segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O Inferno São os Outros

Que eu ando me irritando com a insistência de Rubens Barrichello em implorar um vaga na F-1 em 2009, não é novidade. Do ponto de vista do torcedor e apoiante do Rubinho que sempre fui, me irrita esse comportamento xiita de só querer a F-1, de fechar os olhos a tantas outras categorias automotivas que desejam ter Barrichello como integrante. Enfim, é assunto para uma outra (e possivelmente extensa) postagem.

A outra cena meio patética que Barrichello tem protagonizado também não é nova. Rubinho diz que vai escrever um livro contando tudo o que passou em seus 6 anos de Ferrari. “Um dia saberão a verdade” – disse Rubinho em entrevista à revista Veja. O assunto é antigo. Em outubro do ano passado, numa entrevista concedida a Galvão Bueno na semana do GP Brasil, o piloto duas vezes vice-campeão já havia revelado a intenção de escrever o tal livro.




Que Barrichello passou por situações incômodas e engoliu muitos sapos na Ferrari todo mundo sabe. A pergunta que fica é: por que então ficou tanto tempo na equipe italiana?

Oportunidades para abandonar o barco vermelho não faltaram. No início de 2001, as especulações da “rádio-paddock” sinalizavam um Barrichello fora da Ferrari ao final daquele ano, o último de seu contrato. O comportamento, de Rubinho no GP Áustria (corrida em que Barrichello cedeu o 2º a Schumacher na última curva), no entanto, pareceu ser decisivo e, semanas depois, o vínculo do brasileiro com o time italiano foi estendido por mais um ano.

Em 2002, semanas antes daquele GP Áustria que ninguém esquece, a Ferrari anunciou a extensão do contrato de Rubinho até 2004.

No início de 2004, situação repetida: o contrato que acabaria no final daquele ano, foi estendido até 2006. E agora sem choro e sem vela: já estava claro para todos que a Ferrari trabalhava com um regime hierárquico rígido, que premiava Michael Schumacher com os privilégios de 1º piloto. Essa renovação se deu depois da marmelada vermelha da Áustria. Portanto, se Rubinho estava tão infeliz na Ferrari, por que continuou?

Talvez pela mesma postura radical de quem não aceita correr em outra categoria. Foi a mesma cegueira travestida em esperança de um impossível título que fez de Barrichello um dos escudeiros mais afáveis que a F-1 já conheceu. Rubinho não foi obrigado a ficar 6 anos na Ferrari. Ficou porque quis. Desperdiçou seu talento a serviço de Schumacher também porque quis. Tentar posar de vítima do destino agora é trair a sua torcida e a si próprio. Se estava mesmo tão insatisfeito na Ferrari e consciente de que o papel de 2º piloto era a única coisa que lhe restava, Barrichello teve várias oportunidades para se despedir da equipe italiana e tentar a vida em outras equipes. É claro para o mundo que o brasileiro passou por muitas dificuldades no time vermelho, mas a autonomia para dar uma banana ao cavalinho rampante jamais lhe foi negada. Pelo contrário, chances para pular fora da barca vermelha capitaneada pelo alemão papa-títulos não faltaram.

Antes de culpar terceiros pelas situações desagradáveis vividas na Ferrari, seria interessante para Barrichello medir até que ponto suas próprias decisões interferiram nessa controversa relação Barrichello-Schumacher-Ferrari.

8 comentários:

Felipão disse...

Ele fala isso agora...

O piloto morre um pouco depoir que para de exercer suas funções nas pistas...

Isso é só choro momentaneo...

Ron Groo disse...

Eu já escrevi sobre isto, chamando Barrichello de homem 'bambu', verga sempre para não quebrar. E agora esta vergando até o limite, mas vai quebrar.
E tem mais, as outras catetgorias não estão nem ai pra ele... Dizem que teve convite de Roger Penske, mas to duvidando já...

Ingryd disse...

ahm... aonde que eu assino?!?!

Anônimo disse...

eh Groo, sobre o tal convite da Penske, puro boato. Nunca chegou nada ao Rubens e o Roger disse que a equipe dele nunca fez contato algum. Isso soh ganhou força por causa do rolo do Hélio com a justiça americana.
Eu tb jah estou ficando de saco cheio dessa "teimosia de criança de 3 anos" do Pé de Chinelo.

Diego Maulana disse...

O comportamento do Rubinho é pior do que o de uma crinça mimada. Não é porque ele passou tudo o que passou na Ferrari e na Honda que ele tem que achar que é o maioral e que poderia estar em qualquer lugar na F1. Tudo precisa de uma renovação e o tempo dele na F1 já acabou. Teria sido melhor ele ter tomado uma atitude com a do Coulthard.

Fábio Andrade disse...

Felipão: tomara que seja só chorinho mesmo. História mais chata essa do Rubens...;

Groo: me lembro desse post, acompanhei lá no seu blog e achei um primor. Fico com a impressão de que ele cansou de vergar e resolveu quebrar agora. Não seria um pouco tarde?;

Ingryd: valeu pela visita. E legal ver que uma galeeera também concorda comigo;

Maeda: rapaz, não falo nem pelo convite da Indy, mas pela qualidade do Rubinho. O automobilismo não se resume à F-1. Barrichello ainda tem muita vitalidade para tentar a vida em outras categorias. O mundo é muito maior do que só a F-1;

Diego: agora é minha vez: onde eu assino?

Senhores, muito obrigado!

Fábio Andrade disse...

*correção: senhores e senhoras, muito obrigado!

Anônimo disse...

Falou tudo cara!

Ele desperdiçou o talento dele, é um ótimo piloto. Mas fez as escolhas erradas.

Não é vítima.