
quinta-feira, 31 de julho de 2008
Se eles têm, nós também temos. Será mesmo?

A mesma praça, outro jardim: Hungria 2007



Na Ferrari, o clima era muito menos bélico, mas não totalmente confortável. Massa ficou fora do Q3 por (adivinhem) um erro da equipe: Felipe ficou sem combustível durante sua segunda tentativa de volta no Q2 e teve de contentar com o 14º lugar. Raikkonen fez o 4º tempo, mas acabou subindo para 3º depois da punição imposta a Alonso.
Se no sábado o treino foi marcado por emoções fortes, a corrida no domingo foi, como de costume na Hungria, chatíssima. Hamilton liderou a prova de ponta a ponta e não deu chances ao rivais. Sofreu uma pequena pressão de Raikkonen no fim, mas nada suficiente para causar preocupações. Alonso foi 4º e Massa (vítima da fila indiana húngara) chegou em 13º.

Kova fica!

E já são menos dois assentos a menos para os jornalistas europeus poderem especular...
quarta-feira, 30 de julho de 2008
A união tenta fazer a força
Contrariando todas as perspectivas a reunião foi construtiva e gerou um fruto inesperado: a FOTA (Formula One Teams Association, em tradução livre, Associação de Equipes de Fórmula Um). A nova sigla reune todas as equipes do mundial e servirá para dar sustentação às ações dos times, que passarão a ser executadas em grupo. A entidade recém criada vai representar as equipes na FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e na FOM (Formula One Management). Em grupo, certamente as decisões e anseios das equipes terão mais força e mais legitimidade, e a briga política pelos rumos do esporte e do dinheiro ficará mais acirrada.
A criação da FOTA pode ainda sinalizar a diminuição cada vez maior da influência de Berine Ecclestone na atual F-1. Com a entidade, as equipes vão brigar para que os rumos comerciais e esportivos da Fórmula-1 atendam a seus próprios interesses e não aos de terceiros. De interessante para o público, a única coisa que a criação da FOTA trouxe foi a sinalização de que as equipes não estão muito interessadas em romper com a F-1 e formar campeonatos alternativos. Porque do jeito que as coisas estão, essa FOTA vai brigar mesmo é pra anabolizar a força das montadoras na F-1.
O novo hit
Detalhe: o que o amiguinho de Coulthard está fazendo ajeitando a bermuda?
Alheio às especulações e gracejos de blogueiros intrometidos, David Coulthard vai ajudar a emplacar o novo hit do verão europeu:
Hoje é festa lá em Saint-Tropez
Pode aparecer
Vai rolar bunda-lê-lê
terça-feira, 29 de julho de 2008
Vira Virou!
Esse é o tema da Coluna do Fábio Andrade no EsporteZone. Leia lá, comente aqui.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Cotação em alta
O ex-piloto e atual sócio da STR (a atual equipe de Vettel) Gerhard Berger disse hoje em entrevista à imprensa européia que Vettel está vinculado a Red Bull por dois anos (2009 e 2010). Ainda segundo Berger, Sebastian deve estar "pronto" para pilotar uma Ferrari ou uma McLaren ao final do contrato. O atual chefe de Vettel disse ainda que certamente as equipes grandes se interessarão pelo garoto (de apenas 21 anos) em 2011, quando expira o contrato do piloto com a RBR.
A causa do pancadão
Ainda na nota, a Toyota esclarece que a peça era remanscente do GP Inglaterra, e que antes de ser reutilizada na Alemanha sofreu as inspeções de segurança necessárias. Diante da clara falta de confiabilidade das tais inspeções, a equipe nipônica informou que vai intensificar a exigência dos procedimentos de segurança que checam a durabilidade dos compostos de seus carros.
Taí o vídeo, com a batida que quase mudou a história do GP Alemanha:
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Entre orelhas e bigornas, dá-lhe McLaren!
A Ferrari passou a semana andando discretamente. Sempre ocupando a 2ª fila na tabela de classificação de treinos, o time de Maranello dá sinais de que a fase definitivamente não é boa. Depois da lavada imposta por Lewis Hamilton no GP Alemanha, o time vermelho apareceu em Jerez com a novidade aerodinâmica mais usada em 2008: a tampa em formato "bigorna" (ou quilha de tubarão, com queira). Mas a novidade não parece ter surtido muito efeito: andando com a tal quilha, Felipe Massa foi apenas o 5º hoje na Espanha, com o tempo de 1m19s611, 1,3s atrás de Kovalainen.


quinta-feira, 24 de julho de 2008
Um tapinha, definitivamente, não dói
Entenda os interesses envolvidos no caso e como a F-1 ficou ameaçada
A vitória de Mosley é um golpe duro nos tablóides ingleses, célebres por invadir a privacidade das personalidades da terra da rainha. O vídeo divulgado pelo tablóide pôs os rumos da F-1 em dúvida, uma vez que diversos patrocinadores, federações nacionais e chefes de estado com o principe Albert, de Mônaco, sentiram mal-estar em ter de negociar com uma figura envolvida em um escândalo de tamanhas proporções.
E é por falar no lado político da coisa que se percebe o quanto os bastidores da F-1 são mutáveis. Quando o escândalo estourou falou-se em "fim da FIA", "racha entre as federações", e até em "fim do automobilismo como conhecemos hoje". Agora que a poeira já abaixou, Mosley deve terminar seu mandato calmamente e a F-1 e o restante das categorias do mundo seguirão como sempre foram.
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Jerez manda notícias!
Ontem e hoje Sebastian Vettel da Toro Rosso (STR) foi o mais rápido. McLaren e Ferrari vieram em segundo e terceiro lugar, respectivamente. Mas o que chamou a atenção até aqui não foi o desempenho dos carros e sim um incidente ocorrido ontem.
A BMW estava preparada para iniciar os testes com o KERS, o sistema que vai armazenar a energia cinética dos carros para oferecer ao piloto uma potência extra. Essa dose a mais de força será utilizada no momento em que o piloto achar mais apropriado. Ontem o piloto de testes da BMW Christian Klien deu algumas voltas com o sistema e retornou à garagem. No momento em que um mêcanico encostou no carro para empurrá-lo, foi atingido por um intenso choque elétrico.
O mêcanico foi hospitalizado mas não sofreu nada mais grave do que uns arranhões e escoriações. Esse problema com a BMW não é o primeiro ocorrido em um carro com o KERS. Semana passada, na Inglaterra, houve um princípio de incêndio na área que desenvolvia o dispositivo na fábrica da Red Bull Racing (RBR). O incêndio foi causado por uma pane elétrica no KERS.
O problema com o dispositivo já levou chefes de equipe como Ross Brown a se manifestar contra o seu uso. Segundo Ross e outros líderes de escuderias, o tempo para que o sistema seja testado é muito curto e o desenvolvimento do aritifício colide com a tentativa de baratear os custos da F-1. Além desses problemas levantados por Brown o fato é que o KERS é mais uma tentativa artificial de aumentar o número de ultrapassagens na F-1. Considerando as atuais regras (que também têm esse objetivo e não conseguem antingí-lo) é melhor que o KERS fique só no papel.
Para não passar em branco
- Lewis Hamilton humilhou a concorrência. O inglês, aliás, sequer teve concorrentes. Correu sozinho e usou e abusou da superioridade que sua McLaren lhe ofereceu. McLaren que, inclusive, parece ter virado a disputa contra a Ferrari. Hamilton saiu da Alemanha como líder isolado, 3 pontos a frente de Massa, e 7 a frente de Raikkonen;

