quinta-feira, 5 de junho de 2008

A mesma praça, outro jardim: Canadá 2007

Hoje, quinta-feira, é véspera dos treinos livres do Grande Prêmio do Canadá de Fórmula-1 e o De Olho na F-1 refresca a memória do leitor com os acontecementos da corrida do ano passado.

O GP Canadá 2007 marcou a 1ª vitória do novato que sacudiu a temporada. Lewis Hamilton conquistou seu primeiro triunfo na Fórmula-1 no circuito Gilles Villeneuve em uma corrida acidentada. Tendo conquistado a pole, Hamilton viu a liderança da prova passar por vários pilotos, mas as várias entradas do safety car lhe devolveram a 1ª posição.


A corrida também foi marcante por pontuar uma virada no campeonato. A pista de Montreal com suas longas retas era tida como território de fácil domínio pela Ferrari, que tinha como vantagem técnica a maior distância entre-eixos de seus carros. Mas, surpreendentemente, a McLaren fez a 1ª fila na classificação de sábado e poderia ter terminado o fim de semana com um resultado ainda melhor, não fosse o decepcionante 7º lugar de Alonso. Para a equipe de Maranello o GP foi desastroso. As entradas do carro de segurança não foram proveitosas, Raikkonen terminou apenas em 5º e Massa foi desclassificado depois de sair dos boxes enquanto o pit lane estava com luzes vermelhas. Entretanto, a F-1 ainda desconfiava do domínio dos prateados no Canadá, e esperava-se que a Ferrari ressurgisse no GP seguinte, o dos Estados Unidos. O que ninguém imaginava era que a virada da McLaren era consistente e que, a hegemonia que a Ferrari apresentara nas primeiras provas do ano estava seriamente ameaçada.

Outra curiosidade do GP de 2007 foi a configuração do pódio. Os três primeiros postos costumam ser ocupados por Ferrari ou McLaren, mas na corrida do ano passado as zebras deram as caras em Montreal. Hamilton (o único visitante costumaz) venceu com a McLaren, mas as surpresas eram Heidfeld em 2º com a BMW e Wruz em 3º com a Williams (que não recebia um troféu desde 2004), beneficiados com as entradas do Safety Car.

Mas acima de tudo isso, o que marcou a corrida do Canadá foi o acidente de Robert Kubica na curva do Hairpin. O polonês tentava a ultrapassagem sobre Jarno Trulli da Toyota quando ocorreu um contato entre o pneu dianteiro-esquerdo de sua BMW e o traseiro-direito da Toyota do italiano. A partir daí se desenrolou uma das cenas mais assombradoras da Fórmula-1: Kubica perdeu o controle do carro, que decolou e atingiu o muro a 230Km/h, despedaçando-se praticamente por inteiro. O impacto foi tão forte que o bólido ainda capotou enquanto atravessava a pista pra sofrer novo impacto, este mais brando, contra outro muro. A imagem do polonês imóvel dentro do carro destruído fez o clima fechar e a Fórmula-1 se viu diante de uma sombra que sempre ronda o esporte-a-motor. Mas, para alívio de todos, Kubica saiu do autódromo, acredite, com uma torção no tornozelo, e nada mais. Depois da cena desoladora, a F-1 se despediu do Canadá com sua segurança mais que comprovada.

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