi por esse caminho, acreditando que, por Raikkonen ser o primeiro campeão pós-Schumacher na Ferrari, a equipe passaria a tratá-lo como tratava o alemão. Talvez se Raikkonen aproveitasse a atual temporada para se impôr perante Massa isso realmente acontecesse. Mas Kimi deu ao brasileiro a chance de se reerguer depois da fraca temporada do ano passado.

Raikkonen, por fim, mostra que ganhar um título em um ano não é garantia de nada para o futuro. Num esporte tão competitivo como o automobilismo, ser o campeão ou não faz pouca diferença. De que adiantará o número #1 no bico da Ferrari de Raikkonen se Massa, o número #2, passar a ser o homem da equipe na briga pelo título?

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

La Bomba - El Regreso

E eu ontem falando dos italianos... Sim, porque se há um outro lugar em que os jornais gostam de lançar "bombas" para turbinar as vendas, esse lugar chama-se Espanha. E dessa vez foi o esportivo As que divulgou a explosiva (porém, requentada) notícia: Alonso estaria de contrato assinado com a Ferrari para 2010.

E não pára por aí. De acordo com o As, Alonso pode migrar de equipe já no próximo ano. Segundo o diário espanhol, se Raikkonen continuar a apresentar resultados ruins seu contrato será rescindido ao final da atual temporada e o caminho ficará livre para o bicampeão se juntar a Felipe Massa na escuderia italiana já em 2009.

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Vocês notam que nós, latinos que somos, adoramos uma fofoquinha, né? Pois é, mas o assunto acima não é novo. Ele foi levantado mês passado por um outro jornal europeu, o Sport Bild, da Alemanha, como vocês podem ver clicando aqui. É a prova de que falar sobre a vida alheia e enxergar verdades onde apenas existem suspeitas é um vício que não distingue etnia nem origem.

Eu, sinceramente, fico achando que tudo não passa de jornalista querendo dar uma de Mãe Diná. Mas...

Para deixar as cucas ainda mais quentes e especulativas, uma foto casual tirada no último fim-de-semana em Valência...


terça-feira, 26 de agosto de 2008

Europa - Memories

Hoje, sim!

Edição 2002 do GP Europa, na pista de Nürburgring, Alemanha.



A corrida foi movimentada. Num ano em que a Ferrari deitou e rolou, o gird de largada era atípico. Primeira fila da Williams com Montoya em 1º e Ralf Schumacher em 2º. Ferrari só em 3º com Michael Schumacher e 4º com Barrichello.

As emoções começaram logo na largada. A dupla da Williams se enroscou na luta pela ponta e quem se deu bem foi Barrichello, que pulou do 4º para o 2º lugar, enquanto Ralf Schumacher alcançava a liderança. Mas a alegria do alemão durou pouco. Ainda na primeira volta o brasileiro deu o bote e pulou na ponta.

Enquanto isso o Schumacher "de verdade", o da Ferrari, ficou com o que restou: a 4ª posição. Mas como o bom Schumacher que ele era, partiu para cima das Williams e em poucas voltas já estava em 2º, deixando para trás o irmão Ralf e o colombiano Montoya. Enfim, restava superar o companheiro e navegar sem mais problemas rumo à vitória. Mas daquela vez a história seria um pouco diferente.

Depois de superar as Williams, Schumacher até que tentou, mas não conseguiu acompanhar o ritmo de Rubinho. No momento em que os dois estiveram mais juntos, talvez para que ocorresse uma manobra de troca de posição, Schumacher cometeu um erro, rodou e a diferença se tornou muito grande, impossibilitando qualquer espécie de jogo de equipe. E talvez a Ferrari não quis correr o risco.

Naquele ano a equipe havia sofrido grandes críticas por causa da manobra do GP Áustria, a célebre corrida em que Barrichello cedeu a vitória para Schumacher a 50 metros da linha de chegada e que ainda estava fresca na memória de todo mundo. Em Nürburgring o campeonato ainda não estava decidido, mas Schumacher era dono de uma grande vantagem na tabela. Sem as interferências da equipe, Barrichello continuou rápido, fez o segundo pit stop sem maiores problemas e venceu a segunda corrida de sua carreira, com Schumacher em segundo, fazendo uma dobradinha da Ferrari (a primeira com Barrichello na frente), para a alegria dos tiffosi.

Papel volátil

Ah, os italianos! Honram com louvor e orgulho o sangue latino. Quentes, viscerais, absolutamente passionais. E como a torcida, a imprensa italiana se comporta latinamente. Basta perceber a diferença de tratamento que foi dispensada a Massa do início do ano até aqui.

Depois das provas de Melbourne e Sepang as folhas italianas desembestaram a especular sobre o futuro de Massa. Nomes como os de Alonso, Kubica e até do alemãozinho Vettel passaram a ser considerados. Enquanto Massa era espinafrado, Kimi era exaltado. Mas a lua de mel com o finlandês (o primeiro campeão pela "scuderia" desde Schumacher) durou pouco.

Depois do GP Mônaco, quando Raikkonen sofreu uma grande queda em seu nível competitivo, as situação se inverteu. Quem era cotado para ficar, agora sofre com as mesmas especulações sobre fim de contrato. E acompanhando a volatilidade da imprensa, a torcida italiana também já virou a folha. Antes dos gp's Hungria e Europa, era Raikkonen o preferido para brigar pelo título. Depois das duas grandes exibições de Massa, o brasileiro passou a ser o queridinho para lutar com Hamilton. Fala-se até em tornar Felipe o piloto com prioridade na briga pelo campeonato.


Um chavão conhecido dos fãs de F-1 diz que "um piloto é tão bom quanto o desempenho em sua última corrida." Portanto, até Spa, pelo menos, a torcida e a imprensa italiana viverá entre beijos e beijos com Massa. Se o resultado na etapa belga não for muito bom começarão (de novo) os tapas. Os italianos, com seu sangue latino e volúvel, provam que o papel que é encadernado na folhas dos jornais da terra da botinha é extremamente volátil

"Alonso! Alonso!"

Como é de costume as terças, já está no ar a Coluna do Fábio Andrade no site EsporteZone, do amigo Deivison Conceição. E essa semana foi marcada por mais uma demonstração de paixão dos espanhóis por Fernando Alonso. Mas, afinal, como um país inteiro pode estar hipnotizado por um cara tão "sem graça" como o Alonso?

Respostas na coluna. Leia , comente aqui.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Vale a pena?

As duas quebras de motor em duas corridas consecutivas levam a Ferrari a considerar o uso de um coringa na próxima etapa, em Spa na Bélgica. Segundo o vencedor da etapa européia, Felipe Massa, a equipe está estudando o uso de um novo motor para a Ferrari número 2, preocupada com a durabilidade do composto. O maior problema da pista belga é que em seu traçado o propulsor é obrigado a trabalhar em altas rotações por mais da metade da volta, ocasionando itenso desgaste.

Ok, ok. O leitor deve estar se perguntando se eu esqueci a regra que define que se o motor não for usado em duas corridas o piloto sofre uma punição de 10 posições no grid da próxima prova. Não, não esqueci. É que este ano o regulamento permite que a primeira troca seja feita sem nenhum ônus. E se a troca do motor de Massa vier a acontecer será a primeira.

A questão é: vale a pena fazer a troca? O questionamento surge porque as próximas duas etapas são as mais duras para os motores. As pistas de Spa-Francorchamps (Bélgica) e Monza (Itália) são as mais exigentes, por serem de altíssima velocidade. A direção técnica da Ferrari vai ficar entre a cruz (que é fazer a troca e temer que o motor não aguente as duas etapas mais exigentes do ano para os propulsores) e a espada (que é não trocar e continuar a temer que o equipamento sofra com os problemas de confiabilidade). Afinal, se os motores não resistiram às pistas de Hungaroring e Valência (que não estão entre as mais exigentes do calendário), por que resistiriam a Spa e Monza?

E há um dado: Massa pode optar pela troca, Raikkonen não. O finlandês já teve a primeira troca realizada após a corrida de Magny-Cours, quando o problema no escapamento de sua Ferrari motivou a escuderia e equipá-lo com um novo propulsor. A sorte de Kimi é que a corrida de ontem era a segunda de seu motor e a troca era inevitável. Ele não será punido no GP Bélgica, mas terá que, obrigatoriamente, correr com o mesmo motor em Spa e Monza.
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domingo, 24 de agosto de 2008

Carteirada às avessas

Dez mil euros fariam falta a você? Certamente, e é essa a quantia que Felipe Massa terá de desembolsar por causa do incidente em que se envolveu com Adrian Sutil, da Force India. A história é um tanto quanto besta: na saída de seu segundo pit stop, Massa não foi avisado de que Sutil também trafegava pelo pit lane e os dois dividiram perigosamente a área dos boxes. No fim das contas, Sutil, que era retardatário, saiu a frente de Felipe.

A penalidade me parece muito pesada para um caso, que segundo o própiro Felipe, "acontece muitas vezes na Fórmula-1".

Claro, 10 mil euros não são nada para quem recebe milhões de dólares anualmente da Ferrari. Mas não é um contracenso obrigar o vencedor da corrida a desembolsar uma grana dessas??

