quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Mais do mesmo: há um algo a mais na vitória de Alonso

Durante o dia de domingo, visitei todos os blogs aí ao lado, como de costume. E alguns deles chamavam a atenção para a vitória de Alonso, com a mediana (para não dizer medíocre) Renault. Percebi que eu não havia dado o mesmo destaque ao êxito do espanhol. E é hora de corrigir o pequeno deslize.

Porque no último domingo, Alonso venceu com todos os rivais das equipes grandes na pista. Não houve Safety Car nem chuva nem nada que promovesse alguma bagunça nas posições. Os peixes-grandes simplesmente largaram mal, e isso faz parte do jogo. Alonso não tinha nada com os problemas depressivos de Hamilton, com fortes traços de garoto problemático e suicida, nem com os de Massa, igualmente confuso, com tendências homicidas. Alonso passou limpo na largada e seguiu sua vida.

Foi no ato contínuo que se desenrolou a partir daí que o espanhol mostrou porque é bicampeão. Seu carro, como ele mesmo já fez questão de deixar público, não é o melhor (nem de longe) do grid. Pelo histórico desse ano, a própria BMW de Kubica, que seguia no seu encalço, era um oponente temeroso. Mas Alonso andou como um alucinado lá na frente, contornou as possíveis desvantagens técnicas de seu carro e venceu. Imediatamente atrás do asturiano estavam uma BMW (Kubica) e uma Ferrari (Raikkonen)! Fernando não deu chances a ambos.

Uma vitória como essa separa o joio do trigo e deixa algumas coisas claras: Alonso pode, sem sombra de dúvidas, ser apontado como o melhor piloto da atualidade. Isso é subjetivo, vai muito do gosto de cada um, mas o bicampeão pode e deve figurar nessa categoria. Até mesmo em níveis um pouco mais ambiciosos. Alonso é, na minha opinião (e isso pode e deve ser debatido, com bons argumentos), o segundo melhor piloto da década. Está atrás somente daquele cara do queixão, que é, obviamente, o bambambam dos anos 2000, um dos grandes nomes da história.

Outra coisa curiosa, levantada pelo meu xará Fábio Campos, do excelente Grid GP, é que Alonso está com a mesma quantidade de vitórias de Kimi Raikkonen. A um primeiro oilhar, nada demais, são dois pilotos de sucesso e campeões mundiais. Há, porém, uma diferença gritante: Raikkonen está no melhor carro do grid (junto com a McLaren, claro), enquanto Alonso está num bólido que figura entre as equipes médias. Como disse o próprio Campos “piloto que é bom mesmo consegue, de uma maneira ou de outra, aparecer bem.”


Esse é Fernando Alonso. Pode-se não gostar dele e de seu jeito marrento e reclamão, mas não admitir sua qualidade é um quase que um crime.

3 comentários:

Ron Groo disse...

Realmente não houve safety car ou chuva, mas... E tem sempre que ter um quando se trata de Alonso. Teve a barbeiragem de Lewis e a canetada dos fiscais de prova.
Sou suspeito. Acho o Alonso um mala!
Abraço

Anônimo disse...

Fábio concordo com o que vc escreveu, o espanhol é realmente o melhor piloto do grid, tb acho que, na ordem, shumi e Alonso são os melhores da década, todavia, se acontecer a transferencia para a Ferrari em 1 ano, eu aposto nisso, veremos quem é, de fato o melhor.

Fábio Andrade disse...

Groo: já havia me informado sobre alguns rumores a respeito do seu azedume quando o assunto é o Alonso. Eu também não gostava dele e do seu jeito chato (dessa última característica eu continuo não gostando). Mas tive que dar o braço a torcer: Alonso pilota como campeão;

Icarrow: acho dificílimo que Alonso consiga chegar perto dos números do Schumi. A idade e a quantidade de concorrentes à altura são fatores complicadores. Além do mais, o espanhol não precisa provar nada a ninguém: ganhou dois títulos com o alemão na pista.

Voltem sempre, senhores!