- A McLaren usando o tal dispositivo ou não, o fato é que a corrida foi ruim para a Ferrari. Raikkonen, que já vinha mal desde o sábado, largou em 6º e chegou em 6º. Massa, o 2º no grid, não foi páreo para Hamilton em nenhum momento e terminou a corrida em 3º tendo que aguentar a pressão da BMW de Heidfeld. Não era o esperado para a equipe que começou o ano moendo as rivais.
Na briga interna pequena vantagem para Massa. 54 pontos para o brasileiro e 51 para o finlandês. Com mais da metade da temporada realizada, aproxima-se a hora de a equipe decidir que será o homem a lutar pelo título;
- Nelsinho Piquet fez história em Hockenheim. Lá, onde seu pai iniciou uma carreira campeã em 1978, Piquetzinho subiu pela 1ª no pódio da F-1. Sorriu e se mostrou visivelmente emocionado com o feito. O 2º lugar de Piquet teve muito de sorte pois sem a batida de Glock e a posterior entrada do Safety Car o brasileiro não iria para a ponta. Mas o estreante mereceu o feito por ter se portado bem quando se viu entre os líderes da prova. Não tentou segurar Hamilton (demonstrando inteligência, já que não tem carro para isso) nem deixou Massa se aproximar. E ainda aproveitou para calar a boca dos críticos. De quebra, conseguiu o que seu companheiro de equipe e bicampeão mundial Fernando Alonso deseja desde o início do ano: um pódio;
- Kovalainen vai alimentando os rumores sobre sua substituição no fim do ano. Largou em 3º, chegou a ameaçar Massa nas primeiras voltas e depois desapareceu. O contraste entre a atuação de gala de Hamilton e o rendimento discreto do finlandês é constrangedor;
- E o pódio do GP Alemanha foi histórico para o Brasil. Desde o ano de 1991 que o país não tinha 2 representantes na festa do champanhe. Naquela ocasião Ayrton Senna e Nelson Piquet subiam ao pódio do GP Bélgica. Senna era o vencedor, Piquet o 3º. No pódio de domingo o nome Piquet estava outra vez em cena, agora com o filho do tricampeão, Nelsinho Piquet, o 2º colocado. Massa em 3º foi o outro brazuca a fazer história na Alemanha.
GP Alemanha, após 67 voltas:
01
Lewis Hamilton
Mclaren-Mercedes
01h31m20s874
02
Nelsinho Piquet
Renault
+00m05s586
03
Felipe Massa
Ferrari
+00m09s339
04
Nick Heidfeld
Bmw Sauber
+00m09s825
05
Heikki Kovalainen
Mclaren-Mercedes
+00m12s411
06
Kimi Raikkonen
Ferrari
+00m14s483
07
Robert Kubica
Bmw Sauber
+00m22s603
08
Sebastian Vettel
Toro Rosso
+00m33s282
09
Jarno Trulli
Toyota
+00m37s199
10
Nico Rosberg
Williams
+00m37s658
11
Fernando Alonso
Renault
+00m38s625
12
Sebastien Bourdais
Toro Rosso
+00m39s111
13
David Coulthard
Red Bull
+00m54s971
14
Giancarlo Fisichella
Force India
+00m59s093
15
Kazuki Nakajima
Williams
+01m00s003
16
Adrian Sutil
Force India
+01m09s488
17
Jenson Button
Honda
+1 volta
18
Rubens Barrichello
Honda
+17 voltas
19
Mark Webber
Red Bull
+27 voltas
20
Timo Glock
Toyota
+32 voltas
Classificação Geral de Pilotos, após 10 etapas:
01 - Lewis Hamilton (McLaren) - 58
02 - Felipe Massa (Ferrari) - 54
03 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 51
04 - Robert Kubica (BMW) - 48
05 - Nick Heidfeld (BMW) - 41
06 - Heikki Kovalainen (McLaren) - 28
07 - Jarno Trulli (Toyota) - 20
08 - Mark Webber (RBR) - 18
09 - Fernando Alonso (Renault) - 13
10 - Rubens Barrichello (Honda) - 11
11 - Nelsinho Piquet (Renault) - 10
12 - Nico Rosberg (Williams) - 8
13 - Kazuki Nakajima (Williams) - 8
14 - David Coulthard (RBR) - 6
15 - Sebastian Vettel (STR) - 6
16 - Timo Glock (Toyota) - 5
17 - Jenson Button (Honda) - 3
18 - Sebastien Bourdais (STR) - 2
19 - Giancarlo Fisichella (Force India) - 0
20 - Takuma Sato (Super Aguri) - 0
21 - Anthony Davidson (Super Aguri) - 0
22 - Adrian Sutil (Force India) - 0
Classificação Geral de Equipes, após 10 etapas:
01 - Ferrari - 105
02 - Bmw Sauber - 89
03 - Mclaren-Mercedes - 86
04 - Toyota - 25
05 - Red Bull - 24
06 - Renault - 23
07 - Williams - 16
08 - Honda - 14
09 - Toro Rosso - 8
10 - Force India - 0
11 - Super Aguri - 0
É cada uma...
Claro, não custava ao Raikkonen parar um minutinho para socorrer a criança, apesar de não ter sido ele o causador da queda da menina. Mas o que fica de curioso mesmo na história é a freqüência com que o atual campeão se envolve em situações prá lá de inusitadas.
terça-feira, 22 de julho de 2008
Avisando
Peço desculpas aos leitores com os quais já criei um vínculo. É por uma boa causa.
Daqui a pouco eu volto com umas novidades não tão novas...
terça-feira, 15 de julho de 2008
Uma pausa
E é com pesar que informo que durante essa "uma semana" o blog ficará inativo. Por tanto não haverá, por aqui, cobertura do GP Alemanha.
Como eu sempre digo, vida de blogueiro amador é dose.
Mas, como sempre, deixo duas dicas de feras do jornalismo automobilístico: Blog do Gomes e Blog do Capelli.
Boas férias pra mim e até breve!
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Roteiro Italiano
Claro, todo mundo lembra. Todo mundo lembra da polêmica, do desespero de Ron Dennis (que jurou não saber de nada), da condenação milionária imposta a McLaren, do risco de a equipe inglesa ser expulsa da categoria, etc, etc, etc. E digo mais: todo mundo vai continuar lembrando, porque o caso foi um daqueles episódios que entraram para a história da Fórmula-1.
Pois bem. Depois de todo o sangue escorrido, a coisa acaba bem ao estilo Ferrari: em pizza. Em nota divulgada hoje a toda a imprensa, a Ferrari afirma que aceita o pedido de desculpas da McLaren. Esta, por sua vez, confirma que reiterou o pedido formal de desculpas à fábrica italiana e que ambas concordaram em encerrar os processos que a Ferrari move na justiça contra a McLaren.
Nos comunicados emitidos pelas equipes ainda há outros esclarecimentos: a McLaren vai ressarcir os custos que a Ferrari teve com o episódio (quantia não especificada). Os italianos afirmaram que vão doar o dinheiro a instituições de caridade.
O único que continua a se ferrar é o tal de Nigel Stepney, o engenheiro da Ferrari que levou mais de 700 páginas com segredos industriais da equipe italiana à McLaren. Os processos contra Stepney prosseguirão normalmente.
O tempero é absolutamente típico.
quinta-feira, 10 de julho de 2008
1, 2, 3, Testando - Hockenheim [3]
Hockenheim, dia 3:
1 - Felipe Massa (Ferrari) - 1m14s989 (109 voltas)
2 - Jenson Button (Honda) - 1m15s081 (121)
3 - Heikki Kovalainen (McLaren-Mercedes) - 1m15s289 (123)
4 - Mark Webber (RBR-Renault) - 1m15s378 (118)
5 - Sebastian Vettel (STR-Ferrari) - 1m15s556 (106)
6 - Fernando Alonso (Renault) - 1m15s593 (115)
7 - Kazuki Nakajima (Williams-Toyota) - 1m15s759 (119)
8 - Robert Kubica (BMW Sauber) - 1m15s869 (107)
9 - Jarno Trulli (Toyota) - 1m16s065 (129)
10 - Giancarlo Fisichella (Force India-Ferrari) - 1m16s113 (74)
Notinhas do dia:
- O tempo do Hamilton ontem foi, realmente, um tempaço;
- A Honda começou a semana na lanterna e terminou brigando pela ponta com a Ferrari;
- A BMW andou mal durante os três dias de testes;
- E falando em testes, vale lembrar: testes não querem dizer muita coisa. Rola blefe, gente andando muito leve, outros testando configurações de corrida, etc. Verdade mesmo só dias 18, 19 e 20 de julho, no Grande Prêmio da Alemanha.
quarta-feira, 9 de julho de 2008
1, 2, 3, Testando - Hockenheim [2]
Hockenheim, dia 2:
1 - Lewis Hamilton (McLaren-Mercedes) - 1m14s872 (101 voltas)
2 - Nico Rosberg (Williams-Toyota) - 1m15s257 (117)
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 1m15s296 (90)
4 - David Coulthard (RBR-Renault) - 1m15s767 (42)
5 - Adrian Sutil (Force India-Ferrari) - 1m15s945 (97)
6 - Sebastian Vettel (STR-Ferrari) - 1m15s955 (62)
7 - Timo Glock (Toyota) - 1m15s995 (114)
8 - Fernando Alonso (Renault) - 1m16s141 (106)
9 - Rubens Barrichello (Honda) - 1m16s144 (90)
10 - Mark Webber (RBR-Renault) - 1m16s217 (70)
11 - Nick Heidfeld (BMW Sauber) - 1m16s235 (115)
12 - Sébastien Bourdias (STR-Ferrari) - 1m16s550 (36)
Notinha do dia:
- Não, a Fórmula-1 não ganhou uma nova equipe. A diferença no número de pilotos de ontem (10 pra hoje (12) é motivada pelas irmãs Red Bull e Toro Rosso. Hoje elas resolveram por os dois pilotos titulares na pista. O restante das equipe continuou andando com apenas um.
La Bomba
O Santander está bastante interessado em voltar a patrocinar um carro pilotado por Alonso. A parceira entre a imagem do piloto (fenômeno de popularidade na Espanha) e a do banco rendeu bons frutos publicitários ao Santander ano passado, quando Fernando "levou" a marca do banco para os carros da McLaren. Essa parceria entre patrocinador-piloto-equipe era uma espécie de garantia de que Alonso ficaria na McLaren por um bom tempo, dado o valor do contrato (25 milhões de euros). O Santander investiu pesado na equipe de Ron Dennis e contava com a permanência de Alonso no time. Quando o bicampeão anunciou que estava de saída após apenas um ano no time inglês o Santander se viu sem seu principal garoto-propaganda.

