domingo, 15 de fevereiro de 2009

[OFF] A Capa da Capricho

Olhar-se no espelho e ver gordura em determinados pontos, apesar da evidente magreza que assusta a qualquer um com o mínimo bom senso. O bom senso, no entanto, já não faz parte do dia-a-dia do doente há meses. A maior obsessão torna-se emagrecer a todo custo, passar fome e ver as costelas ganhando aparência na pele, cada vez mais fina.

As refeições passam a ser adiadas, saltadas ou feitas de forma parcial. A família passa a se preocupar com o impiedoso transtorno psicológico que faz com que corpo se afine a um ponto mórbido. Os conselhos de nada valem e o jovem indivíduo adquire problemas de saúde incomuns a organismos antes tão viçosos: baixa imunidade e anemia o levam à internação num hospital. Os problemas fazem com que o risco de uma doença oportunista deixe os médicos temerosos.

Depois de algum sofrimento, o corpo antes bonito e saudável do auge da juventude dá lugar a um amontoado de ossos aparentes. A respiração se torna uma penosa obrigação. A morte vem em seguida e costuma atrair a atenção de jornais e revistas.


Esse é caminho habitual de jovens garotas com anorexia, distúrbio que ganhou fama e se tornou conhecido pelo mundo graças aos inúmeros casos de meninas, quase sempre adolescentes, que passam a considerar-se gordas mesmo estando pele e osso puros. É assunto recorrente em revistas dedicadas às adolescentes e também às mães. Mas, a continuar no ritmo que está, a anorexia pode em breve deixar de ser exclusividade das meninas e mulheres para habitar um ambiente dominantemente masculino: a Fórmula-1. A necessidade de adaptação ao KERS, que fornece um ganho de peso considerável aos carros, faz com que muitos pilotos se esforcem para emagrecer e tentar compensar o peso extra. Fernando Alonso, Nelsinho Piquet, Kimi Raikkonen, Timo Glock e Nico Rosberg já se disseram preocupados e declararam ter iniciado dietas no sentido de emagrecer. Ou seja, pilotos já baixinhos e franzinos vão ficar ainda menores graças ao sistema de recuperação de energia cinética.

O absurdo dos absurdos, porém, é o caso de Robert Kubica. O polonês de 1,84m já é reconhecidamente um dos mais fininhos do grid. Mas não está satisfeito com os atuais 72kg e deseja perder mais.

Logo logo, pais e mães de pilotos estarão enviando suas aflitas cartas às redações das revistas adolescentes e o assunto vai ganhar as capas.

Aguardem!

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