Pra quem não viu, ta aí o vídeo:

Tabela 2008, após 12 etapas

GP Europa, após 57 voltas:


01
Felipe Massa
Ferrari
01h35m32s339

02
Lewis Hamilton
Mclaren-Mercedes
+00m05s611

03
Robert Kubica
Bmw Sauber
+00m37s353

04
Heikki Kovalainen
Mclaren-Mercedes
+00m39s703

05
Jarno Trulli
Toyota
+00m50s684

06
Sebastian Vettel
Toro Rosso
+00m52s625

07
Timo Glock
Toyota
+01m07s990

08
Nico Rosberg
Williams
+01m11s457

09
Nick Heidfeld
Bmw Sauber
+01m22s177

10
Sebastien Bourdais
Toro Rosso
+01m29s794

11
Nelsinho Piquet
Renault
+01m32s717

12
Mark Webber
Red Bull
+1 volta

13
Jenson Button
Honda
+1 volta

14
Giancarlo Fisichella
Force India
+1 volta

15
Kazuki Nakajima
Williams
+1 volta

16
Rubens Barrichello
Honda
+1 volta

17
David Coulthard
Red Bull
+1 volta

18
Kimi Raikkonen
Ferrari
+12 voltas

19
Adrian Sutil
Force India
+16 voltas

20
Fernando Alonso
Renault
+56 voltas

Classificação Geral de Pilotos, após 12 etapas:


01 - Lewis Hamilton (McLaren) - 70
02 - Felipe Massa (Ferrari) - 64
03 - Kimi Raikkonen (Ferrari)- 57
04 - Robert Kubica (BMW)- 55
05 - Heikki Kovalainen (McLaren) - 43
06 - Nick Heidfeld (BMW) - 41
07 - Jarno Trulli (Toyota) - 26
08 - Fernando Alonso (Renault) - 18
09 - Mark Webber (RBR) - 18
10 - Timo Glock (Toyota) - 15
11 - Nelsinho Piquet (Renault) - 13
12 - Rubens Barrichello (Honda) - 11
13 - Nico Rosberg Williams) - 9
14 - Sebastian Vettel (STR) - 9
15 - Kazuki Nakajima (Williams) - 8
16 - David Coulthard (RBR) - 6
17 - Jenson Button (Honda) - 3
18 - Sebastien Bourdais (STR) - 2
19 - Giancarlo Fisichella (Force India) - 0
20 - Takuma Sato (Super Aguri) - 0
21 - Anthony Davidson (Super Aguri) - 0
22 - Adrian Sutil (Force India) - 0

Classificação Geral de Equipes, após 12 etapas:


01 - Ferrari - 121
02 - Mclaren-Mercedes - 113
03 - Bmw Sauber - 96
04 - Toyota - 41
05 - Renault - 31
06 - Red Bull - 24
07 - Williams - 17
08 - Honda - 14
09 - Toro Rosso - 11
10 - Force India - 0
11 - Super Aguri - 0

Europa - Results & Coments [8]

Mil voltas e voltas que dei

A Fórmula-1 é feita de voltas. São voltas e mais voltas que definem o resultado de uma corrida. Para irritação de alguns, que não vêem graça em assistir 20 carros passando pelo mesmo lugar mais de 50 vezes durante uma corrida. Mas são as voltas que o mundo dá que estão movimentando o mundial desse ano.

Felipe Massa venceu o GP Europa. Foi seu 9º triunfo na F-1, o que o iguala a Rubens Barrichello em número de vitórias. Foi uma vitória tranquila, sem grandes contratempos, quase de ponta a ponta. Para sorte de Massa o incidente com Adrian Sutil não resultou na entrada do Safety Car, o que poderia comprometer sua liderança. Com a vitória na corrida de estréia do gp valenciano, Massa entra para a história como o primeiro vencedor da pista de rua espanhola. Graças este feito, Massa também repete outra marca de Rubens Barrichello, vencedor do primeiro GP China em 2004.

Massa está provando com fatos a boa fase e o amadurecimento que vive. Suas performances estão sendo mais constantes e mais proveitosas do que as de seu companheiro Kimi Raikkonen. Até quando não marca pontos, como na Hungria, Massa dá amostras de que está pilotando mais do que Kimi. E foi com tranquilidade que Felipe venceu, convenceu e assumiu a vice-liderança do campeonato de pilotos. A vitória hoje em Valência ganha contornos de redenção após o cruel abandono em Hungaroring, com apenas 3 voltas faltando para o final.

Massa foi tão superior que Hamilton parece ter se resignado a apenas levar o carro ao final da prova. E, como eu havia dito ontem, o inglês não precisava arriscar, levando em consideração que a distribuição de pontos privilegia a regularidade. Hamilton foi corretíssimo ao fazer uma corrida apenas para se manter na liderança do mundial. Faturou 8 pontos e está com uma folga de 6 para Massa.

A figuraça do fim-de-semana foi Kimi Raikkonen. Para coroar o péssimo momento do campeão no campeonato, a corrida de Valência foi daquelas para esquecer. Kimi cometeu um erro infantil no pit lane de Valência, acelerou antes de receber a autorização e derrubou um mecânico da Ferrari. Fora os erros do piloto, a Ferrari de Raikkonen apresentou outro problema no motor e deixou o campeão a pé. É hora da equipe de Maranello prestar mais atenção no quesito confiabilidade do motor do F-2008. Segunda quebra consecutiva do propulsor dos italianos, num carro que era apontado como mais confiável do que o antecessor, F-2007.
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Raikkonen corrobora a tese de que não está bem. Seu campeonato é discreto e muitos dos pontos que o finlandês possui na tabela são resultado da sorte. Só que sorte não dá as caras todo dia. Depois de um bom início de ano, em que deu show em Massa e conquistou duas vitórias quase consecutivas, Raikkonen mergulhou em sucessivos maus resultados. Fica, agora, para trás de Massa no momento em que se torna imperativo que a Ferrari escolha um dos dois pra lutar com Hamilton pelo título. Com 13 pontos de desvatagem para o inglês, Kimi pode estar dando adeus as suas chances de ser bicampeão mundial.

Europa - Results & Coments [7]

Monotonia valenciana

Pista efusivamente elogiada, longas retas, tangências em alta velocidade, uma ponte e uma paisagem paradisíaca. E tudo isso de nada valeu. O GP Europa, ao contrário da expectativa, foi extremamente monótono. Salvo alguns momentos de stress coletivo como na largada que vitimou Fernando Alonso, para tristeza do público presente, ou na saída dos boxes, onde o líder da prova Felipe Massa dividiu a pista nervosamente com Adrian Sutil. Fora isso, poucas ultrapassagens e um gp morno.

Entre os destacáveis da prova, Robert Kubica. O polonês saiu da seqüência de resultados ruins e voltou ao pódio. O resultado prático para o polonês é a redução da diferença na tabela de classificação. Kubica está agora a apenas 2 pontos do campeão do mundo, Kimi Raikkonen da Ferrari.

Timo Glock também fez grande corrida. O alemão, largando da 13ª posição, cruzou a linha de chegada na 7ª colocação. Glock confirma a boa fase que vive desde o acidente sofrido em Hockenheim. De lá pra cá, Timo conquistou 10 pontos, um desempenho extremamente positivo para um piloto de uma equipe chamada "média".


Sebastian Vettel é outro que tem o que comemorar. 6º na classificação ontem, 6º na corrida hoje, o alemãozinho vai se firmando como um dos grandes destaques do ano. O resultado de Vettel é ainda mais positivo quando se leva em conta que sua equipe, a Toro Rosso, é uma espécie de "filial" da Red Bull. E hoje em Valência a matriz andou muito pior que a filial. Enquanto Vettel (6º) e Bourdais (10º) andaram bem, Webber (12º) e Coulthard (17º) ficaram uma volta atrás dos líderes. Confirmaram que a RBR não se achou em Valência.

Os outros brasileiros passaram em branco. Piquetzinho foi o 11º e Barrichello foi penúltimo. Renault e Honda são outras duas equipes que não sentirão saudade da pista de rua espanhola.

sábado, 23 de agosto de 2008

Europa - Results & Coments [6]

Era isso que eu estava esperando: um vídeo onboard de um F-1 na pista de Valência. Acompanhem Robert Kubica, de BMW, na pista espanhola:


Chama a atenção a quantidade de curvas do traçado. A pista é excessivamente sinuosa mas não é travada. E é por isso que parece ser tão divertido pilotar em Valência. Há muitas curvas em que o piloto chega pendurado, com o carro lançado em alta velocidade. Tangências feitas acima dos 200 Km/h, para um lado, para outro... Muito diferente dos circuitos de rua tradicionais.

Além disso há o retão, onde se chega aos 315 Km/h. E fechando a volta, a última freada é desafiadora. O breque é forte e é feito com o volante curvado, deixando o carro na iminência de sair da pista. Fantástico!

A pista tem tudo para virar tradição e permanecer muitos anos no calendário. Finalmente o Bernie Ecclestone deu uma dentro.

Europa - Results & Coments [5]

Briga boa na 1º fila

Enfim, a briga pela pole se resumiu a Massa e Hamilton. São, na verdade, os dois que disputam o campeonato. A tabela não reflete isso porque Raikkonen, apesar de sonolento, não está morto. E o grid de largada para a corrida de amanhã é retrato do campeonato.

Massa foi soberano no Q3. Em especial no 1º trecho, 3 décimos melhor do que qualquer outro piloto. Felipe pôs meio segundo em Raikkonen e deixa a direção da Ferrari em um difícil paradoxo: há um piloto campeão do mundo,mas que não está em um bom ano. De outro lado, há um ainda aspirante a campeão, mas que está em grande fase. E enquanto a equipe não opta por um dos dois, a rival McLaren de Hamilton tem a chance de disparar no campeonato.

Hamilton, o 2º, até que tentou, mas no final prevaleceu a superioridade que a Ferrari apresentou durante todo o fim-de-semana em Valência. Claro, o inglês tem grandes chances, ainda mais com a atual distribuição de pontos, que privilegia a regularidade. Um pódio já é um bom resultado para o afilhado de Ron Dennis.

