Será mesmo Glock o vilão de Massa em Interlagos?
A seção Mais do Mesmo dessa semana ganha tom investigativo e pergunta: onde diabos se meteu Jarno Trulli, que largou em 2º e desapareceu no decorrer da corrida, quando Massa precisava dele?
Juntando essa informação com os dados do Inforace, ferramenta disponibilizada pelo site Grande Prêmio, chega-se a seguinte conclusão:
Trulli ficou boa parte da corrida preso atrás de um punhado de carros mais lentos. Explica-se: o italiano tentou se defender de Lewis Hamilton na freada do “S” do Senna na volta 12 e perdeu o controle de sua Toyota. Retornou à pista muitas posições atrás da ideal e com carros mais lentos a frente. Longe dos 5 primeiros, Trulli se perdeu em sua estratégia de corrida. Enquanto os pilotos que ocupavam posições intermediárias antes da secagem da pista faziam seus respectivos pit stops e voltavam à pista andando rápido, o italiano perdia tempo. Trulli deu muito azar e finalizou em 8º após ter largado em 2º.
Para entender o motivo de Trulli ser o vilão de Massa em Interlagos, é preciso um bom entendimento de dinâmica de corrida.
A largada foi dada com chuva. Todo mundo de pneus intermediários. Porém, a pista de Interlagos secou rápido e todos precisaram antecipar suas paradas para voltar com pneus lisos. No momento do entra-e-sai dos boxes, Fisichella surgiu em 5º. Trulli era o 6º, Hamilton o 7º. O inglês tentou ultrapassar Trulli no “S”. Ao tentar se defender, o italiano da Toyota deu uma espalhada e perdeu muitas posições. Limitado por vários carros que agora estavam a sua frente, Trulli perdeu tempo e contato com os carros da ponta, que continuavam a andar rápido.
Trulli caiu para a 9ª posição, atrás de Bourdais. Na volta 20 Jarno avançou para 8º, graças a parada do francês. A partir daí, Trulli ficou limitado por Giancarlo Fisichella, da Force India, perdendo de vez qualquer chance de boa posição na corrida.
Enquanto Trulli dava voltas lentas atrás de Fisichella, pilotos como Vettel voltavam dos boxes a frente do italiano, com pista livre e andando rápido.
Portanto, deixem o pobre do Glock em paz. Trulli foi o grande "vilão" (muitas aspas no "vilão") de Massa em Interlagos. Se (odeio lidar com o tal do “se” porque ele não é factual, mas, se não há remédio) o italiano da Toyota não tivesse errado em sua tentativa de defesa de posição, certamente haveria mais um carro entre Massa e Hamilton ao final da prova. No momento em que fosse superado por Vettel, Lewis estaria em dificílima situação, pois cairia não para 6º, mas para 7º (imaginando sempre que Trulli estivesse no pelotão da frente, Hamilton passaria a maior parte da corrida em 5º, não em 4º como aconteceu de fato. Nesse cenário, quando a chuva do final da corrida se confirmasse, as perdas de posições para Glock e Vettel, levariam Lewis ao 7º posto). Ainda que recuperasse a posição perdida para Glock, Hamilton não seria campeão. Como Trulli estaria, em teoria, um pouco mais a frente do que Glock esteve, eram grandes as chances de o italiano cruzar a linha de chegada antes de ser alcançado por Hamilton, mesmo com os pneus de pista seca.
Mas...
Se Trulli continuasse entre os 5 primeiros, tinha grande chance de vencer a corrida. Imaginem o seguinte: o italiano em 3º ou 4º continuaria na pista na hora da chuva. Pularia na ponta e iria se arrastar na pista molhada com o pneu de seco. Massa ficaria em 2º, posição que lhe tiraria o título, e avançaria rapidamente para alcançar o italiano. Será que o brasileiro dava conta de alcançar Trulli antes do fim da prova?
Não acredito em destino e em nenhum tipo de determinismo, mas no caso específico desse GP Brasil eu sou obrigado a dar o braço a torcer: tinha que ser um final emocionante de qualquer jeito.
As imagens do dia
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O vídeo de ontem sobre *Nico Rosberg* e a sua nova vida, como "venture
capitalist", mostra que ele não é o primeiro, nem será o último, piloto
campeão...
Há 6 horas
2 comentários:
Fábio, posso discordar de vc? Pra mim o verdadeiro vilão foi o Kubica. Que desempenho horrível do polonês em Interlagos. Ele sim tinha carro suficente para ficar na frente do Hamilton, ali no meio do bolo.
Paulo, "vilões" podem ter sido vários. Muita gente que costuma andar ali no meio não esteve bem domingo. Mas pelo que havia feito no sábado, o Trulli tinha "obrigação" de complicar a vida do Hamilton.
Valeu pelo coment, mlk!
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