Uma possível transferência de Alonso para a Ferrari não é assunto novo. Desde o ano passado, quando o asturiano tornou pública sua insatisfação com o ambiente na McLaren, as especulações a esse respeito são intensas. E elas aumentam sempre que um dos integrantes da atual dupla da Ferrari faz uma exibição fraca. Não por acaso, o nome cotado para dar adeus a escuderia italiana é o de Felipe Massa.
Tudo, porém, pode não passar de boataria (sempre ela) levantada apenas para vender jornal. A história tem, no mínimo, dois pontos fracos: 1) Kimi Raikkonen e Felipe Massa têm contrato assinado para o próximo ano. Vaga na Ferrari só a partir de 2010, quando expiram as obrigações do campeão Raikkonen com o time. 2) O carro da Ferrari já é muito bem patrocinado pela Philip Morris (dona da marca de cigarros Marlboro, presente na F-1 desde 1972), e continuará assim até, pelo menos, 2011. Segundo a imprensa, a marca do banco Santander (vermelha e branca) ocuparia a asa dianteira, a traseira e o macacão dos pilotos. A Sport Bild parece ter esquecido que o macacão, a asa traseira, a carenagem e o capacete dos pilotos da Ferrari são territórios de propriedade da Philip por pelo menos mais 3 anos.


