domingo, 2 de novembro de 2008

Brasil - Especial: Em Primeira Pessoa

Incrível, estupendo, emocionante, histórico. Sobrarão adjetivos para classificar o mundial desse ano. Faltarão para classificar a corrida de hoje em Interlagos.

Quando eu imaginei, semana passada, que a última corrida do ano seria de tirar o fôlego, não esperava algo como hoje. Foi especial, sem a menor sombra de dúvidas, a melhor decisão de título que já vi. Uma das corridas que não serão esquecidas nunca.

Acordei hoje e a primeira coisa que pensei foi: “É hoje!” A F-1 ditou meus passos e pensamentos, não só hoje, como durante toda a última semana. E quando a hora da corrida chegou, foi um bate-coração terrível.

Depois da largada rola aquele instante de relaxamento. Correu tudo bem, Felipe levava a Ferrari tranqüilo na ponta, Hamilton era o 4º. O inglês ainda era campeão, mas a torcida por uma quebra ou por um erro de Lewis persistia. Afinal, “ainda restavam mais de 60 voltas para o final”, afinal, “corrida não se decide na 1ª volta.”

Mas a corrida prosseguiu, nada de Hamilton errar e o título parecia decidido.

Parecia.

Foi quando a chuva caiu, Glock surgiu em 4º e Vettel ultrapassou Hamilton. Me levantei do sofá, tremendo, com o coração na boca. Soltaria o grito de campeão que jamais soltei para um piloto brasileiro, veria a Ferrari mais uma vez campeã de pilotos e construtores.

Quando Felipe abriu a última volta, havia nada menos do que histeria aqui em casa e na vizinhança. Eu de pé, minha mãe idem, os dois abraçados e tremendo de nervosismo.

Dava pra ouvir o burburinho nas casas vizinhas. O morador de uma das casas aqui ao lado berrava. Eu o acompanhava como quem dialoga num tom de voz ensurdecedor: “vai Vettel! Vai Vettel!”

“Me larga que eu vou gritar” – adverti minha mãe.

Felipe cruza a linha em primeiro, seguro o grito porque ainda falta confirmar a posição de Hamilton.

O coração ameaça parar, sinto uma dorzinha fina no peito. Finalmente, chegou a hora.

Aí a imagem é cortada para a Junção. Glock, o teimoso do pneu de seco, perde velocidade de forma incrível. Hamilton o ultrapassa e é 5º. Campeão.

"Como assim?"

É, assim.

Fico feliz pelo título de Hamilton. Apesar de não ser o meu favorito, tem todos os méritos pelo belo campeonato que fez.

Fico feliz pelo 16º mundial de construtores da Ferrari, equipe do coração.

Mas é difícil esconder a frustração. O que era histeria torna-se um silencio duro e seco. Não só dentro de casa, mas entre os antes agitados vizinhos.

Era para ser e não foi. Já estava na mão e escapou. Uma broxada terrível depois de uma ejaculação precoce.

O final de campeonato mais emocionante da minha vida, daqueles que eu vou contar para os netos.

O ano de 2008 fechado com chave de ouro. Um temporada divertida desde a etapa inicial na Austrália até a penúltima curva do Brasil.

Ron Groo decretou e faço minhas suas palavras.

"Já estou com saudades."

6 comentários:

Anônimo disse...

final de F-1 espetacular, um dos maiores de todos os tempos.... título merecido pro Hamilton, assim como seria merecido para o Massa pela circunstância no final da corrida.... demais !!!

Anônimo disse...

Que final de corrida! Coisa única na minha vida.

Muito emocionante, realmente sentiremos saudades desse campeonato.

Ron Groo disse...

puxa... Obrigado pela citação. Fiquei honradissímo.

Marcos Antonio disse...

Final d ecorrida excepcional!merecido pra uma temporada tão incrível.Eu já estou com DPT -Depressão Pós Temporada...

Anônimo disse...

o pessoal perto de casa chegou a soltar rojão antes da patacoada do Glock..... fazer o que é a vida.
parabéns pro Hamilton, ele realmente merecia o título e fica pro Felipe o próximo ano (se a Ferrari ajudar, lógico).

Fábio Andrade disse...

Net/Sérgio: realmente demais. Quem quer que ganhasse o campeonato faria por merecer;

Groo: nem agradeça, o Blog do Groo é top line;

Marcos: agora costumam aparecer os sintomas da DPT. E o pior é que a próxima temporada começa bem tarde, no final de março ='(;

Paulo: o negócio também ferveu aqui na minha rua. Vizinho gritando, televisão no último volume... depois um silencio sem graça... coisas da vida!

Senhores muitíssimo obrigado pela visita e pelos comentários.