Kovalainen, como quase sempre, apagado. O mais novo vencedor da F-1 larga em 5º amanhã. Melhor desempenho teve seu compatriota, Kimi Raikkonen (mas nem foi tão melhor assim). Com o 4º lugar, Raikkonen corre o risco de ser ultrapassado por Massa na tabela, justamente nesse momento crucial do campeonato. E pra dizer a verdade, se isso acontecer se fará justiça.

Não é patriotada nem histeria nacionalista. Nao sou fã desse tipo de comportamento. Mas com 11 etapas realizadas fica claro que Massa faz, em 2008, um trabalho melhor que o de Kimi. Em especial depois do GP Hungria, a F-1 se deu conta de que Massa está cada vez mais encontrando o equilíbrio entre o arrojo e a inteligência. Raikkonen, por sua vez, faz um campeonato apagado, principalemente na 2ª metade. Falta-lhe, acima de tudo, desempenho nas classificações. Senna, um dos gênios desse esporte, dizia: "é na classificação que se evocam todas as qualidades de um grande piloto". O campeão Raikkonen, definitivamente, anda deixando a desejar.

Porém, lembrem-se: há risco de chuva e a pista é de rua. Portanto, existe a grande possibilidade de a sorte ser o fiel da balança do GP Europa. E de sorte o Raikkonen entende.
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Grid de largada para o GP Europa 2008:

01
Felipe Massa
Ferrari
01m38s989
02
Lewis Hamilton
Mclaren-Mercedes
01m39s199
03
Robert Kubica
Bmw Sauber
01m39s392
04
Kimi Raikkonen
Ferrari
01m39s488
05
Heikki Kovalainen
Mclaren-Mercedes
01m39s937
06
Sebastian Vettel
Toro Rosso
01m40s142
07
Jarno Trulli
Toyota
01m40s309
08
Nick Heidfeld
Bmw Sauber
01m40s631
09
Nico Rosberg
Williams
01m40s721
10
Sebastien Bourdais
Toro Rosso
01m40s750
11
Kazuki Nakajima
Williams
01m38s428
12
Fernando Alonso
Renault
01m38s435
13
Timo Glock
Toyota
01m38s499
14
Mark Webber
Red Bull
01m38s515
15
Nelsinho Piquet
Renault
01m38s744
16
Jenson Button
Honda
01m38s880
17
David Coulthard
Red Bull
01m39s235
18
Giancarlo Fisichella
Force India
01m39s268
19
Rubens Barrichello
Honda
01m39s811
20
Adrian Sutil
Force India
01m39s943

Europa - Results & Coments [4]

O acima da média (de novo!)

No meio do grid, um monte de gente: Nakajima (11º) e Rosberg (9º) cumpriram a promessa de evolução da Williams. Trulli, deu trabalho com sua Toyota, chegando a liderar o Q2. Ficou com o 7º lugar. No mais, Glock é 13º e Heidfeld é 8º.

Enquanto isso Kubica, mais uma vez, deu um jeito de andar muito mais que o companheiro. Fez o 3º tempo e se pôs entre as Ferrari e as McLaren. Com a chance de chuva e a possibilidade de um Safety Car, o polonês está na briga. E é bom lembrar: de zebra ele entende.

Europa - Results & Coments [3]

Euforia espanhola

Assistindo ao treino ao vivo pela internet, pôde-se ter a dimensão do que Fernando Alonso significa para os espanhóis. A torcida, absolutamente apaixonada pelo ídolo da velocidade, saudava o bicampeão a cada passagem do Renault número 5. Mas não era uma saudação ensaiada, estimulada por animadores de torcida ou pela organização do evento. Era uma manifestação autêntica e eufórica de um povo que nunca teve um campeão na F-1 (e nem se importava com isso. Antes do fenômeno Alonso as transmissões sequer eram transmitidas ao vivo na Espanha) e hoje tem o maior piloto em atividade na categoria. O frisson que Alonso causa na Espanha é comparável ao que Mansell causava na Inglaterra ou ao que Senna provocava no Brasil.


Mas nem toda a empolgação da torcida espanhola foi suficiente para fazer a Renault ir ao Q3. Alonso ficou com o 12º lugar e Nelsinho Piquet com o 15º. O curioso é notar que, possivelmente, a Renault foi impedida de ir a Superpole graças ao bom desempenho da STR em Valência.

A Toro Rosso é a grande surpresa dessa etapa da F-1. Andou bem desde a sexta-feira, sempre incomodando a Ferrari, e hoje a equipe chegou a liderar o Q2 com Vettel. No final das contas, Bourdais larga em 10º e Vettel em 6º.

Europa - Results & Coments [2]

Rabeira

Definitivamente a Honda não se achou na pista de Valência. Depois de Button ter feito o 3º tempo nos treinos livres de ontem, hoje a equipe nipônica caiu logo no Q1. Button larga em 16º e Barrichello em 19º, na última fila. A única equipe além da Honda a ter dois carros fora logo no Q1 é a Force India.

É o que restou à Honda: brigar para não ficar com a última posição.

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Ainda entre os que foram nocauteados no Q1, David Coulthard. O escocês, assim como na sexta-feira, não andou bem e ficou com o modesto 17º lugar. A RBR é outra equipe que não se adaptou ao traçado urbano de Valência. Mark Webber, companheiro de David, ficou apenas com a 14ª posição.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Europa - Results & Coments [1]

Treinos de sexta, os melhores tempos do dia:


1 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 1m39s477 (57 voltas)

2 - Fernando Alonso (Renault) - 1m39s497 (70)

3 - Jenson Button (Honda) - 1m39s546 (64)

4 - Felipe Massa (Ferrari) - 1m39s678 (58)

5 - Lewis Hamilton (McLaren-Mercedes) - 1m39s712 (52)

6 - Heikki Kovalainen (McLaren-Mercedes) - 1m39s954 (53)

7 - Timo Glock (Toyota) - 1m39s967 (59)

8 - Robert Kubica (BMW Sauber) - 1m40s149 (59)

9 - Nelsinho Piquet (Renault) - 1m40s439 (64)

10 - Sebastian Vettel (STR-Ferrari) - 1m40s496 (65)

11 - Giancarlo Fisichella (Force India-Ferrari) - 1m40s500 (58)

12 - Mark Webber (RBR-Renault) - 1m40s585 (48)

13 - Nico Rosberg (Williams-Toyota) - 1m40s607 (56)

14 - David Coulthard (RBR-Renault) - 1m40s696 (46)

15 - Kazuki Nakajima (Williams-Toyota) - 1m40s742 (60)

16 - Jarno Trulli (Toyota) - 1m40s877 (59)

17 - Adrian Sutil (Force India-Ferrari) - 1m40s999 (55)

18 - Nick Heidfeld (BMW Sauber) - 1m41s084 (58)

19 - Sebastien Bourdais (STR-Ferrari) - 1m41s099 (69)

20 - Rubens Barrichello (BRA/Honda) - 1m41s377 (58)



- Raikkonen acordou? Cedo, muito cedo para dizer. O que dá pra dizer é que hoje ele teve o gás de ir buscar o melhor tempo. Durante a 2ª sessão Kimi e Felipe ficaram se revezando na 1ª posição. A Ferrari dominou boa parte do treino da tarde até que no final aconteceram as surpresas;

- Alonso pintou na ponta, para supresa geral. Claro, trata-se de um blefe, jogo de cena para animar a torcida espanhola em Valência. Alonso, por sinal, é craque na arte de supervalorizar o carro que tem nas mãos. Chegou até a fazer o 2º tempo na classificação em Montmeló, lembram?;

- No finzinho também, Button fez o 2º tempo. Outra surpresa e outro possível blefe. Enquanto isso, Barrichello fechou o grid, na última posição;

- Tudo isso aí em cima aconteceu nos últimos 3 minutos. E foi com o cronômetro zerado que Kimi Raikkonen foi buscar a ponta de novo. 1m39s477, vinte milésimos a frente de Alonso;

- Vale o comentário: a Ferrari andou a frente da McLaren durante toda a 2ª sessão;

- McLaren que, aliás, foi discreta em Valência. Não esteve na ponta por muito tempo;

- Vettel, líder da sessão matutina, ficou apenas com o 10º tempo no geral. Bourdais, que impressionou na sessão da manhã com o 4º tempo, também caiu de nível a tarde;

- Piquetzinho andou mal durante boa parte dos treinos. No fim da sessão vespertina pulou na 9ª posição;

- Na série "eu ando muito melhor do que meu companheiro de equipe": Glock (7º) - Trulli (15º); Kubica (8º) - Heidfeld (18º); Button (3º) - Barrichello (20º);

- E pra terminar, a RBR não se achou na pista nova. Última fila na 1ª sessão, andaram na rabeira durante quase todo o treino da tarde. Só melhoraram no finalzinho.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Notas Prateadas

Duas declarações que atraíram as atenções hoje em Valência:

Heikki Kovalainen, piloto da McLaren:
"Acho que ele (Hamilton) é capaz de vencer sem qualquer assistência. Certamente, não planejo ajudá-lo. Se eu tiver a chance de vencer, vou agarrá-la. Estou apenas tentando melhorar minha colocação no campeonato, e isso é uma mensagem para a equipe. Não tenho de ajudar ninguém."

Ah é? Vai ver o Kova já esqueceu de Hockenheim, onde quase estacionou o carro para o Hamilton passar.

Conta outra Kova!

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Lewis Hamilton, companheiro de Kovalainen na McLaren, respondendo a um repórter que perguntou se o furo do pneu da McLaren em Hungaroring foi causado pelo estilo de pilotagem do inglês:
“Não, porque você falaria isso?"

Eu responderia: porque você trava os pneus constantemente com sua maneira agressiva de pilotar.

Mas é uma pena que eu (ainda) não seja um jornalista...

