quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Na Marca do Pênalti

Quando o presidente da FIA Max Mosley falou em 12 equipes na F-1 em 2010, o espectro da dúvida rondou a categoria. Muita gente achava que era apenas um chute do dirigente, talvez tentando amenizar a situação numa época de crise e boatos anunciando a saída de outras montadoras da competição no fim de 2009. Depois das notícias de hoje, no entanto, o chute de Mosley pareceu se transformar numa bola boa, em límpido caminho rumo ao gol. Ou talvez não seja para tanto.

Primeiro a USF1, projeto de equipe americana que aspira chegar à F-1 em 2010, começou a dar sinais de que suas intenções na F-1 não são poucas. Um jornal espanhol informou que a equipe busca uma base européia para racionalizar suas operações, já que a grande maioria das etapas do mundial ocorre no velho continente. Segundo o diário, a equipe americana buscou contatos na Espanha, país que recebe expressivo volume de testes durante o ano.


Aparentemente, Ken Anderson, um dos idealizadores do projeto estadunidense, planeja utilizar as instalações de um time da Le Mans Series para estruturar a equipe USF1 na Europa. A idéia é que os carros da futura equipe sejam fabricados nos Estados Unidos, mas que a base de operações da equipe seja do outro lado do Atlântico.
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Enquanto isso aparências apontam para um renascimento do que sobrou da Honda, fábrica que abandonou a F-1 no início de dezembro. O site Grand Prix chegou a afirmar que Bruno Senna e Jenson Button já estariam com contratos assinados com a equipe. Os motores da nova Honda seriam Mercedes (talvez confirmando a ajuda prometida por Ron Dennis a Senna) e o estímulo financeiro viria da parte da própria montadora (apenas o mínimo necessário) e de Bernie Ecclestone, por meio da FOM, entidade que gere a área financeira da categoria.

Na matemática da novela Honda, há muitos fatores, dividendos e frações envolvidos.

O nome Senna, pelo simples fato de ser pronunciado, já é capaz de mover, senão montanhas, pelo menos algumas pedrinhas. Sabe-se desde meados do ano passado, que a Petrobras deixou a Williams em direção à Honda, com esperanças de indicar Bruno Senna para um dos cockpits e usufruir do retorno financeiro que o nome do sobrinho de Ayrton Senna pode proporcionar.

Ron Dennis, o chefe de Ayrton durante todo o período em que o tricampeão esteve na McLaren, prometeu, tempos atrás, ajuda ao menino Bruno. Rumores indicam que Dennis estaria disposto a oferecer motores com desconto à equipe, se Bruno fosse contratado.

O Seninha conta ainda com o apoio financeiro de grandes instituições que o patrocinam: o banco espanhol Santander e a empresa de telecomunicações Embratel. Os gigantes do capital poderiam entrar com montantes consideráveis para garantir o funcionamento da equipe.

Outras razões para acreditar em um “retorno” de uma equipe com a estrutura da Honda não faltam: a calma monástica de Bruno Senna e Jenson Button (o primeiro até garantiu não mais se interessar por uma vaga na GP2; o segundo não emite uma palavra a respeito do caso há semanas) e o esforço de Ecclestone para fazer com que a F-1 tenha pelo menos 20 carros alinhando em Melbourne são as mais relevantes. Porém, assim como existem motivos para crer numa reformulação da equipe, há também evidências de que nada está garantido.

No final da tarde de hoje, Bruno Senna negou ao site Tazio ter assinado qualquer contrato com a equipe, apesar de mostrar esperança em correr dia 29 de março, data da abertura do mundial, na Austrália.
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No caso de uma efetiva participação da USF1 e do renascimento da Honda, seriam 11 as equipes aptas a disputar a temporada 2010. Estaria Mosley sabendo de mais alguém com interesse em manter uma equipe na F-1?
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Ou a Grand Prix ou Max Mosley estão chutando (ou ambos). Na verdade, a bola parece nem ter saído da inércia. Está na marca do pênalti, esperando por um goleador que encerre as dúvidas e os boatos que povoam a F-1.

7 comentários:

Marcos Antonio disse...

Eu acredito que essa nova Honda nascerá.Porque Ross Brawn e Nick Fry não dão entrevistas alertando o pocuo tmepo que restam.Não sei se vai ser uma boa pro primeiro sobrinho,pois essa equipe só vai andar na rabeira. E Pro Button,o que vier é lucro.Essa equipe americana,ainda não estou levando muita fé não...

Felipão disse...

Concordo com o Marcos... Deviam botar o nome de Fênix, inclusive,,, não esperava mais nada da massa falida... pelo menos pra esse ao...

E assim como o Marcos, não to botandpo muita fé nessa US F1 não

Diego Maulana disse...

Está tudo muito estranho. A nova Honda se chegar vai andar o tempo todo lá atrás e isso vai prejudicar mais ao Bruno do que ao Button. Já para 2010, tem a tal USF1. Eu estava meio cético, mas quando um americano se propõe a fazer algo do tipo, ele faz, mesmo que quebre a cara. Isso já me faz acreditar um pouco nessa história.

Ron Groo disse...

Eu não disse que estes dois tinham planos na manga? Eles não iam perder dinheiro com grids vazios...
As doze em 2010, eu ponho fé!
SE vão prestar é outra coisa.

Ylan Marcel disse...

Groo, não vão prestar. Eu garanto, rs.
www.motorizado.wordpress.com

Daniel Médici disse...

Os boatos na F1 parecem ganhar vida própria, e não acho que o talento ou conhecimento de repórteres ou pessoas do meio sejam capazes de discernir o que é verdade e o que são aparências (mania essa de escrever verdade no singular..., devia ser proibido. A verdade não é só uma, como diz a epígrafe de um infame blog).

Em resumo, se Brackley ainda é uma equipe ou um depósito de lixo industrial, isso só vamos saber no próximo dia 29 (lembrando que fevereiro não costuma ter um dia 29).

Fábio Andrade disse...

Marcão/Felipão/Maulana: acho que na idade do Bruno ele acaba ficando numa situação parecida com a do Button: precisa correr, então, o que vier é lucro para os dois;

Eu continuo muito cético quanto ao renascimento da Honda. Mas pelo teor dos comentários, é bom levar a sério.

Como vcs eu não acreditava na USF1. Mas parece que vai decolar mesmo;

Groo: começo a desconfiar de seus poderes sobrenaturais de premonição. E o Marcel já tem opinião formada sobre o futuro da Honda, rs;

Médici: boatos e fofocas fazem parte da F-1 assim como os tiffosi e/ou a AlonsoMania.

Já está instituído.