quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Morde e Assopra

O dia foi de um incomum morde e assopra, protagonizado pela equipe Williams. Primeiro a escuderia inglesa, numa iniciativa pioneira, exibiu um modelo aproximado do carro do ano que vem, um FW30 adaptado às alterações regulamentares de 2009, como a limitação dos apêndices aerodinâmicos. O bólido que a equipe de Grove apresentou confirmou as expectativas: é bem “diferente”, com a asa dianteira mais larga e a traseira mais compacta. Não é tão pior do que bigornas e orelhas de dumbo, mas foi uma mordida dolorida no âmbito visual dos F-1.

Mais tarde, porém, veio o reparador assopro: a seguradora Allianz renovou o contrato publicitário com a Williams por mais 10 anos. O vínculo que já existia desde o ano 2000 se tornará um dos mais longevos da história não só da categoria, mas como do esporte mundial. A renovação também sinaliza um alívio para sir Frank Williams, já que seus outros colaboradores dão pistas de que abandonarão a equipe em 2009.

A Petrobras migra da Williams para Honda ano que vem. Mas essa não é, nem de longe, a perda mais significativa.

O banco RBS (Royal Bank of Scotland), um dos principais patrocinadores da equipe, por exemplo, precisou de socorro do governo inglês para não quebrar. Os rumores indicam que há forte possibilidade de a parceira não continuar em 2009 e a perda dessa fatia do orçamento pode colocar a Williams em situação delicada. Anualmente, o RBS injeta US$ 14 milhões na equipe. A falta dessa quantia pode iniciar um sério período de dificuldades financeiras para a única das equipes independentes que não recebe apoio de grandes montadores e/ou bilionários endinheirados.

O sinal de alerta já está aceso na equipe inglesa. Desde de 2006 os prejuízos acumulados atingem a marca de US$ 88 milhões. A falta de verba já causa danos à rotina do time. A Williams sofre com a concorrência de equipes emergentes como a Toro Rosso, apoiada pela Red Bull, e costumeiramente fica de fora do Q3 nas sessões classificatórias. É um sintoma sério da estagnação financeira de uma escuderia que já faturou 7 mundiais de pilotos e 9 de construtores. Hoje, infelizmente, o glorioso time do passado briga apenas pelos pontos.

5 comentários:

Felipe Maciel disse...

Estranha a postura da Allianz... Como sabem que a equipe vai aguentar por mais dez anos?

Bom, assim como eles, fico torcendo para que Sir. Frank consiga. Mas está cada vez mais difícil. Se sem crise mundial a Williams já estava em crise, com crise mundial como é que não vai estar?...

Felipão disse...

QUe situação...

Hoje está mais do que provado ter sido um erro nao ter vendido a equipe pra BMW...

Ron Groo disse...

A Williams vai sobreviver, sempre foi uma equipe sobrevivnte... E A Allianz teve mesmo ter bala na agulha, dez anos é uma vida...
Uma pergunta... a Miniatura da Williams prestobarba é sua? Que linda.

Anônimo disse...

Realmente a williams já foi sinônimo de prosperidade. Competia juntinho com a ferrari. Agora está nessa situação. Espero q melhore para a F1 ficar cada vez mais competitiva.

Fábio Andrade disse...

Maciel: cara, antes de achar a postura da Allianz estranha, achei que foi um alívio. Não sou o mais fã da Williams, mas não posso negar que admiro muito o time e que a situação deles me deixa preocupado;

Felipão: onde a equipe do tio Frank não estaria numa hora dessas, hein?;

Groo: tomara que sobreviva.

Minatura... err, que minatura?

Juro que só comecei a prestar atenção na fotinha do FW26 depois do que você falou. Não é meu não, achei na busca de imagens do Google mesmo;

Mengão: houve épocas em que a Williams engoliu a Ferrari. Tomara mesmo que os bons tempos voltem, acho que é a torcida de todo mundo que acompanha F-1.

Senhores, os comentários são sempre sucedidos pelos agradecimentos, então, obrigado!