Comoção espanhola

A tragédia ocorrida no Aeroporto Internacional de Barajas, em Madrí, deve ser lembrada pelos pilotos que disputarão o GP Europa, em Valência, na Espanha. O piloto espanhol Fernando Alonso disse que conversará com os pilotos sobre a possibilidade de fazer 1 minuto de silêncio em homenagem às 153 vítimas do acidente com o MD-82 da companhia Spanair. Segundo Alonso, o desastre "mudará o fim de semana. Todo o povo espanhol está em choque. É provavelmente a pior preparação para um final de semana que eu já tive" - declarou o bicampeão.


Alonso também confirmou que correrá com uma tarja preta no antebraço em sinal de luto e em respeito às famílias das pessoas mortas no acidente, o segundo pior da aviação espanhola.

É com certa regularidade que a Fórmula-1 é cenário para que pilotos exibam seus momentos de luto. Em julho do ano passado a equipe RBR prestou homenagens às vítimas do acidente com o vôo 3054 da TAM em São Paulo. David Coulthard e Mark Webber correram com pequenas bandeiras do Brasil sobre um fundo negro em seus respectivos capacetes.


Em setembro de 2001 a Ferrari homenageou as vítimas dos atentados em Nova York e Washington. A equipe retirou as marcas dos patrocínios de seus carros e disputou o GP Itália com tarjas pretas nos bicos dos carros de Michael Schumacher (foto) e Rubens Barrichello.

A mesma praça, outro jardim: Europa 2007

Para relembrar o GP Europa do ano passado é preciso salientar algumas diferenças em relação à prova que será disputada esse ano: em 2007 a corrida com bandeira da União Européia ocorreu na Alemanha, no circuito de Nürburgring. Aliás, muitas pessoas questionam o motivo da existência de um gp sob bandeira européia, já que se trata de um continente e não de um país. Explica-se: em algumas temporadas, em razão da grande demanda de público e/ou do interesse comercial, há duas corridas em um mesmo país. O GP Europa já foi disputado na Inglaterra, na Alemanha (em especial na "Era Schumacher", quando havia grande interesse do público alemão pela F-1) e agora será sediado na Espanha, aproveitando o frisson dos espanhóis com a carreira do bicampeão Fernando Alonso.

Sabendo disso vamos aos fatos. Na classificação de sábado, Lewis Hamilton deu um susto em todo mundo. O inglês sofreu um acidente em alta velocidade, vítima de um pneu que furou em plena curva. Garantido na 10ª posição, Hamilton seria liberado para a corrida pela equipe médica. Enquanto Lewis era atendido o treino classificatório prosseguia. Ao final, Raikkonen em 1º, Alonso em 2º, Massa em 3º.


As grandes emoções, porém, estavam reservadas para o domingo. A chuva deu o ar da graça e encharcou a pista de Nürburgring. Ao contrário do que o bom senso recomendava, a direção de prova autorizou a largada, que foi super confusa. Vários carros escaparam na primeira curva e uma cena curiosa aconteceu: Hamilton, um dos que saíram da pista na Curva 1, conseguiu manter o carro ligado, foi içado por um trator e voltou à pista em último. No final das contas terminou a prova em 10º, uma volta atrás, ficando pela primeira vez fora da zona de pontuação em sua carreira na F-1.

Enquanto isso, Kimi Raikkonen protagonizava uma daquelas cenas de comédia pastelão (tão comuns a atual geração de feras da F-1). Na tentativa de entrar no pit lane para trocar os pneus de sua Ferrari, Raikkonen não consegue manter o controle e erra a entrada dos boxes, sendo obrigado a permanecer na prova com pneus de pista seca.

Na volta 4 a corrida foi interrompida por causa da forte chuva, que criou uma poça na Curva 1, onde vários carros aquaplanaram e derraparam. Depois de mais de meia-hora de interrupção, o GP Europa foi retomado com Markus Winkelhock, da Spyker, na liderança. O alemão, porém, nem pôde aproveitar seus momentos na ponta. Na 1ª curva foi ultrapassado por Felipe Massa, que passou a dominar a prova com certa folga. A chuva havia cessado e a pista começava a secar.

Mas o dia ainda prometia mais reviravoltas no gp europeu. Faltando 8 voltas para o fim da corrida a chuva volta a Nürburgring. Os ponteiros Massa e Alonso vão aos boxes e retornam à pista nas mesmas posições. Só que a Ferrari de Felipe Massa passa a render muito menos que a McLaren de Alonso. Os dois negociam a ultrapassagem por algumas voltas e o espanhol parte para o bote (veja o vídeo abaixo). Durante a manobra Massa joga o carro para cima de Alonso mas não evita a passagem do bicampeão. No finzinho, Alonso decide o GP Europa a seu favor.




E ainda haveria mais. Ao descer do carro para comemorar, Alonso, no melhor estilo "choronso", aponta para as marcas existentes no carro, fruto do choque com Massa. No deck onde os pilotos esperam pela festa do pódio, o espanhol e o brasileiro acabam discutindo asperamente (veja o vídeo abaixo). O europeu acusa Massa de ser desleal na manobra em que o brasileiro foi superado. O ferrarista revida, e sugere que Alonso é um "chorão."




A rivalidade, descobriu-se depois, era antiga, e havia nascido meses antes, no GP Espanha. Na ocasião, Alonso tentou roubar a 1ª posição de Massa na primeira curva, mas o brasileiro, agressivamente, não permitiu a ultrapassagem. Alonso acabou fora da pista e sem chance de vencer o gp dentro de sua casa. Ressentimentos à parte, dessa vez o espanhol levou a melhor.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

O Favorito?

Próximo domingo, Grande Prêmio da Europa, na estreante pista de Valência, na Espanha. Há algum piloto e/ou equipes favoritos?

Tema da Coluna do Fábio Andrade no EsporteZone. Leia , comente aqui!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A voz dos experientes

Seis títulos mundiais resolveram abrir a boca nos últimos dias. Os seis tratavam de um único assunto: o momento de Felipe Massa no mundial após a cruel etapa húngara. Os seis títulos que "falaram" sobre o GP e sobre o momento de Massa foram os três de Jackie Stewart e os outros três de Niki Lauda.

Para o britânico Stewart chegou a hora de Massa demonstrar sua força mental. Em entrevista ao portal RBS.com, Jackie afirmou que após um incidente infeliz como o da Hungria e faltando poucas provas para o encerramento da temporada, Massa tem que pôr em evidência sua capacidade de recuperação. Stewart deu a entender que, Massa precisa mostrar que vive um ano melhor que o do companheiro Raikkonen.


No mesmo tom esteve o austríaco Niki Lauda. Em entrevista ao site F-1.com o tricampeão reforçou que Raikkonen não está em sua melhor temporada, que McLaren e Ferrari ainda estão muito próximas e que o campeonato está absolutamente indefinido. Ainda segundo Lauda, Hamilton e Massa devem brigar pelo título de 2008. O ex-piloto falou ainda sobre a situação da Ferrari, que ainda não deu pistas sobre qual piloto vai brigar diretamente com Hamilton pelo mundial. Lauda, que ganhou 2 títulos pilotando o carro vermelho, afirmou que, mesmo que Raikkonen apareça com vantagem na classificação, Massa está em uma fase mais inspirada do que o finlandês.

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Bem, os campeões aí de cima são autoridade. Pilotos de talento indiscutível, não à toa, tricampeões do mundo. Por mim, tudo o que eles disseram está ratificado: Massa está mesmo em melhor forma que Raikkonen e McLaren e Ferrari ainda estão muito perto uma da outra (a não ser que alguma coisa de muito revolucionária tenha acontecido nessas três semanas de folga). Porém, Lauda, Stewart e eu (!) estamos apenas especulando. Muitas e muitas vezes campeões do passado, jornalistas, comentaristas e palpiteiros de plantão (!) já queimaram a língua tentando adivnhar o futuro. Afinal, o Raikkonen pode desencantar e passar a render mais que o Massa. E também não é impossível que uma das duas equipes melhore muito mais do a outra. A única fala dos campeões jurássicos que pode ser considerada uma certeza, é:

"o campeonato está indefinido."

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Não sei se vou ou se fico...

De Kimi Raikkonen, campeão em 2007 e 2º colocado na atual tabela de classificação, sobre sua motivação para continuar na F-1:

"Ainda sou o mesmo cara. Se estou em uma corrida, então eu quero ganhá-la. Todos os que pensam que estou satisfeito ou cansado estão completamente enganados."

É o Raikkonen na tentativa de apagar o incêndio que se formou desde que declarou que ficaria satisfeito em se aposentar no fim do ano que vem. Para quem não se lembra, Kimi disse, em uma entrevista há alguns meses, que estava entediado com a Fórmula-1, com as extensas obrigações comerciais e compromissos com patrocinadores (como na foto abaixo, que promovia a marca de cigarros Marlboro no GP Mônaco do ano passado). Segundo Raikkonen, essas resoluções contratuais retiravam boa parte do prazer que é guiar um F-1. E aí o finlandês disparou a derradeira frase: "quando existem coisas demais de que você não gosta, é tempo de ir embora."


Com as palavras acima na capa de todos os periódicos especializados, seguiu-se um frisson nos bastidores. As especulações sobre uma possível transferência de Alonso para a Ferrari ganharam ainda mais força e Massa, que era o cotado para dar lugar ao espanhol, passou a figurar como virtual companheiro de Alonso em 2010. Os seguidos maus resultados de Raikkonen nas corridas posteriores pioraram ainda mais o clima de boataria. Estaria o campeão desmotivado a continuar na F-1?

