quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A mesma praça, outro jardim: Japão 2007

Depois do sabático período do inédito GP Cingapura, as seções do De Olho Na F-1 voltam à sua rotina normal. E pra começar o período pré-GP Japão, as lembranças da corrida do ano passado:

Em 2007 Hamilton também chegava ao Japão na liderança do campeonato. Possuía dois pontos de vantagem sobre Alonso, treze sobre Raikkonen e vinte pra cima de Massa, que só apresentava chances matemáticas.

O fim de semana em Monte Fuji foi extremamente chuvoso, e debaixo do dilúvio nipônico as McLaren dominaram a classificação. Hamilton foi pole, seguido por Alonso, Raikkonen e Massa. Ou seja, um treino classificatório sem surpresas.

Na hora da largada chovia muito e a partida foi dada com Safety Car, para que os pilotos pudessem se ambientar à pista encharcada. Porém, a medida que era cautelar foi prorrogada além do limite: o carro de segurança adiou o início real da corrida por 20 voltas, ou longos 40 minutos. Havia muita água e neblina na pista, condições nada seguras para a realização de um gp de F-1.

Mas automobilismo é feito de riscos, está na essência do esporte. Talvez entendendo isso, a direção de prova finalmente ordenou a saída do Safety Car da pista e, finalmente teve início o GP Japão. No momento da relargada ficou claro que a corrida seria muito confusa. A chuva forte só permitia ao líder enxergar com nitidez. O resto do grid teria de se guiar pela luz piscante dos carros da frente. O spray formado pela passagem dos carros era muito intenso.

Em meio ao temporal japonês, a Ferrari pagou mico (pra variar) e não equipou os carros de Massa e Raikkonen com pneus de chuva extrema. Mandou os dois à pista com calçados intermediários, uma decisão quase que homicida. É a prova de que o comando do time de Maranello já anda mal das pernas há um bom tempo. Os pilotos tiveram de ir aos boxes com a corrida já iniciada e voltaram à pista nos últimos lugares do grid.

E assim seguiu o GP Japão, que começava a revelar o talento do alemão Sebastian Vettel. O garoto se classificara em 8º no sábado, ganhara duas posições com o problemas das Ferrari e ao fim da 1ª volta “pra valer” já era o 3º. Com as paradas dos líderes Alonso e Hamilton, o alemãozinho liderou a corrida por algumas voltas. Pena que tenha se envolvido numa batida boba com Mark Webber, ficando sem condições de chegar ao sonhado pódio.

Na 34ª volta, um susto! A imagem de Hamilton fora da pista anima os torcedores de Alonso (e os secadores de plantão também). Para a sorte do inglês o toque com Kubica não trouxe maiores conseqüências para nenhum do dois. E na verdade, a vítima de um infortúnio na corrida de Fuji seria o principal rival de Lewis na briga pelo título.

Na volta 45 do Grande Prêmio do Japão 2007 o campeonato caiu no colo de Lewis Hamilton. O grande oponente que o inglês enfrentou desde o meio da temporada sucumbiu à chuva e rodou sozinho, batendo no muro de proteção. Alonso sairia de Fuji zerado, parado nos 95 pontos. Hamilton, o provável vencedor da corrida iria a 107, abrindo uma vantagem de 12 pontos a duas provas do final da temporada.

Na parte final da prova Kovalainen surgia em 2º com a Renault, beneficiado pela entrada do Safety Car. Raikkonen era o 3º e, dadas as circunstâncias do início da corrida, conseguia uma ótima posição, eu lhe rendia 6 valiosos pontos.

E a grande sensação da volta final de Fuji foi a disputa de posição entre Massa e Kubica. Uma disputa dura, com várias saídas de pista dos dois lados, que culminou na bela “esticada” que o ferrarista deu na pista japonesa. Massa levou clara vantagem na manobra ao usar uma área de escape, que naturalmente não faz parte da pista. Não merecia ser punido?

Alheio à disputa da 6ª posição, Hamilton venceu e convenceu em Fuji, se despedindo do Japão com 12 pontos de vantagem sobre Alonso. Foi, sem dúvidas, a vitória mais importante de sua carreira, numa pista molhada, em que o aclamado bicampeão cometeu um erro que praticamente entregou o título. Hamilton saiu da Terra do Sol como grande fenômeno. Porém, as duas últimas corridas do ano tratariam de desconstruir o mito.

Resumo da corrida, com narração de Galvão Bueno e comentários de Reginaldo Leme e Luciano Burti:

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