terça-feira, 8 de julho de 2008
Novidades na área
Para começar, o blogueiro que vos fala crê que a marca desse campeonato é a irregularidade dos pilotos e das equipes principais. Concorda? Discorda?
Leia lá, comente aqui.
*A coluna substituirá o Especial de Domingo, usualmente postado aqui no blog
1, 2, 3, Testando - Hockenheim [1]
A chuva atrasou o início das atividades pela manhã, mas a tarde a pista secou e os pilotos trabalharam normalmente. O mais rápido do dia foi Lewis Hamilton com a McLaren. O inglês girou sua melhor volta em 1m15s483, 0,320s melhor que Kimi Raikkonen, o segundo do dia.
E a novidade do dia foi a McLaren estrear a tampa do motor no formato bigorna. A novidade aerodinâmica (que pra mim se parece mais com a quilha de um tubarão) foi usada primeiramente pela Renault e virou moda. É o tipo de adereço (assim como as "tampas" do aro das rodas introduzidas pela Ferrari e copiadas por boa parte das equipes) que tem efeito duvidoso e só serve para deixar o carro mais feio.
1 - Lewis Hamilton (McLaren-Mercedes) - 1m15s483 (75 voltas)
2 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 1m15s803 (63)
3 - Nico Rosberg (Williams-Toyota) - 1m16s099 (87)
4 - Adrian Sutil (Force India-Ferrari) - 1m16s516 (97)
5 - Sebastien Bourdais (STR-Ferrari) - 1m16s533 (113)
6 - Kamui Kobayashi (Toyota) - 1m16s570 (65)
7 - Nick Heidfeld (BMW Sauber) - 1m16s593 (59)
8 - Nelsinho Piquet (Renault) - 1m16s856 (111)
9 - David Coulthard (RBR-Renault) - 1m17s361 (67)
10 - Alexander Wurz (Honda) - 1m17s825 (89)
Notinha do dia:
- A Honda, lamentavelmente, ficou com a laterna do 1º dia de testes. Mesmo depois de Rubens Barrichello ter dado uma aula de pilotagem na chuva de Silverstone. Prova-se, então, que o carro japonês é um anfíbio: vive na terra, mas se dá melhor na água
O mico do campeão
A cena é de instantes antes da largada para o GP Inglaterra, domingo. Pelo que parece, o fotógrafo pisa em uma mochila de Kimi Raikkonen. E o campeão reage de forma, no mínimo, grosseira.
"Bem, falar de fora é fácil", vão dizer os mais afoitos. Desde que a cena se tornou pública as pessoas já se manifestaram das mais variadas formas. Algumas defendem Kimi: "Ah, esse fotógrafo já devia estar incomodando o Raikkonen a algum tempo", ou "O Kimi tem razão porque esses fotógrafos o perseguem" são os argumentos de quem dá razão ao finlandês. De toda forma a reação de Raikkonen foi desproporcional. Afinal, o ferrarista é uma pessoa pública e o fotógrafo apenas estava fazendo seu trabalho.
Para a sorte de Raikkonen, o fotógrafo (que trabalha na F-1 a mais de 30 anos) não pretende entrar com nenhum processo, como se conclui na nota divulgada hoje a imprensa.
E pra finalizar: devia ter uma coisa de muito valor (etílico, no mínimo) naquela mochila, hein?
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Inglaterra - Results & Coments [11]
- Lewis Hamilton deu show. É incrível. Um cara capaz de cometer um erro ridículo como aquele de Montreal também é capaz de fazer exibições de gala pouco tempo depois. Por hora ele calou os críticos. Mas muita gente (inclusive eu) ainda não confia plenamente no rapazinho. Ainda tem muito o que provar. Mas, como já disse, por um tempo ele vai ser elevado a gênio de novo. Vai voltar a lua-de-mel com torcida, imprensa, etc. Pelo menos até a próxima besteira. Independente das patuscadas, Hamilton voltou a ser líder do mundial. Foi quem saiu de Silverstone com o maior lucro;

--
- Nick Heidfeld fez o terceiro pódio do ano. E curiosamente é a terceira vez que o alemão chega em 2º no ano. Até nisso (vão dizer que eu estou pegando no pé do cara, e talvez esteja mesmo) o Kubica anda fazendo melhor: o polonês tem, até aqui, 4 pódios. São dois segundos lugares, um terceiro e uma vitória. Mas o momento é de felicitar o Nick pela boa corrida de ontem. Enquanto Kubica foi vítima da chuva torrencial, Heidfeld se manteve na pista e descolou 8 pontos no mundial. Tá achando que é pouco? Não, não é. Heidfeld está agora a 10 pontos de Kubica e a 12 dos líderes Hamilton, Massa e Raikkonen. Do jeito que esses três cometem erros, quem sabe...;

- Rubens Barrichello fez uma das melhores corridas de sua carreira ontem. A prova não ficou devendo nada a suas melhores exibições como Hockenheim-2000, Monza-2004 e a própria corrida de Silverstone em 2003. Com todas as deficiências do carro e num ambiente absolutamente adverso, Barrichello deu show de pilotagem. Foi, junto com Hamilton, o melhor em pista. E deu um recado a direção da Honda: "ainda estou vivo";

--
- Kovalainen não teve fôlego para aguentar a pressão. Resistiu aos ataques de Hamilton apenas nas primeiras voltas e depois cedeu. Durante a prova, não teve ritmo e fechou em 5º. Depois de fazer a pole e chegar a falar em vencer, fez pouco;