Muita coisa foi dita, muito jornal quis adivinhar o futuro da vaga que teoricamente ficaria aberta na Ferrari e o estrago se fez de forma avassaladora. Alguns dirigentes criticaram a postura de Kimi, que ainda é jovem, tem talento, e potencial para continuar na briga por muitos anos. Percebendo o mal-estar que suas declarações causaram, Raikkonen vem tentando amenizar a fervura. Não é a primeira vez que ele desmente a possibilidade de parar em 2009. Porém, nem o finlandês nem a Ferrari confirmam uma suposta renovação de contrato divulgada pelo jornal alemão Bild em julho. E a boataria tende a continuar.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Cadê as novidades?

De Cesare Fiorio, chefe de equipe anterior a Jean Todt na Ferrari, sobre a situação da equipe na temporada:

"Suspeito que eles continuem tendo o melhor carro, mas os problemas dos boxes e da dupla de corredores estão estragando tudo."

Tirando a parte do "melhor carro" (em que ainda não se chegou a um consenso) não há absolutamente nenhuma novidade na fala de Fiorio: o trabalho de box está (na maioria das vezes) sendo responsável por preciosas perdas de pontos para a Ferrari.

Olímpicas [1]

Nunca antes essa página havia tratado de um assunto que não fosse relacionado a Fórmula-1. Mas as férias da categoria e o desempenho assombroso de um certo atleta da delegação americana me motivam a fugir do assunto "F-1" pela primeira vez.

A Analogia Previsível

É a estrela da Olimpíada - 2008. É o grande nome, aquele que já entrou, inevitavelmente, para a história do esporte mundial. Reformulou os recordes, tornou-se o maior vencedor da história das olimpíadas e ainda não sabe o que é cair na água para perder em Pequim. Michael Phelps é um fenômeno, dono de uma superioridade indisputada. Soberano, faz com que os adversários só possam brigar pela prata, na melhor das hipóteses. É franco favorito a tudo o que disputar na natação.


A primeira reação de um fã de F-1 é comparar Phelps àquele que mais próximo esteve de conquistar tantos feitos. É um outro Michael, só que alemão, e de sobrenome Schumacher. Assim como Phelps, o alemão foi, por anos, favoritíssimo a tudo na Fórmula-1. Graças a superioridade do heptacampeão e de sua Ferrari, a F-1 tornou-se previsível, monótona, sem graça, dada a certeza de que, invariavelmente, a posição de número 1 terminaria nas mãos de Schumacher. E assim foram conquistados cinco dos sete títulos de Schumi: estraçalhando a concorrência.


Como Phelps, Schumacher foi o grande nome da F-1. Seus incríveis números não serão apagados tão cedo porque dificilmente surgirá alguém que consiga, por tanto tempo, se manter por cima dos adversários. Mas o que Phelps consegue na natação é ainda mais surpreendente que os feitos de Schumacher no automobilismo. Nem Schumi nem sua Ferrari, por mais superiores que fossem, jamais conseguiram ganhar todas as corridas em uma temporada. Phelps, ao contrário, tem a real chance de ganhar todas as provas que disputar nessa olimpíada. Com 5 ouros já conquistados, Phelps ainda cai na água três vezes em busca de três primeiros lugares. Se realmente vier a faturar tudo, Phelps sairá de Pequim com 14 (sim, você leu catorze) medalhas douradas na currículo (8 delas conquistadas nessa edição dos jogos e 6 em Atenas, quatro anos atrás), se credenciando como o maior vencedor da história das olimpíadas. O super-nadador terá conquistado, sozinho, mais medalhas de ouro do que muitas delegações inteiras (inclusive a brasileira).

Há, porém, algumas particularidades entre a hegemonia de Phelps na natação e a de Schumacher na F-1. Enquanto o americano é reconhecido como gênio do esporte no mundo inteiro, o xará alemão é, até hoje, espinafrado por aqueles que não se contentam com seus recordes. Culpam Schumacher de ser o "Dick Vigarista" (em boa parte por causa dos sapos que Schumi obrigava os companheiros de equipe a engolir, a exemplo de tantos outros multicampeões da F-1) e de se aproveitar de um carro excessivamente superior aos outros. Se essa última acusação realmente fizesse algum sentido, Phelps deveria sofrer com os mesmos comentários.


A "Ferrari" de Phelps mede 193 cm de altura para 204 cm de envergadura. Ou seja, a distância de uma mão a outra, com os braços estendidos, é maior do que a altura do fenômeno americano, proporcionando-lhe incrível mobilidade com os braços. Phelps têm ainda pés-de-pato naturais: o número de seus calçados é 48 e seus pés são 15 graus mais flexíveis que a média! Phelps foi produzido pela natureza para nadar. Os teóricos da conspiração que arranjem um jeito de desmerecer a genética, por fabricar um atleta tão superior aos outros.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Falta um!

Lewis Hamilton, aparentemente, corre rumo ao título em 2008. Seria a dupla da Ferrari insuficiente para barrar o inglês? Se Alonso estivesse na briga, as coisas seriam diferentes?

Tema dessa semana da Coluna do Fábio Andrade no Esporte Zone.

Leia , comente aqui

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Devagar e (nem) sempre!

Não será um período de férias reais, mas vai dar pra diminuir o ritmo. Por causa das "férias" (férias é um título muito pretenso. "Recesso" fica mais coerente, afinal são apenas três semanas sem atividades) da F-1 o ritmo das postagens está muito menor do que o normal. Afinal, não há tantas notícias a comentar.

E o recesso inclusive casou com o período da Olimpíada de Pequim. Portanto curta seus jogos olímpicos, mas passe aqui de vez em quando. Como eu não resisto ao computador ligado, devo inventar umas postagens só pra não deixar isso aqui parado.

Apareçam, mesmo nas férias de verão (para os europeus) da F-1.

*Fica de recordação uma foto digna do sossego que Hamilton, Alonso, Raikkonen e CIA devem estar curtindo nas praias do velho continente:

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

2009: a chance de fazer a diferença

Piloto não carrega carro nas costas. Esse chavão do automobilismo anda tendo intensa relação com o momento de Fernando Alonso na F-1. O espanhol está numa temporada apagada, preso a um carro que não lhe fornece possibilidade de bom desempenho, mas luta para se manter motivado. E o bicampeão terá, em 2009, a chance de voltar ao páreo.

Quando a Renault surgiu como favorita em 2005, Alonso fez história. Não tomou conhecimento do heptacampeão Michael Schumacher (numa Ferrari irreconhecível), suplantou Kimi Raikkonen e sua McLaren e não deu chance ao companheiro de equipe Giancarlo Fisichella. Alonso, que seguiu ganhando em 2006, já era apontado com o sucessor do alemão e se tornava bicampeão.

Em 2007 Alonso levou o número 1 para a McLaren, deixando de ser favorito imediato na briga pelo título. A equipe de Woking não havia apresentado um bom desempenho em 2006, e as reais possibilidades dos ingleses eram uma incógnita. Mas Alonso, confirmando a teoria de que é mesmo o melhor da atualidade, trouxe "6 ou 7 décimos" à equipe, desenvolveu o carro e fez de 2007 um ano de incrível disputa entre McLaren e Ferrari.

Mas as brigas com Hamilton custaram a permanência de Alonso no time de Ron Dennis. Sem ter vaga em uma outra equipe grande (leia-se Ferrari) o espanhol foi obrigado a voltar para sua casa, a Renault. Só que o panorama de 2008 não é, nem de longe, o mesmo que se configurou em 2005 e 2006. A Renault sofre com um carro fraco e o melhor que pode ser oferecido ao bicampeão é o meio do grid. É louvável, entretanto, a motivação de Alonso, que continua com esperanças de arrancar um pódio, ou até uma vitória, do atual modelo da montadora francesa.

"Oras, mas se Alonso é o melhorzão, por que ele não leva a Renault de volta ao topo?"

Ótimo, Alonso é o melhor do atual grid, mas não é santo milagreiro. Há de se lembrar que em 2005, quando o espanhol debutou no hall dos campeões, o regulamento tinha passado por severas alterações: trocas de pneu foram proibidas, regime de motores foram mudados e a Ferrari, que dominava a década até então, demorou um pouco a entender e a se adaptar aos novos tempos. Foi nesse ambiente de mudanças (em que as dificuldades foram as mesmas para todos, nivelando o desenvolvimento dos carros) que a Renault surgiu como novidade. É muito diferente do que acontece agora que as grandes Ferrari e McLaren já se adaptaram e voltaram a papar as vitórias. Porém, é muito parecido com o que vai acontecer ano que vem.


Em 2009 o regulamento sofrerá novas mudanças intensas. Os pneus voltam a ser slick, a aerodinamica será muito limitada e o tal KERS deve mesmo entrar em operação. Portanto, o jogo começa no zero a zero para todo mundo. É a chance que Alonso tem para voltar a fazer a diferença.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O grito de resistência

"Tão cedo, não vamos vender a Williams. Negociamos ações, mas o resto não mudará".

Foi com essa resposta que sir Frank Williams encerrou os rumores sobre uma possível venda da Williams para grandes corporações e/ou montadoras. É um grito de resistência daquele que é o último remanescente da era dos garageiros. Frank, junto com Bruce McLaren, Ken Tyrrel e outros pilotos-engenheiros serão sempre lembrados por criarem equipes com seu próprio esforço e fazê-las campeãs no automobilismo. Frank é, na verdade, o último dessa era um tanto quanto romântica, um fóssil vivo, um peixe fora da onda que é a nova ordem econômica da F-1.

Dominada pelo grande capital de grandes empresas, a Fórmula-1 é uma espécie de sucursal do escritório dos executivos. O lucro anda subvertendo o esporte. Experimente abrir qualquer site especializado e perceba: haverá pelo menos uma matéria a respeito de política, jogo de interesses e outras coisas que não cabem muito bem em uma competição que julga ser um esporte.

