Rubens Barrichello não enxerga o GP Brasil como sua última corrida. Talvez precise de um óculos.
O paulista, recordista de participações em corridas de F-1, está em seu último ano de contrato com a Honda. A equipe ainda não falou em renovação, mesmo a essa altura do campeonato. Ano que vem a Petrobras será patrocinadora da equipe e é consenso que haverá um brasileiro no time nipônico. Mas dificilmente o piloto verde-e-amarelo será Barrichello.
A petroleira quer associar sua imagem à de um piloto jovem e promissor. Opções não faltam: Nelsinho Piquet e Lucas di Grassi ainda não possuem um lugar certo para se instalar e um deles pode ir para o time nipônico. O maior boato que corre é o de que Bruno Senna ocuparia a vaga de Rubinho.
Fora da Honda, restaria ao ex-ferrarista buscar uma vaguinha na única equipe que ainda não confirmou vaga: a Toro Rosso. Também fala-se em Senna no time de Gerhard Berger. E vamos combinar: vale muito mais a pena para uma equipe ter alguém com o sobrenome “Senna”, que agrega valor imediato e trás grande visibilidade, do que alguém identificado como Barrichello. O nome de Rubinho carrega consigo a imagem de um piloto que “não aconteceu” na F-1 e se tornou limitado por escândalos como o do indefectível GP Áustria-2002. Há uma questão de imagem e de mercado dificultando a vida do veterano.
A não ser que tenha um contrato de gaveta com alguma equipe, Barrichello estará, mais uma vez, dando murro em ponta de faca.
Rubinho parece estar de olhos fechados a todas essas evidências e afirma que a corrida do próximo dia 2 não será a última de sua carreira na F-1. Está fechando os olhos a um cenário que está bem delineado a sua frente, mas que ele insiste em não aceitar, como nos anos-Ferrari, quando o brasileiro repetia, ano após ano, que tinha chances de ser campeão do mundo.
A gente sabia que não, a imprensa sabia que não, o próprio Barrichello sabia que não.
Mas Rubinho insistia, dizia que sim, se frustrava e frustrava uma torcida inteira. Hoje o piloto sofre com as críticas severas e com as gozações que surgem, invariavelmente, assim que seu nome é citado. Pura e simplesmente por estar sempre de olhos bem fechados.
É uma grande metáfora da carreira deste piloto. Sempre foi assim, prometendo o que não podia cumprir, que ele levou a torcida na conversa. Uma hora, porém, o caldo entornou, e os torcedores brasileiros, passionais que são, não mais toleraram a falta dos resultados prometidos.
Quem me conhece sabe o quanto gosto e o quanto respeito o Rubens. Mas não dá pra tapar esse Sol com uma peneira e fingir não ver os erros primários que rodeiam a vida profissional do piloto com mais largadas na história. Em outra postagem, disse que “Rubinho merecia uma saída mais digna.” Continuo pensando assim.
“Barrica, enxergue o cenário a sua frente e recolha pra garagem.”
Noticias: Diretores de equipa estranham troca de diretor a três corridas do
fim
-
A chegada de *Rui Marques* ao cargo de diretor de corrida da Formula 1,
apesar de ter - por agora - para as corridas finais da temporada, foi
encarada p...
Há 37 minutos
4 comentários:
Tem razão ele merece uma despedida menos inglória. Mas convenhamos...
Ele próprio não se ajuda.
Vide esta nova história do sequestro da mãe dele pela Ferrari durante aquele fatídico GP da Austria...
E ele nem para desmentir tamanha besteira.
verdade...
e vai encerrando a carreira...
forçadamente...
Ele merecia se despedir de uma forma melhor, mas fala mais do que deve. fica difícil...
Groo/Diego: esse é o grande problema do Rubens. Suas próprias atitudes não são muito coerentes com a realidade;
Felipão: não há saída para ele, pelos menos aparentemente;
Obrigado, senhores!
Postar um comentário