--
- Na Renault ficou a sensação de "quase". Nelsinho tinha chance de ir ao pódio, mas a inexperiência cobrou a conta e o brasileiro ficou pela caixa de brita do circuito britânico. Alonso também tinha chances reais de um 4º lugar, mas teve de se contentar com o 6º. A Renault QUASE conseguiu sair de um GP com os dois carros pontuando;
--
- Por fim o mico do final de semana: o pífio desempenho da Ferrari. Raikkonen rodou duas vezes e chegou apenas na 4ª posição. Massa foi a vergonha da prova: 13º (último dos que completaram) e 2 voltas atrás do líder, Massa provou que estar numa Ferrari não conta muito se a competência não estiver de carona. Com o resultado o brasileiro desconstruiu toda a boa impressão que lhe era creditada desde o GP Bahrein. Pelo menos saiu de Silverstone empatado com o líder.
Tabela 2008, após 9 etapas
01
Lewis Hamilton
Mclaren-Mercedes
01h39m09s440
02
Nick Heidfeld
Bmw Sauber
+01m08s577
03
Rubens Barrichello
Honda
+01m22s273
04
Kimi Raikkonen
Ferrari
+1 volta
05
Heikki Kovalainen
Mclaren-Mercedes
+1 volta
06
Fernando Alonso
Renault
+1 volta
07
Jarno Trulli
Toyota
+1 volta
08
Kazuki Nakajima
Williams
+1 volta
09
Nico Rosberg
Williams
+1 volta
10
Mark Webber
Red Bull
+1 volta
11
Sebastien Bourdais
Toro Rosso
+1 volta
12
Timo Glock
Toyota
+1 volta
13
Felipe Massa
Ferrari
+2 voltas
14
Robert Kubica
Bmw Sauber
+21 voltas
15
Jenson Button
Honda
+21 voltas
16
Nelsinho Piquet
Renault
+25 voltas
17
Giancarlo Fisichella
Force India
+34 voltas
18
Adrian Sutil
Force India
+59 voltas
19
Sebastian Vettel
Toro Rosso
+60 voltas
20
David Coulthard
Red Bull
+60 voltas
Classificação Geral de Pilotos, após 9 etapas:
01 - Lewis Hamilton (McLaren) - 48
02 - Felipe Massa (Ferrari) - 48
03 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 48
04 - Robert Kubica (BMW) - 46
05 - Nick Heidfeld (BMW) - 36
06 - Heikki Kovalainen (McLaren) - 24
07 - Jarno Trulli (Toyota) - 20
08 - Mark Webber (RBR) - 18
09 - Fernando Alonso (Renault) - 13
10 - Rubens Barrichello (Honda) - 11
11 - Nico Rosberg (Williams) - 8
12 - Kazuki Nakajima (Williams) - 8
13 - David Coulthard (RBR) - 6
14 - Timo Glock (Toyota) - 5
15 - Sebastian Vettel (STR) - 5
16 - Jenson Button (Honda) - 3
17 - Sebastien Bourdais (STR) - 2
18 - Nelsinho Piquet (Renault) - 2
19 - Giancarlo Fisichella (Force India) - 0
20 - Takuma Sato (Super Aguri) - 0
21 - Anthony Davidson (Super Aguri) - 0
22 - Adrian Sutil (Force India) - 0
Classificação Geral de Equipes, após 9 etapas:
01 - Ferrari- 96
02 - Bmw Sauber - 82
03 - Mclaren-Mercedes - 72
04 - Toyota - 25
05 - Red Bull - 24
06 - Williams - 16
07 - Renault - 15
08 - Honda - 14
09 - Toro Rosso- 7
10 - Force India - 0
11 - Super Aguri - 0
Vídeo da Semana
A corrida de ontem em Silverstone foi histórica. Uma pilotagem consistente de Lewis Hamilton (que finalmente venceu em casa), um 3º lugar heróico de Rubens Barrichello (com o fraco carro da Honda, fez 6 ultrapassagens na 1ª volta), uma corrida cheia de alternativas que certamente entrará para o hall das grandes exibições de talento dos 20 malucos que pilotam os F-1.
Mas Silverstone guarda em suas curvas e retas histórias não menos brilhantes e gloriosas. No vídeo acima estamos em 1991. A temporada estava bipolarizada: de um lado o bicampeão Ayrton Senna com sua McLaren. De outro o leão inglês Nigel Mansell em sua segunda passagem pela Williams. O carro de Mr. Frank era pouca coisa superior a McLaren, e já começava a desenvolver o uso da suspensão ativa, que revolucionou a disputa nas pistas na década de 90. Mas Mansell era Mansell, e com quebras ou batidas em corridas confortáveis ia (de novo) entregando o título aos rivais.
Mas a despeito de tudo isso o leão chegou em Silverstone querendo vencer. Para quem não sabe, a Grã-Bretanha é o berço da F-1 e um dos países que mais incentiva o automobilismo. Os britânicos, apaixonados por carros e velocidade, não tinham um piloto campeão na F-1 desde James Hunt, em 1976. Mansell era a esperança dos súditos da rainha e já havia batido na trave diversas vezes. Arrojado, Nigel era o piloto que encarnou com perfeição a gíria "win or wall" (em tradução ao pé da letra, vitória ou muro). Esse jeito aguerrido de pilotagem fez de Mansell uma espécie de Hamilton da época: seus compatriotas estavam hipnotizados pela sua maneira agressiva de pilotar.
Também vale lembrar que Mansell, de bigodões e jeito bonachão, era uma figura inusitada. Não tinhas grandes desavenças com seus rivais (a exceção de Nelson Piquet, com quem viveu um período de guerra na sua 1ª passagem pela Williams) e acabava por se tornar um cara "gente boa", querido por quase todo mundo no paddock. No final de 1992, quando foi (finalmente) campeão e anunciou sua saída da F-1, recebeu declarações lisonjeiras de Ayrton Senna: "acredito que a Fórmula-1 sentirá bastante a sua falta, porque não pode prescindir de campeões como ele". O carisma de Mansell contribuia ainda mais para a euforia britânica em Silverstone.
O leão não decepcionou a torcida. Fez a pole no sábado e venceu com autoridade no domingo, repetindo os anos de 86 e 87. O autódromo explodiu num frisson poucas vezes visto na F-1. A vitória naquele momento reduzia um pouco a grande diferença que Senna conseguira abrir na tabela de pilotos. E Ayrton protagonizou com Mansell uma das cenas mais curiosas da história da Fórmula-1 (essa que o vídeo acima retrata). O brasileiro ficou sem gasolina na última volta do GP, mas como estava uma volta a frente do restante dos pilotos, ficou com o 4º lugar assegurado. Enquanto Mansell fazia sua "volta da vitória", Senna caminhava em direção aos boxes. Quando Nigel chegou ao ponto onde Senna caminhava, parou a Williams. O brasileiro não se fez de rogado: pegou uma carona na carenagem do bólido do inglês. Um fiscal de prova ainda tentou retirar Senna do carro (dados os riscos de Ayrton escorregar e sofrer algum tipo acidente), mas Senna lhe deu um "chega pra lá". Foram os dois, juntos, rumo ao pit lane de Silverstone.