Frank é um inadequado na atual forma de gerir a F-1. Ainda é um daqueles chefes de equipe personalistas, que concentram todo o poder da decisão. Ou então é apenas um velinho rico e dono de uma equipe de F-1. Talvez ele seja isso para os mais novos. Mas há de se lembrar que Frank já foi dono do maior império da F-1 por anos a fio. Sua Williams, hoje castigada pela falta de verba, já produziu campeões como Nelson Piquet, Nigel Mansell e Alain Prost. Sua Williams tem 7 títulos de pilotos e 9 de construtores na estante. Sua Williams já foi objeto de desejo e desavenças entre dois monstros da história do automobilismo: Senna e Prost guerrearam por uma vaga na equipe em 1993. Prost levou a melhor e sagrou-se tetracampeão no carro que Ayrton dizia ser "de outro mundo".

Hoje a equipe está numa entresafra, brigando para atingir os pontos. Talvez pela teimosia de Frank. Mas é uma teimosia válida. Eu torço para que as mudanças da próxima temporada, que devem fazer todo mundo começar mais ou menos do zero, tragam uma velha novidade para a Fórmula-1: a Williams de novo brigando pela ponta. Pode ser um sonho utópico, fora da realidade. Mas é muito bom de se sonhar.

Desculpem o desabafo, mas creio que é uma coisa que eu precisava dizer. O esporte que vemos hoje está ficando cada vez mais nas mãos de pessoas jurídicas e não físicas. Isso não é bom. Montadoras não têm muita preocupação com o esporte. Já tratei disso aqui. Montadoras, repito, têm preocupação com lucro, produtividade, coisas do mundo corporativo. No momento em que perceberem que a F-1 não é tão rentável, pularão fora. E aí terão de surgir novos Frank Williams e Kens Tyrrel para salvar a categoria. Pelo bem do esporte.

Notas Vermelhas

Dia cheio de comentários a respeito da Ferrari. Vamos a eles:

- Stefano Domenicali, chefão da Ferrari, disse que não se surpreendeu com a largada fulminante de Massa na Hungria. Segundo o italiano, a manobra da largada já havia sido treinada diversas vezes: "sabemos que as ultrapassagens na Hungria são muito difíceis e, por isso, só restava ao Felipe pular na frente e assumir a liderança logo nas primeiras curvas. Então fizemos algumas simulações de largadas e conseguimos um resultado perfeito nesse aspecto"- disse Domenicali.


Ok, ok. Parabéns a Ferrari pelo treinamento. Mas o tal teste não diminui em nenhum milímetro o mérito de Massa. Não sei se qualquer um teria o arrojo de frear no limite extremo, com os pneus e os freios frios e ainda arriscar a curva fazendo uma tomada por fora. Treinando ou não, Massa foi perfeito;

- Falando em treinos, continua o vai e volta de Schumacher com a Ferrari. Diários esportivos da Alemanha afirmam que o heptacamepão volta a sentar no cockpit da equipe no final do mês, nos testes coletivos em Monza. Não será a primeira vez que Schumacher volta a pilotar um F-1 depois de sua aposentadoria. O piloto já participou de diversos testes com a Ferrari (onde trabalha como consultor) na pré-temporada. É, na verdade, uma ajuda de luxo para desenvolver o carro;

- Por fim, Raikkonen fez hoje uma análise fria (grande novidade, hein!) da sua situação no campeonato. E, ao contrário de Massa, que costuma arranjar outros culpados para problemas de desempenho pessoal, Kimi foi extremamente realista: "não dá para pretender ganhar o título largando sempre na sexta posição", assumiu Raikkonen. É uma constatação válida, tendo 7 corridas pela frente. Aliás, se Kimi resolver acordar agora ainda há tempo de reverter o quadro no mundial, afinal, todo mundo lembra de 2007, quando o finlandês partiu para vencer o campeonato numa incrível reação na segunda metade do ano.

Adversários, tremei! A bela-adormecida parece estar acordando de seu sono hibernal...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

O mundo gira!

A Ferrari sente saudade do dream team?

A trajetória da equipe italiana, da contratação de Jean Todt em 1993 ao atual momento do time, passando pelo apogeu da era Schumacher e pela decadência de 2005 e 2006 deixa no ar uma pergunta: a falta de estrutura pode prejudicar o desempenho da equipe?

É esse o tema da Coluna do Fábio Andrade essa semana no Esporte Zone.

Leia , comente aqui.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Não viu? Veja agora!



Ta aí, a fenomenal largada de Massa ontem. Repito: uma das melhores dos últimos anos!

*Pequeno detalhe: acho que nem o Galvão Bueno iria se entusiasmar tanto quanto o narrador da rede italiana de tv Rai.

Hungria - Memories

Eixo frouxo

Se você acha que Felipe Massa é o único brasileiro a ficar a pé com um problema mecânico em Hungaroring, se enganou:



O vídeo é da edição 2003 da prova húngara. Barrichello sofre o acidente na 20ª volta. A causa do acidente até hoje não foi totalmente esclarecida pela Ferrari. Aliás a equipe, numa atitude muito da canastra, pôs a culpa em Barrichello. Em uma nota, a equipe Ferrari diz que "Barrichello atingiu a zebra por duas vezes em um ângulo não muito comum entre as voltas de número seis e sete". Não contente com o absurdo, a nota de esclarecimento é encerrada com a maior de todas as bobagens: "depois de uma forte freada na reta no começo da volta 20, essa parte (o triângulo da suspensão) cedeu".

A nota é uma espécie de retrato dos anos que Rubinho passou na Ferrari. Sempre tratado como material de segunda, Barrichello quase sempre tinha que se virar com um equipamento que, por vezes, era inferior ao de Schumacher.

Em tempo: o que um piloto pensa quando se depara com um muro se aproximando em alta velocidade?

Sonolento no sábado, eficiente no domingo

Chama a atenção do público de F-1 o fraco desempenho do campeão Kimi Raikkonen nas classificações. É uma deficiência já admitida por Raikkonen. Com apenas duas poles em 11 corridas completadas, Kimi tem um desempenho extremamente modesto para um campeão em exercício. Não é raro ver o finlandês se classificando pior que o companheiro Felipe Massa, as vezes fora até das primeiras filas do grid. Mas há outro dado sobre o atual campeão que também chama a atenção, (e para o lado positivo):

Raikkonen é o recordista absoluto de voltas mais rápidas nas corridas. O que não consegue fazer no sábado, Kimi faz no domingo. Esse ano, em 11 provas, Raikkonen marcou a melhor volta em 7 delas:

GP Austrália - Melhor Volta: H. Kovalainen (1m27s418)

GP Malásia - Melhor Volta: N. Heidfeld (1m35s366)

GP Bahrein - Melhor Volta: H. Kovalainen (1m33s193)

GP Espanha - Melhor Volta: K. Raikkonen (1m21s670)

GP Turquia - Melhor Volta: K. Raikkonen (1m26s506)

GP Mônaco - Melhor Volta: K. Raikkonen (1m16s689)

GP Canadá - Melhor Volta: K. Raikkonen (1m17s387)

GP França - Melhor Volta: K. Raikkonen (1m16s630)

GP Inglaterra - Melhor Volta: K. Raikkonen (1m32s150)

GP Alemanha - Melhor Volta: N. Heidfeld (1m15s987)

GP Hungria - Melhor Volta: K. Raikkonen (1m21s195)

É de surpreender! Raikkonen parece precisar "acordar", sentir que a parada está valendo, que o bicho está pegando, para então mostrar o seu real potencial. É, acima de tudo, muito curioso. Raikkonen é, hoje, o 3º piloto com maior número de voltas mais rápidas da história. Deixou para trás nomes como os de Ayrton Senna, Nigel Mansell e de seu compatriota e bicampeão Mika Hakkinen. Com 32 melhores voltas, Kimi está atrás apenas de Alain Prost e Michael Schumacher.


Ótimo, é louvável e inegável que Raikkonen é um dos grandes talentos da F-1 de hoje. Mas a deficiência de Raikkonen nas classificações precisa ser sanada. O sábado é extremamente importante para o desempenho do domingo. Não dá pra tentar resolver tudo no dia da corrida. Raikkonen, que desde o GP França não faz uma pole, precisa tomar o energético das voltas rápidas tanto num dia como no outro.

domingo, 3 de agosto de 2008

Tabela 2008, após 11 etapas

GP Hungria, após 70 voltas:


01
Heikki Kovalainen
Mclaren-Mercedes
01h37m27s067

02
Timo Glock
Toyota
+00m11s061

03
Kimi Raikkonen
Ferrari
+00m16s856

04
Fernando Alonso
Renault
+00m21s614

05
Lewis Hamilton
Mclaren-Mercedes
+00m23s048

06
Nelsinho Piquet
Renault
+00m32s298

07
Jarno Trulli
Toyota
+00m39s449

08
Robert Kubica
Bmw Sauber
+00m48s321

09
Mark Webber
Red Bull
+00m58s834

10
Nick Heidfeld
Bmw Sauber
+01m07s709

11
David Coulthard
Red Bull
+01m10s407

12
Jenson Button
Honda
+1 volta

13
Kazuki Nakajima
Williams
+1 volta

14
Nico Rosberg
Williams
+1 volta

15
Giancarlo Fisichella
Force India
+1 volta

16
Rubens Barrichello
Honda
+2 voltas

17
Felipe Massa
Ferrari
+3 voltas

18
Sebastien Bourdais
Toro Rosso
+3 voltas

19
Adrian Sutil
Force India
+8 voltas

20
Sebastian Vettel
Toro Rosso
+48 voltas

Classificação Geral de Pilotos, após 11 etapas:

01 - Lewis Hamilton (McLaren) - 62
02 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 57
03 - Felipe Massa (Ferrari) - 54
04 - Robert Kubica (BMW) - 49
05 - Nick Heidfeld (BMW) - 41
06 - Heikki Kovalainen (McLaren) - 38
07 - Jarno Trulli (Toyota) - 22
08 - Fernando Alonso (Renault) - 18
09 - Mark Webber (RBR) - 18
10 - Timo Glock (Toyota) - 13
11 - Nelsinho Piquet (Renault) - 13
12 - Rubens Barrichello (Honda) - 11
13 - Nico Rosberg (Williams) - 8
14 - Kazuki Nakajima (Williams) - 8
15 - David Coulthard (RBR) - 6
16 - Sebastian Vettel (STR0 - 6
17 - Jenson Button (Honda) - 3
18 - Sebastien Bourdais (STR) - 2
19 - Giancarlo Fisichella (Force India) - 0
20 - Takuma Sato (Super Aguri) - 0
21 - Anthony Davidson (Super Aguri) - 0
22 - Adrian Sutil (Force India) - 0

Classificação de Equipes, após 11 etapas:


01 - Ferrari - 111
02 - McLaren-Mercedes - 100
03 - Bmw Sauber - 90
04 - Toyota - 35
05 - Renault- 31
06 - Red Bull - 24
07 - Williams - 16
08 - Honda - 14
09 - Toro Rosso - 8
10 - Force India - 0
11 - Super Aguri - 0

Hungria - Results & Coments [8]

A sorte é prateada

Essa é, definitivamente, uma temporada atípica. Altos e baixos, corridas gêniais se revezando com incríveis patuscadas e dois pilotos chegando a suas respectivas primeiras vitórias. No Canadá foi Kubica, agora na Hungria, é a vez de Kovalainen.


A vitória de Heikki foi fruto dos fatos da corrida. Se a três volts do fim Massa não tivesse quebrado o motor, Kova não venceria. E, aliás, mesmo com o problema de Massa, Kovalainen não venceria, pois teria Hamilton a sua frente. O furo do pneu da McLaren do inglês foi decisivo para o resultado final da corrida. Contando com a sorte, finalmente Kovalainen desencanta na F-1, se tornando o 5º piloto diferente a vencer no ano de 2008.

O finlandês recebeu as felicitações por parte de sua equipe: "bem-vindo ao mundo das vitórias", dizia Ron Dennis, com aquela empolgação tipicamente britânica. Mesmo recebendo a pecha de "pior piloto das equipes de ponta", Kovalainen reforça que a Finlândia é um dos países com mais tradição na F-1. Kova é o 4º piloto do país a ganhar um corrida e é precedido por compatrotas como o campeão Keke Rosberg (1982) e o bicampeão Mika Hakkinen (1998 - 1999). Ainda representando a Finlândia, Heikki é contemporâneo ao atual campeão do mundo, o também finlandês Kimi Raikkonen (2007).

--

Hamilton sai de Hungaroring do jeito que chegou: líder. E com mais vantagem na briga com a dupla Raikkonen - Massa. Com 62 pontos no mundial, contra 57 de Raikkonen, o segundo, Hamilton saiu com um lucro imenso da Hungria. Ainda mais tendo em vista que:

- A McLaren era favorita a corrida e tomou um passeio de Massa, que venceria não fosse o motor que deu pau a três voltas do fim;



- Hamilton sofreu um furo no pneu dianteiro-esquerdo e correu o risco de não pontuar. Chegar em 5º e sem Massa na pontuação ficou de bom tamanho para o inglês.

Hungria - Results & Coments [7]

O humano fez o que pôde, a máquina deixou a desejar


Quando Hamilton e Kovalainen conquistaram a 1ª fila ontem na classificação, as previsões eram todas iguais: Hamilton largando para vencer, Kovalainen segurando Massa e o brasileiro lutando para conseguir chegar ao pódio. Seria mesmo assim se, na largada, o piloto não tivesse feito a diferença. Hoje, em Hungaroring, Felipe Massa fez o que a muito tempo não se via na partida de uma corrida: o material humano fazendo a diferença.


Foi uma largada irretocável, agressiva, segura e beirando a genialidade. Em que outra prova, nos últimos anos, o leitor viu algum piloto partir da 3ª para a 1ª posição antes da segunda curva? Massa fez o que Raikkonen não vem tendo competência para fazer: dar uma resposta a McLaren no momento em que a equipe se sente favorita ao título.

E Massa partiu para fazer uma corrida absolutamente correta. Mais rápido do que as McLaren em toda a prova, Felipe levava a Ferrari ao mesmo patamar de competitividade que os carros ingleses. Depois de cruzar a primeira curva na liderança, não teve concorrentes, e pilotou o tempo todo para a vitória, sem ser incomodado pelos rivais. Quando o pneu de Hamilton furou, por volta do 40º giro, Massa teve tranquilidade para passar a administrar a corrida. Passou a "salvar o motor", como se diz na gíria do automobilismo, reduzindo o ritmo e poupando o propulsor. Parecia ali que o campeonato estava todo a seu favor.





Porém, de vez quando as coisas não saem como o previsto. Chame de destino, eu prefiro falar em algo impoderável. Faltando 3 voltas para o fim, o motor da Ferrari de Massa explode e deixa o brasileiro a pé. É um caso em que não há culpados, afinal, máquinas dão defeito. Mas é duro falar em falha mecânica justamente num carro famoso pela confiabilidade e durabilidade de seus compostos. Dói ainda mais em Massa, saber que a vitória lhe daria a liderança do campeonato e uma folga de 3 pontos sobre o líder Hamilton. Com a quebra do motor do brasileiro, a liderança do mundial foi trocada por um indigesto 3º lugar, 8 pontos atrás de Hamilton, 3 atrás do companheiro de equipe (e apagadíssimo) Kimi Raikkonen.


Mesmo com um resultado de prova que beira a crueldade, a Ferrari não saiu no prejuízo total. Com o ritmo forte de Massa a equipe deu uma amostra de que tem força para competir em pé de igualdade com a McLaren. Afinal, Massa foi mais rápido que Hamilton e Kovalainen justamente na pista onde se esperava um passeio do time de Woking. Com um pouco de tranquilidade, a equipe ainda pode virar novamente o jogo num campoenato que ainda tem 7 corridas pela frente.

--

Raikkonen perdeu a corrida no sábado, ao se classificar em 6º. Na largada, enquanto seu parceiro de equipe fazia miséria la na frente, Raikkonen perdia posição para Alonso. Limitado pelo espanhol durante mais da metade da corrida, Kimi contou com um problema na parada do bicampeão e o furo no pneu de Hamilton. Deu sorte de chegar em 3º e está agora três pontos a frente de Massa, justamente quando se aproxima a hora de a Ferrari decidir com qual piloto vai brigar pelo título. Mas para um campeão do mundo, Raikkonen ainda deixa muito a desejar.

Hungria - Results & Coments [6]

A hora e a vez dos novatos!

As últimas duas provas foram de estréias no pódio. Em Hockenheim, Nelsinho Piquet debutou, chegando em 2º. E hoje foi a vez do alemão Timo Glock chegar em 2º e subir pela primeira vez para a festa.

Glock, com 26 anos, é filho da geração pós-Schumacher. O piloto é fruto dos anos de domínio de Michael na F-1 que provocou um efeito cascata: o automobilismo viveu (e ainda vive) um momento de evidência entre os germânicos. Dos 20 pilotos do atual grid, cinco (1/4) são alemães.

Ainda reflexo das ondas de impacto que a carreira de Schumi causa na F-1.

Hungria -Results & Coments [5]

Notinhas húngaras

- Corrida quente. Não por grandes brigas valendo posição, mas pelos sucessivos incêndios que ocorreram nos boxes. Barrichello, Nakajima e Bourdias (duas vezes) tomaram pequenos sustos com as labaredas que resolveram subir na hora de reabastecer o carro. A empresa que fabrica as bombas de combústivel deve fazer alguma investigação para averiguar o motivo de tantos defeitos na etapa húngara;

- O pódio da corrida de hoje foi, absolutamente, finlandês. Com dois nórdicos na festa do champagne, a comemoração foi, incontestavelmente, sem graça. Raikkonen, com sua habitual falta de emplogação e Kovalainen, o vencedor, nem parecia que havia faturado sua primeira vitória. Talvez porque ela tenha sido um simples "acidente" de percurso nas voltas que esse mundo dá. Mas isso é assunto pra mais tarde.

Daqui a pouco eu volto com as análises completas...

sábado, 2 de agosto de 2008

Hungria - Results & Coments [4]

Fazendo o dever de casa

Nenhuma surpresa na 1ª fila do GP Hungria: McLaren dominante, Hamilton em 1º, Kovalainen em 2º. Sorrisos prateados pra todo lado.

A McLaren não fez nada que não fosse esperado em Hungaroring. Com rendimento impecável no Q3, a dupla de pilotos colocou-se onde todos esperavam que eles estivessem. E numa pista onde tradicionalmente o pole vence, Hamilton pode ser o 1º piloto desde Michael Schumacher a vencer 3 corridas seguidas (em 2006, Schumacher venceu os gp's EUA, França e Alemanha, em seguida. Desde então nenhum piloto conseguiu vencer três provas consecutivas na categoria) e provar por A + B, que o momento da McLaren é mesmo de favoritismo.

E no mais perfeito estilo "saiu melhor que a encomenda", Hamilton tem a seu lado, na 1ª fila, o companheiro de equipe Heikki Kovalainen. O solícito parceiro de Lewis certamente deve largar amanhã instruído a segurar Felipe Massa, principal adversário de Hamilton na disputa pelo mundial. E Heikki nem vai ter de fazer muita força, porque ultrapassar em Hungaoring, já é tarefa naturalmente complicada.

