Lewis Hamilton, Felipe Massa e o azarão Robert Kubica são os três pilotos com chances reais de título. Raikkonen, Heidfeld e Kovalainen têm chances matemáticas, mas estão fora da briga justamente por causa de seus companheiros de equipe.
No trio do título, Kubica é um improvável campeão. Possui chances, mas precisaria de uma combinação de resultados praticamente impossível para ser levar o título. Sua BMW, sabe-se, ainda não é carro para brigar por vitórias com McLaren e Ferrari. Mas, a STR também não tinha chances em Monza...
Portanto, para efeito prático, Kubica é zebra em todas as corridas. Mas lembrem-se do GP Itália e do fim da temporada passada. Fazer previsões é um risco.
- GP Cingapura (Cingapura) – A corrida do próximo domingo é uma grande incógnita para todos. Será a primeira vez na história que a F-1 entrará na pista para uma corrida noturna. O comportamento dos carros, a visibilidade e o nível de aquecimento dos pneus prometem ser pontos decisivos.
A pista é de rua e a vantagem teórica nesse tipo de traçado é da McLaren, com o MP4/23, que se sai melhor em pistas travadas. A favor da equipe inglesa ainda está a questão climática: o carro britânico obtém um desempenho melhor que o da Ferrari com temperaturas amenas. Com a ausência da luz solar, a temperatura da pista deve ficar próxima à temperatura ambiente, favorecendo o time de Lewis Hamilton.
Porém, o pneus, como sempre, podem ser fator ainda mais decisivo. Em Mônaco a vantagem teórica também era da McLaren mas a Ferrari fez a 1ª fila na classificação e teve boas chances na corrida. O motivo: os pneus macios e super-macios, os mesmos que a Bridgestone enviará para Cingapura. É justamente com esse tipo de pneu a Ferrari tem se saído melhor, ao contrário da McLaren, que se adaptou com mais eficiência aos pneus médios e duros. Esta escolha da fabricante dos “calçados” deve tornar a disputa um pouco mais equilibrada. Contudo, a vantagem ainda é da McLaren. Se chover então (e há possibilidades, segundo a previsão do tempo), o time de Woking é franco favorito.
Mas, pistas de rua sempre reservam surpresas.
- GP Japão (Monte Fuji) – Fazer uma prévia do GP Japão sem pensar em chuva é praticamente impossível. A pista de Fuji, numa área montanhosa e aos pés do morro que lhe dá nome, é caracterizada pela presença constante de nuvens carregadas. E na chuva, a vantagem, como já foi salientado, é da McLaren. O carro inglês rende mais debaixo d’água porque possui maior facilidade em gerar calor e aderência nos pneus, ponto em que a Ferrari leva um baile. É curioso, porque a equipe italiana trabalhava com a Bridgestone mesmo enquanto haviam duas fornecedoras de pneus e ainda assim a McLaren (que corria com calçados da Michelin) é superior, demonstrando grande capacidade de adaptação.
- GP China (Xangai) – Depois de receber a Olimpíada e a Para-Olimpíada, a China abre as portas para a Fórmula-1, pela 5ª vez em sua história. O gp chinês é disputado desde 2004 na pista de Xangai, construída especialmente para abrigar a categoria, que está de olho no mercado que mais cresce no planeta.
Xangai é, talvez, a pista onde se nota o maior favoritismo da Ferrari. Das quatro corridas realizadas lá até hoje, a equipe italiana só perdeu uma, em 2005, quando disputou a temporada com um carro extremamente mal-nascido. O traçado é do jeito que o F-2008 gosta: retas longas e curvas de média e alta velocidade, privilegiando a eficiência aerodinâmica dos carros de Felipe Massa e Kimi Raikkonen.
E a pista já deu sorte a um brasileiro: Rubens Barrichello foi o primeiro vencedor do GP China, em 2004, com a Ferrari. Foi sua 9ª e última vitória na Ferrari, última de Rubinho desde então.
Porém, a chuva também não está descartada no autódromo projetado por Hermann Tilke. As duas últimas edições da corrida na China tiveram pista molhada em algum momento da prova, e nessas condições, repete-se a história: vantagem inglesa.
- GP Brasil (Interlagos) – Pela 4ª vez em sua história, o autódromo de Interlagos encerrará uma temporada de F-1 e, provavelmete, decidirá o título. Se a disputa chegar indefinida em São Paulo, será a 4ª vez consecutiva que Interlagos proclamará o campeão.
O traçado da pista brasileira é um caso curioso: com suas curvas lentas e seu miolo travado, em tese, deveria favorecer a McLaren. Mas nos dois últimos anos a Ferrari venceu com folga em São Paulo: em 2006, Felipe Massa não teve adversários, e em 2007 venceria de novo, não existisse a necessidade de fazer o jogo de equipe com Raikkonen.
O fato é que a pista tem um caráter um tanto quanto dúbio: o miolo, do “Laranjinha” até a Junção, é a parte travada, de média/baixa velocidade, privilegiando a aderência mecânica que favorece o modelo da McLaren. Já o “anel externo” (a denominação não é usual, mas faço uso para facilitar as coisas por aqui) é a parte de alta velocidade, que se estende desde a Subida do Boxes até voltar ao “Laranjinha”. É nessa parte do circuito que os carros atingem os maiores picos de velocidade e é onde, em teoria, a Ferrari leva vantagem.
Nos últimos 10 anos, Interlagos faz questão de se apresentar como território neutro: 4 vitórias da Ferrari (2000, 2002, 2006, 2007), 4 da McLaren (1998, 1999, 2001, 2005) e 2 triunfos de outras equipes. É a pista em que há a maior dificuldade em apontar em favorito, mas é a que pode ter sua corrida decidida na escolha dos pneus.
A Bridgestone trará compostos médios e duros para a corrida brasileira, ao contrário do ano passado, quando vieram os compostos macios e super-macios, e a McLaren passa a possuir uma pequena vantagem. Mas, 2008 já provou ser um ano em que fazer previsões é correr grande risco de errar.
Um comentário:
excelente e acompanho seu raciocínio...
se não chovesse, já ajudaria e muito o Massa...
Nos resta ficar de olho...
Abração
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