O vídeo é o retrato de um tempo que não existe mais na F-1. Não que os pilotos fossem melhores amigos naquela época. Mais havia espaço para um relacionamento minimamente civilizado. A cena, improvisada, porém simpática, refletiu o respeito e o clima de cordialidade da F-1 naquele ano. A disputa pelo título foi limpa, sem fechadas em chicanes ou batidas na 1ª curva.
E há um dado: depois do episódio acima ficou proibido que alguém se sente na carenagem dos bólidos. Nem precisava. Com a quantidade de adereços aerodinâmicos de hoje, ninguém se arriscaria a colocar o popô ali.
domingo, 6 de julho de 2008
Inglaterra - Results & Coments [9]
Me nego a discorrer sobre a corrida sem ter assistido a ela. Seria desonesto com os (poucos) leitores que tenho por aqui.
Vida de blogueiro amador é barra!
Deixo então para vcs duas boas dicas de análises: Blog do Capelli e Blog do Gomes
Não se esqueçam: amanhã tem o vídeo da semana!
Abraços!
sábado, 5 de julho de 2008
Confiar ou não, eis a questão
Olhando as previsões feitas durante o ano e o que efetivamente ocorreu durante as corridas a resposta é: não. A previsão do tempo cansou de prometer chuva em várias ocasiões esse ano. Relemebre:
- Sepang, Malásia. Durante a classificação apareceu na tela da tv: "previsão de chuva nos próximos 20 minutos". O treino acabou com todo mundo no seco;
- Mônaco. A previsão dizia que choveria durante todo o GP monegasco. A corrida, de fato, começou com água. Mas antes da metade da prova já havia parado de chover. O sistema de meteorologia previu, ainda durante a corrida: "chuva nos próximos 6 minutos". Mais de hora se passou e a corrida acabou com o asfalto seco. Sem contar que a Ferrari acreditou na previsão e prejudicou a corrida de Felipe Massa;
- Magny-Cours, França. O sistema previu chuva para o final da corrida. Para não dizer que houve nova imprecisão digamos que até caiu um sereninho na 10 últimas voltas. Mas o chuvisco era tão fraco que sequer alterou o comportamento dos carros;
- Silverstone, Inglaterra. Hoje mesmo os meteorologistas já enganaram todo mundo. Se a previsão deles fosse correta, a classificação era para ser disputada debaixo do maior toró. Hoje eles também não erraram totalmente: choveu um pouquinho no final do Q1. Mas em seguida o Sol apareceu vigorosamente e deixou os homens do tempo (mais uma vez) desacreditados.
Inglaterra - Results & Coments [8]
Heikki Kovalainen fez história hoje em Silverstone. Não apenas por cravar a 1ª pole position de sua carreira, mas também por fazê-lo num momento em que os holofotes estavam focalizados na outra McLaren, a de Lewis Hamilton. Autódromo inglês lotado, demonstrações de confiança da torcida e o bom desempenho durante os 2 primeiros "Q's" faziam todo mundo esperar uma pole da McLaren de número 22. Mas a posição número 1 ficou com o carro 23...

Kovalainen vê seu fim de semana ser coroado. Andou bem na sexta e foi sempre mais rápido que Hamilton, que parece sentir um pouco a pressão por um bom resultado diante de sua torcida. A volta da pole foi brilhante, mais de 0,5s a frente do 2ª colocado e 0,657s a frente da melhor Ferrari, a de Raikkonen. Kovalainen conseguiu ainda ser 0,8s melhor do que Hamilton.

H. Kovalainen (FIN)
McLaren
1m21s049
M. Webber (AUS)
RBR
1m21s554
K. Raikkonen (FIN)
Ferrari
1m21s706
L. Hamilton (ING)
McLaren
1m21s835
N. Heidfeld (ALE)
BMW Sauber
1m21s873
6
F. Alonso (ESP)
Renault
1m22s029
7
N. Piquet (BRA)
Renault
1m22s491
8
S. Vettel (ALE)
STR
1m23s251
9
F. Massa (BRA)
Ferrari
1m23s305
10
R. Kubica (POL)
sem tempo
D. Coulthard (ESC)
RBR
1m20s174
T. Glock (ALE)
Toyota
1m20s274
S. Bourdais (FRA)
STR
1m20s531
K. Nakajima (JAP)
Williams
1m21s112
J. Trulli (ITA)
Toyota
1m20s601
R. Barrichello (BRA)
Honda
1m21s512
J. Button (ING)
Honda
1m21s631
N. Rosberg (ALE)
Williams
1m21s668
A. Sutil (ALE)
Force India
1m21s786
G. Fisichella (ITA)
Force India
1m21s885
Inglaterra - Results & Coments [7]
Mediano. Esse foi o desempenho da Ferrari na classificação de hoje em Silverstone. O time que dominou os treinos de sexta com Massa fez um treino discreto. Kimi Raikkonen e Felipe Massa não andaram na ponta em nenhum momento do treino e largam em posições modestas: Kimi é o 3º e Massa o 9º.

Inglaterra - Results & Coments [6]
A sexta-feira da BMW foi discreta, mas o sábado finalmente foi bom. Poderia ter sido melhor se Kubica conseguisse andar rápido no Q3, mas de toda forma a equipe alemã levou os dois pilotos a fase final da classificação.
Nick Heidfeld finalmente vai largar a frente do companheiro de equipe. Depois de sucessivas derrotas para Kubica na disputa pela melhor posição no grid, o alemão conseguiu se posicionar a frente do parceiro de equipe. Só é uma pena que Nick tenha precisado que Robert não saísse para o Q3 para atingir o feito.

Kubica enfrentou dificuldades no Q3 e nem chegou a registrar tempo na etapa final da classificação. Com um "problemas na parte traseira do carro", o polonês larga em 10º amanhã. Terá de colocar em prática todo o talento que lhe rende a posição de piloto em ascensão para chegar aos pontos.
Inglaterra - Results & Coments [5]
Alonso e Piquet conseguiram andar bem em Silverstone. Piquet, aliás, vem cumprindo a promessa de melhorar de desempenho na "fase européia" da temporada, em circuitos que já conhece. E o melhor: Nelsinho conseguiu andar bem perto do companheiro Fernando Alonso. O espanhol larga em 6º e o brasileiro em 7º.

