O caso teve início ainda na primeira metade do ano. Projetos do F-2007 foram encontrados na casa de Mike Coughlan, projetista e homem de confiança de Dennis na McLaren. Descobriu-se depois que os projetos confidenciais da Ferrari foram entregues a Coughlan por Nigel Stepney, engenheiro-chefe da escudeira italiana. Os dois foram demitidos assim que o escândalo se tornou público, mas os estragos a imagem da McLaren já estavam feitos.
O julgamento ocorreu na quinta-feira anterior ao gp belga. Jornalistas, câmeras, flashes, holofotes e o futuro de uma das mais importantes equipes da história da F-1 em jogo. Nos meses anteriores muito se falou sobre o caso. Alguns jornais chegaram a levantar a possibilidade de exclusão da McLaren da temporada de 2007. Envolto em brigas domésticas entre Alonso e Hamilton e correndo o risco de ficar de fora da atividade a qual dedicou boa parte de sua vida, Ron Dennis, o homem forte da equipe, viveu um ano de terror. Ao final da temporada ainda teria de amargar a derrota de Hamilton numa disputa que chegou a Interlagos praticamente decidida.
Depois da sessão-tapetão houve, enfim a corrida. Corrida que, aliás, foi dominada pela Ferrari. Primeira fila na classificação de sábado, dobradinha no domingo. A prova, no pelotão da frente, foi previsível. O único momento de tensão vivido entre os ponteiros foi na largada: as Ferrari lideraram sem problemas, porém, Alonso e Hamilton estiveram perto de se tocar.
Lado-a-lado na curva La Source, a primeira após a partida, os dois pilotos da equipe prateada dividiram cada centímetro da pista. Malandro, Alonso deixou o carro espalhar, mas não obteve vantagem imediata sobre Hamilton. O inglês aproveitou a área de escape asfaltada, conseguiu aderência e equilíbrio e ficou em paralelo com o espanhol. A manobra kamikaze dos dois ainda não havia terminado. A próxima curva era a famosa Eau Rouge. Hamilton e Alonso mergulham juntos no declive com o pé embaixo. Sob os gritos histéricos de “aí não cabem dois”, disparados por Galvão Bueno, as duas McLaren decidem a manobra na tangência seguinte. Com o lado preferencial, Alonso fica com a 3ª posição e, junto com Hamilton, protagoniza um dos grandes lances da temporada. Pode-se dizer que, para o “G4” (as duplas de Ferrari e McLaren), a corrida acabou aí. A Ferrari partiu para comandar as ações e a McLaren apenas completava os 4 primeiros lugares. No pelotão intermediário pegas animados movimentaram as 44 voltas na pista belga.
Mas lá na frente as coisas não mudaram. Raikkonen vencia mais uma em Spa, Massa completava a dobradinha e a Ferrari, sem sua principal rival na briga, sagrava-se campeã de construtores pela 15ª vez na história. O título de pilotos, porém, estaria indefinido até a última corrida.
Vídeo com o resumo e o contexto da prova, narrado em espanhol:
4 comentários:
Nâo achei esta corrida emocionante, pelo menos depois da partida, com os McLaren lado a lado na La Source, e a subir o Radillon. Era uma coisa muito mais jogada nos bastidores, com o Raikonnen a fazer a sua corrida e a ganhar. Também ela foi corrida sob céu limpo...
Este ano vai ser muito diferente, em todos os aspectos. Garantido!
P.S. Obrigado por visitares-me. Volta sempre! Um abraço do outro lado do Atlântico.
Eu acho que a corrida já tem um favorito: Raikkonen. O cara manda muito em Spa. É igual o Massa na Turquia.
Pra ser bem sincero, achei a corrida do ano passado chata
Jamais acreditei na hipótese da McLaren ser expulsa da F-1. A politicagem é braba!
E a corrida de 2007 foi chata no pelotão da fretne. Tudo igual a largda, chegaram como saíram.
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