Talvez seja cedo para falar em favoritismo ao título, afinal, além da etapa de amanhã, ainda restam mais 7 até o final da temporada. Porém, o cenário que se desenrola nessa 2ª metade de campeonato é extremamente favorável a Hamilton. Mais até do que ano passado, já que agora o inglês não precisa se preocupar com um companheiro de equipe barraqueiro e bom o suficiente para limitá-lo. Hamilton também parece correr sozinho rumo ao título, já que a Ferrari vive um momento de maus resultados. E pra falar a verdade, mesmo enquanto tinham equipamento superior Raikkonen e Massa não foram suficientes para manter o piloto da McLaren a distância, mesmo com todos os erros cometidos pelo inglês. Se a cabeça continuar no lugar, e se conseguir lidar bem com a expectativa, Hamilton pode em 2008, soltar o grito que por pouco não foi liberado em 2007.


Grid de largada para o GP Hungria 2008:

1
L. Hamilton (ING)
McLaren
1m20s899
2
H. Kovalainen (FIN)
McLaren
1m21s140
3
F. Massa (BRA)
Ferrari
1m21s191
4
R. Kubica (POL)
BMW Sauber
1m21s281
5
T. Glock (ALE)
Toyota
1m21s326
6
K. Raikkonen (FIN)
Ferrari
1m21s516
7
F. Alonso (ESP)
Renault
1m21s698
8
M. Webber (AUS)
RBR
1m21s732
9
J. Trulli (ITA)
Toyota
1m21s767
10
N. Piquet (BRA)
Renault
1m22s371
11
S. Vettel (ALE)
STR
1m20s144
12
J. Button (ING)
Honda
1m20s332
13
D. Coulthard (ESC)
RBR
1m20s502
14
N. Rosberg (ALE)
Williams
sem tempo
15
N. Heidfeld (ALE)
BMW Sauber
1m21s045
16
K. Nakajima (JAP)
Williams
1m21s085
17
R. Barrichello (BRA)
Honda
1m21s332
18
G. Fisichella (ITA)
Force India
1m21s670
19
S. Bourdais (FRA)
STR
1m20s963 (punido)
20
A. Sutil (ALE)
Force India
1m22s113

Hungria - Results & Coments [3]

Festa japonesa, decepção italiana

Demonstrando um ótimo rendimento no travado circuto de Budapeste, a Toyota pôs os 2 carros no Q3, desequilibrando a briga pelo título de 4ª força mundial. A RBR, sua principal rival na disputa, ficou com um discreto 13º lugar de Coulthard e o 8º tempo de Mark Webber no treino de hoje.

Trulli, que já declarou estar vivendo o melhor momento de sua carreira (e está mesmo!), larga em 9º, posição que é até abaixo do que o italiano vem conseguindo até aqui. Surpresa mesmo é a posição do companheiro de equipe de Jarno:

Timo Glock, totalmente refeito do forte acidente sofrido em Hockenheim 15 dias atrás, fez o 5º tempo. Foi mais rápido que o atual campeão e piloto da Ferrari Kimi Raikkonen. É um grande feito do alemão, que terá uma tarefa ainda mais dura amanhã: segurar o campeão que se vê cada vez mais longe da briga pelo título.



Raikkonen, por sinal, mostra um dos mais fracos desempenhos de campeões em exercício nas classificações. Larga em 6º amanhã, assim como largou em Hockenheim na etapa alemã. É muito pouco para quem defende um título mundial, pilota uma Ferrari (que mesmo não sendo favorita é sempre candidata a estar, na pior das hipóteses, na 2ª fila) e já está 7 pontos atrás do líder num campeonato equilibradíssimo como esse. Nas próximas provas a Ferrari terá de decidir com qual dos dois pilotos será traçada a briga direta pelo título. Se a apatia de Raikkonen persistir, ele perderá a chance de ouro de se impor perante Massa.

Porém, há um dado interessante a respeito do comportamento dos dois pilotos da Ferrari. Segundo Raikkonen, a equipe vive um "momento difícil", mas "não pode desistir". Massa, no entanto, disse que "tinha possibilidade de brigar pela pole" mas foi "atrapalhado pelo tráfego no Q3". Enquanto Raikkonen, numa atitude extremamente realista, admite que o momento não é bom para a escuderia italiana, Massa insiste em culpar terceiros pela falta de rendimento, dele e/ou do carro.

Para a dupla ferrarista resta pensar no campeonato. Marcar o maior número de pontos possíveis e tentar minimizar o prejuízo (que certamente virá) e esperar os circuitos de alta velocidade (Spa e Monza) é tudo que o time do cavalinho rampante pode fazer no momento.

Hungria - Results & Coments [2]

Um prá lá, um prá cá

O treino classificatório para o GP Hungria foi, no final das contas, extremamente previsível. Previsível até na costumeira surra que Nick Heidfeld vem levando do companheiro Robert Kubica na briga da classificação.

Enquanto Kubica quase sempre está brigando para pôr o carro entre os 8 primeiros, Heidfeld vem se notabilizando por não conseguir chegar nem ao Q3. Hoje ele sequer foi ao Q2.

Heidfeld alegou que foi atrapalhado por Bourdais, da STR, em sua última tentativa de volta e a reclamação teve efeito. O francês perdeu 5 posições (caiu de 14º para 19º) e Heidfeld subiu uma. Portanto, não se engane com o 15º posto do alemão da BMW: ele ficou fora da briga no Q1.

Enquanto Heidfeld se engalfinha com os ocupantes do fim do grid, Kubica está entre os ponteiros. Justamente quando começava-se a falar que a BMW "perdeu o encanto", o polonês recoloca a equipe alemã entre carros de uma equipe de ponta como a Ferrari. Talvez o menino-prodígio da terra do papa João Paulo esteja motivado pela presença da torcida no autódromo húngaro. A Polônia fica a poucas horas de distância de Budapeste de carro e o circuito de Hungaroring, que já fora dominado pelos alemães na "era Schumacher", vestiu-se de rubro para vibrar com o polonês voador.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Hungria - Results & Coments [1]

Treino de sexta é curioso. As vezes dá uma clareada sobre o que pode acontecer no sábado e no domingo, as vezes não quer dizer absolutamente nada. E hoje as sessões matutina e verspertina foram distintas.

Melhores tempos do dia em Hungaroring:

1 - Lewis Hamilton (McLaren-Mercedes) - 1m20s554 (53 voltas)
2 - Nelsinho Piquet (Renault) - 1m20s748 (57)
3 - Heikki Kovalainen (McLaren-Mercedes) - 1m20s760 (50)
4 - Fernando Alonso (Renault) - 1m20s928 (53)
5 - Felipe Massa (Ferrari) - 1m20s981 (55)
6 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 1m21s009 (57)
7 - Nick Heidfeld (BMW Sauber) - 1m21s138 (68)
8 - Robert Kubica (BMW Sauber) - 1m21s363 (54)
9 - Jarno Trulli (Toyota) - 1m21s505 (67)
10 - Nico Rosberg (Williams-Toyota) - 1m21s581 (34)
11 - Timo Glock (Toyota) - 1m21s662 (61)
12 - Mark Webber (RBR-Renault) - 1m21s733 (66)
13 - David Coulthard (RBR-Renault) - 1m21s837 (50)
14 - Kazuki Nakajima (Williams-Toyota) - 1m21s902 (55)
15 - Sebastien Bourdais (STR-Ferrari) - 1m21s955 (67)
16 - Jenson Button (Honda) - 1m22s150 (68)
17 - Giancarlo Fisichella (Force India-Ferrari) - 1m22s197 (64)
18 - Adrian Sutil (Force India-Ferrari) - 1m22s358 (62
19 - Rubens Barrichello (Honda) - 1m22s448 (59)
20 - Sebastian Vettel (STR-Ferrari) - 1m22s945 (9)

Notinhas do dia:

- A 1ª sessão foi um engano coletivo: Ferraris fazendo 1-2 com Massa e Raikkonen, McLaren com a 2ª fila. Mas na 2ª sessão, Lewis Hamilton e Heikki Kovalainen pulverizaram os tempos da manhã;

- A dupla da McLaren fez dobradinha durante quase todo o treino vespertino. Kovalainen e Hamilton se alternaram algumas vezes na 1ª posição. Faltando menos de meia hora para o fim, Hamilton fez duas voltas voadoras e se garantiu na ponta;

- Kovalainen seria o 2º, mas Nelsinho Piquet voou no fim do treino. Faltando 3 minutos para o fim, o brasileiro marcou 1m20s748 e se colocou em 2º, entre as duas McLarens. Alonso também aprontou das suas: marcou o 4º tempo e ficou a frente das duas Ferraris. O tempo de Alonso, para se ter uma idéia do feito, é melhor do que o registrado por Massa na sessão matutina (liderada pelo ferrarista). A Renault é expert na arte do blefe (já aprontou essas surpresas algumas outras vezes);

- De manhã, a Ferrari foi dominante. A tarde, levou tempo até da Renault. A verdade é que em Hungaroring a McLaren parece estar um passo a frente. O tempo da melhor Ferrari (Massa - 1m20s981, no trieno matutino) é mais de 4 décimos pior que o da melhor McLaren (Hamilton - 1m20s554, no treino vespertino). Se durante a corrida a diferença estiver nesse patamar, o GP Hungria será mais um passeio da McLaren;

- Coulthard obteve mais destaque mostrando o traseiro durante a semana, isso é FATO;

- Barrichello só escapou da lanterna porque Vettel não deu muitas voltas antes de ter parar com problemas no carro. A sexta não foi nada proveitosa para o jovem alemão: probelmas nas duas sessões de treinos.