segunda-feira, 30 de março de 2009

Austrália Memories: 2001

Dúvida anotada nos Cadernos

Melbourne, início de outono no hemisfério sul, abertura do mundial de F-1 de 2001.

A temporada começava ainda sob o impacto do ano anterior. Meses antes, Michael Schumacher conquistara seu primeiro mundial de pilotos pela Ferrari, primeiro título da equipe desde Jody Scheckter em 1979, devolvendo assim a auto-estima aos tiffosi.

A McLaren, grande rival e única capaz de figurar no imaginário como equipe capaz de barrar o bem-nascido F-2001, prometia fazer oposição forte ao conjunto italiano, promessa não cumprida ao longo do ano.

Schumacher fez a pole e venceu, seguido por David Coulthard e Rubens Barrichello. Mika Hakkinen, grande adversário do alemão nas temporadas anteriores, não completou a corrida.

Mas o fato que mais chamou atenção durante a corrida não foi a tranqüila vitória do alemão da Ferrari, nem o abandono de Hakkinen, nem a corrida de recuperação de Rubinho, que largou mal e chegou a ocupar a 5ª posição. Foi o assustador acidente entre Ralf Schumacher e Jacques Villeneuve ainda no início da prova.

Visivelmente mais veloz, Villeneuve se aproximou rapidamente do alemão da Williams. Numa curta reta da pista de Melbourne, o canadense embutiu sua BAR na traseira de Ralf. A sobra de velocidade de Jacques era tamanha que o canadense se aproximou demais do carro do Schumacher caçula. Os dois colidiram, o carro de Villeneuve levantou vôo e os destroços se espalharam por toda a parte.



A terrível conseqüência da incrível batida foi a morte de um comissário de pista atingido pelos detritos voadores provenientes da batida, além de ferimentos em cerca de uma dezena de espectadores que se encontravam nas imediações do local do acidente. Foi a última vez que alguém morreu numa pista durante uma corrida de F-1.

Ou seja, os últimos anos foram de tanta evolução na segurança da F-1 que os dois pilotos envolvidos num acidente pavoroso como esse saem ilesos, enquanto um indivíduo localizado fora do carro perde a vida. Quer dizer que é mais seguro estar dentro de um carro durante a corrida do que estar nas proximidades assistindo a ela?

Eu rodo, rodo, e acabo voltando aos questionamentos levantados pelo Daniel Médici, do blog Cadernos do Automobilismo, que são, evidentemente, muito ricos em matéria de complexidade do conteúdo, além de inquietantes. Pergunta o Médici: “se a higiene extrema já chegou a Fórmula 1, por que continuaríamos assistindo suas corridas? Para engordar os bolsos de outros homens de terno?”

Eu não sei. Alguém se arrisca?

Para tentar compreender a discussão em toda sua amplitude é recomandável a leitura de outros dois artigos do Médici, encontrados aqui e aqui. Boa sorte!

5 comentários:

Ron Groo disse...

Continuamos assistindo porque somos loucos por velocidade e ainda esperamos que as coisas mudem.
Talvez em vão... Mas que gostariamos, ha, não tenha duvidas.

Anônimo disse...

So um nome fabao... Ross Brawn....
Abs mlk! Parabens pelo blog! :)

qqqqqqqqqqqq homemmmm!!!!!!!!!!!!

Bruno Aleixo disse...

Oi Fábio, sou o Bruno, do Grid GP. Agora estou com um novo endereço http://velocidadecia.blogspot.com/. Estou linkando vc lá... Um Abraço

Daniel Médici disse...

Desculpe o atraso em ver a citação. Outra vez, fico muito feliz com ela, seus comentários em ambos os blogs estão eriquecendo bastante a discussão.

Alguns caras dizem que o que faz a gente gostar das coisas é ver características nossas que projetamos nelas. Isso vale tanto para uma namorada ou uma profissão quanto para um esporte.

Conhecendo nossas próprias projeções, talvez possamos tentar responder a essa pergunta. Mas não, não acredito que a resposta seja fácil.

Fábio Andrade disse...

Groo: é uma das explicações, claro. Mas acho que a coisa passa pela imagem que o esporte a motor passa. É algo caro, refinado. Pq se fosse só por gostar de corridas, seríamos aficcionados por maratona tmb;

Felipe: valeu pela visita, caríssimo. Abraços!;

Médici: não, não é fácil. É uma pergunta para ser respondida ao longo de anos de auto-conhecimento. Um belo exercício de ocnhecimento pessoal.