Falando em brasileiros, Nelsinho é o piloto tupiniquim mais bem colocado no grid de amanhã. É um feito. A 7ª posição de hoje é a melhor já conquistada por Piquet na F-1.
Inglaterra - Results & Coments [4]

Inglaterra - Results & Coments [3]
Cinco posições fazem muita diferença entre dois pilotos de uma equipe pequena?
Pode até ser que não, já que a tendencia é que eles briguem pela rabeira, as últimas posições do grid. Mas não foi o que aconteceu com Sébastien Bourdias e Sebastian Vettel da STR. Os dois supreenderam por avançar para o Q2 e Q3, respectivamente. E na hora da discussão interna, Vettel mostra a estrela que brilhou no ano passado, mas que andava meio apagada em 2008.
Bourdais larga amanhã em 13º e Vettel na surpreendente 8ª posição, a frente de uma Ferrari (Massa) e uma BMW (Kubica), que por um acaso são os líderes do mundial. Sim, Vettel foi beneficiado pelos problemas sofridos pelos dois carros que ocupam a 5ª fila, mas a sorte faz parte do jogo. Ou alguém aí vai desmerecer Massa por ter vencido na França só porque ele contou com a sorte?
Não estou certo mais me parece ser a melhor posição de largada do Vettel e da STR. Se for, o dia foi histórico para a Red Bull, que patrocina as duas equipes, já que Webber larga na 2ª posição (esta, confirmadamente, a melhor posição da história da Red Bull Racing na F-1)
Inglaterra - Results & Coments [2]
Depois de conseguir um desempenho razoável ontem, a Honda passou vergonha outra vez em Silverstone. Rubens Barrichello larga em 16ª e Jenson Button, em casa, em 17º. É um caso raro e crônico de mau desenvolvimento e uma prova de que dinheiro não resolve tudo na Fórmula-1.
E eu já esgotei tudo o que tinha pra falar da Honda. Mesmo não precisando manter uma "equipe satélite" (a Super Aguri, modesta equipe mantida pela Honda, faliu no início da temporada, quando a montadora informou que não iria mais oferecer o apoio financeiro ao pequeno time), a Honda continua fazendo o papelão do ano, tal qual ano passado.
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Despedidas em série
Os motivos para que a F-1 deixe seu palco primordial são basicamente financeiros. O BRDC (um clube de pilotos britânicos, proprietário do circuito) se recusava a pagar mais para receber uma corrida de F-1. O valor do contrato de Bernie Ecclestone com o clube era o 2º mais baixo dentre todos os circuitos que recebem a categoria, sendo maior apenas que o de Monte Carlo. Além disso, Ecclestone sempre reclamou da infra-estrututa de Silverstone, dizendo que o circuito não estava pronto para receber uma categoria como a Fórmula-1. O contrato com o BRDC dura até 2009, quando a F-1 irá se despedir de seu primeiro circuito.
Donington Park recebeu uma corrida da categoria apenas uma vez, em 1993, sob o título de Grande Prêmio da Europa (um artifício para que a Inglaterra tivesse dois GP's no mesmo ano). Apesar dessa única exibição, a corrida é lembrada até hoje. Foi nesse grande prêmio que Ayrton Senna fez uma de suas exibições de gala. Com a McLaren largando em 4º, debaixo de chuva, Senna caiu para a 5ª posição antes da 1ª curva. Mas ao final da 1ª volta o brasileiro já havia feito 4 ultrapassagens e alcançado a 1ª posição de forma magistral. Sem tomar conhecimento de rivais como Damon Hill e Alain Prost (com as toda-poderosas Williams da época) Senna venceu uma das provas mais lendárias da história da Fórmula-1.
Ó o vídeo da 1ª volta (uma aula de pilotagem, diga-se) aí:
Inglaterra - Results & Coments [1]
Os melhores tempos do dia são:
1 - Felipe Massa (Ferrari) - 1m19s575 (26 voltas)
2 - Heikki Kovalainen (McLaren-Mercedes) - 1m19s587 (50)
3 - Lewis Hamilton (McLaren-Mercedes) - 1m19s623 (44)
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 1m19s948 (47)
5 - Robert Kubica (BMW Sauber) - 1m20s367 (44)
6 - Fernando Alonso (Renault) - 1m20s436 (34)
7 - Mark Webber (RBR-Renault) - 1m20s520 (42)
8 - Sebastian Vettel (STR-Ferrari) - 1m20s588 (61)
9 - David Coulthard (RBR-Renault) - 1m20s589 (52)
10 - Nelsinho Piquet (Renault) - 1m20s653 (61)
11 - Nico Rosberg (Williams-Toyota) - 1m20s744 (70)
12 - Jenson Button (Honda) - 1m20s929 (46)
13 - Kazuki Nakajima (Williams-Toyota) - 1m20s985 (39)
14 - Rubens Barrichello (Honda) - 1m21s002 (38)
15 - Timo Glock (Toyota) - 1m21s102 (40)
16 - Nick Heidfeld (BMW Sauber) - 1m21s107 (54)
17 - Sebastien Bourdais (STR-Ferrari) - 1m21s166 (56)
18 - Jarno Trulli (Toyota) - 1m21s756 (52)
19 - Giancarlo Fisichella (Force India-Ferrari) - 1m21s520 (61)
20 - Adrian Sutil (Force India-Ferrari) - 1m22s169 (39)
Notinhas do dia:
- Felipe Massa sofreu um acidente razoavelmente forte na sessão livre da manhã. Perdeu a traseira do carro na curva Stowe, perto dos 300 Km/h. Apesar disso o brasileiro já havia girado em 1m19s575, tempo que ninguém conseguiu superar nos treinos da tarde. No momento da batida de Massa surgiram preocupações com uma possível troca de motores da Ferrari do brasileiro. A informação não procede. Os motores usados na sexta-feira não são os mesmos da classificação de sábado e da corrida de domingo. O motor de Magny-Cours está ileso e só será usado amanhã;
- Enquanto Massa brigou pela ponta, Kimi Raikkonen não teve um dia dos mais iluminados. Apagado na 1ª sessão fez apenas o 4º tempo. Na etapa verspetina Raikkonen ficou com um modesto 12º lugar. No balanço geral do dia o tempo e a posição conquistados de manhã prevaleceram. E é bom lembrar que Kimi corre com motor novo em Silverstone. A Ferrari optou por substituir o propulsor usado em Magny-Cours temendo que o esforço adicional causado pelo problema no escapamento comprometesse a performance do carro de Raikkonen. O campeão, porém não será punido: o regulamento desse ano permite que a 1ª troca de motor seja feita sem prejuízos. E é a 1ª de Raikkonen;
- Ontem Massa disse que "não podemos subestimar a McLaren". E não podem mesmo. Os ingleses ficarama a apenas 0,012s do melhor tempo de Massa. Hamilton fez seu melhor giro em 1m19s623 e Kovalainen ficou com 1m19s587. Kova, por sinal, se encontrou em Silverstone. Dos funcionários de Ron Dennis foi o que andou melhor, liderando a sessão da tarde com folga. Parece que o domínio ferrarista da França não vai se repetir na terra da rainha;
- Nick Heidfeld anda me deixando sem graça. Kubica foi o 5º e esteve onde todos esperam que a BMW esteja: atrás de Ferrari e McLaren. Mas Nick fez apenas o 16º melhor tempo do dia. Constrangedor;
- Alonso em 6º, Piquet em 10º. Dentro do esperado;
- No geral, Webber ficou em 7º, mas no resultado do treino vespertino o australiano ficou com o 2º tempo, pouco mais de 0,5s atrás de Kovalainen. Na verdade o treino da tarde foi meio esquisito. Massa andou mal, Raikkonen idem e a BMW esteve discretíssima. La na frente, além de Kova e Webber, estavam Lewis Hamilton, David Coulthard, Nico Rosberg e Sebastian Vettel;
- Vettel foi uma das surpresas da tarde. Chegou a fazer o 1º tempo provisoriamente. A notícia da aposentadoria de Coulthard (que abre uma vaga para a qual Vettel é o favorito na RBR) parece ter motivado ainda mais a jovem promessa alemã;
- Entre os "batidos" do dia ainda tivemos Jarno Trulli, que bateu no mesmo ponto em que Massa. O acidente dos dois foi muito parecido. Perderam o controle da traseira do carro, rodaram e acertaram a barreira de pneus. A diferença é que Felipe foi vítima de uma mancha de óleo deixada na pista em razão do estouro do motor Renault de Fernando Alonso, ao passo que Trulli teve a suspensão da Toyota quebrada em plena curva;
- A notícia-otimista do dia é que a Honda não ficou brigando para fugir da lanterna. Conseguiu ficar um pouquinho mais em cima na tabela.
E o pessoal do site Grande Prêmio conseguiu achar o vídeo da batida do Massa, que eu reproduzo aqui:
quinta-feira, 3 de julho de 2008
A mesma praça, outro jardim: Inglaterra 2007
Mas, deixemos o lado político-financeiro de lado e vamos ao que importa: o fim de semana do Gp. Pra começar é bom lembrar que a Inglaterra estava fascinada pelo prodígio Lewis Hamilton. A HamiltonMania estava no auge e Lewis em casa. A expectativa por uma vitória britânica dentro do Reino Unido era alitíssima. Desde David Coulthard em 2000 o fato não acontecia. E teve que ser adiado por mais um ano.
Na classificação de sábado, euforia. Lewis Hamilton faz a pole e o autódromo de Silverstone vem abaixo. Hamilton contou com uma pontinha de sorte para conquistar a pole. No final do treino Kimi Raikkonen voava com a Ferrari em sua última volta rápida. O finlandês, no entanto, deu uma pequena saidinha de pista na última volta, mas mesmo assim fez o melhor tempo do dia até ali: 1m20s099. Mas Hamilton ainda tinha uma volta pra girar e não a desperdiçou: com 1m19s997, o inglês superou Raikkonen por 0s119 (talvez o tempo que o ferrarista perdeu em sua saidinha na última curva). Fernando Alonso e Felipe Massa classificaram-se em 3º e 4º, respectivamente.
No domingo, Silverstone respirava confiança. Com a torcida desejando uma vitória (o que não deixa de exercer uma certa pressão mental sobre o piloto) os carros alinharam para a largada. Quando a partida estava para acontecer as luzes vermelhas começam a piscar. Era Felipe Massa com o motor de sua Ferrari apagado. O brasileiro (com a corrda absolutamente comprometida) teria de largar dos boxes enquanto o restante dos pilotos faria mais uma volta de apresentação. Na nova largada as posições dos ponteiros não sofreram mudanças: Hamilton era o líder, Raikkonen o 2º e Alonso o 3º. Mas Lewis enfrentava problemas de rendimento com os pneus duros e sofria um severo ataque de Kimi Raikkonen. No momento da 1ª parada nos boxes as posições se alteram: Alonso, com uma primeira "perna" mais longa, fica mais tempo na pista com o carro leve e volta na ponta. Raikkonen ganha a posição de Hamilton e volta em 2º. Lewis é apenas o 3º.
Lá na ponta Alonso continuava líder, seguido por Raikkonen e Hamilton. Na 2ª "janela" de pit stops, porém, o espanhol é vítima da mesma arma que usou para pular na ponta: Raikkonen faz um segundo trecho mais longo (6 voltas a mais que o espanhol) e volta à pista como líder, na 43ª volta. Alonso é o 2º e um apagado Hamilton o 3º. As posições não se alteraram nas poucas voltas que restavam para o fim e Kimi Raikkonen faturava a segunda vitória consecutiva na temporada 2007.

Ah, achei um vídeo com as ultrapassagens do Massa:
14 anos depois...
Apesar de ter pilotado carros campeões, como a McLaren do fim dos anos 90, Coulthard jamais disputou diretamente um título. Foi escudeiro de Mika Hakkinen, que ganhou 2 mundiais tendo David como companheiro de equipe, e não se impôs sobre Kimi Raikkonen quando o ice man chegou a McLaren em 2002. Os comentários sobre a fácil dominação que os companheiros de equipe exerciam sobre o escocês eram ácidos. Havia quem dissesse que Coulthard permanecia na F-1 mais pela fama de galã e playboy, que agradava aos patrocinadores, do que por um talento expressivo. O escocês, porém, tem em seu currículo uma vitória que faz inveja a qualquer um: ja faturou um GP Mônaco, em 2002, desbancando as favoritíssimas Ferraris de Michael Schumacher e Rubens Barrichello. Das 17 corridas daquele ano essa foi uma das duas que a Ferrari não ganhou.
Em 2004 Couthard se despediu da McLaren e foi para a RBR disputar a temporada 2005. Nesses 3 anos ajudou a equipe, que hoje briga para ser a 4ª potência do grid, a se desenvolver com a extensa experiência de mais de uma década de Fórmula-1.
Alheio as criticas, David vai despedir da F-1 com múmeros honrosos. Com 533 pontos ganhos até o atual momento, Coulthard já é o 4º maior pontuador da história, a frente de nomes como os dos tricampeões Nelson Piquet e Niki Lauda e atrás apenas do ícones Michael Schumacher, Alain Prost e Ayrton Senna.