Os homens que mandam no mundo estão em Davos, na Suíça, reunidos no Fórum Econômico Mundial. Os jornais nos informam qual é a pretensão dos governantes e dos empresários: reinventar o sistema financeiro do planeta, atravessando uma severa convulsão por causa da crise que, aparentemente, encerrou a era neoliberal.
Enquanto isso, o homem forte de certo império da F-1 pediu a palavra. Ron Dennis, com conhecimento de causa de quem está próximo de completar 30 anos dentro do circo, distribuiu pílulas de sabedoria, deixando claro que a F-1 também precisa de novas idéias: "acredito firmemente que o modelo de operação de um time como entidade financeira é anacrônico. Costuma funcionar, mas não vai funcionar no futuro. Para equipes totalmente pertencentes a grandes montadoras ou outras empresas multibilionárias, este modelo insustentável ainda pode dar certo. Pelo menos enquanto elas queiram continuar a financiar uma escuderia."
Perguntado sobre o futuro da F-1 e se a categoria está mais próxima do passado, com equipes mais modestas, Ron foi categórico: "em uma palavra, não. O corte nos custos vai causar impacto. Mas, junto com a FIA, estamos tentando minimizá-lo. É muito cedo para entrar em detalhes, pois a hora é de planejamento. Mas o ponto-chave do processo é cortar gastos, sem minar o DNA da F-1. Porque é esse DNA que mantém os fãs colados na TV aos domingos e é este DNA que atrai corporações multinacionais a investir como patrocinador das equipes. Esportes de sucesso superam recessões."
Depois dessas, somente pitacos rápidos da parte desse blogueiro:
- Outro dia fui até o Médici e opinei sobre o Dennis: “pode não ser dos mais simpáticos homens que habitam a F-1. Mas ele não está ali para sorrir, está para garantir seu pé-de-meia.” Podia também acrescentar que o ex-mecânico esteve onde esteve para trabalhar duro e montar um pequeno e bem-sucedido feudo. Entre mitos gigantes e que carregam consigo parte da identidade de um país, como a Ferrari, Dennis fez bonito (chegando a superar o número de vitórias da scuderia em 1993). Apesar disso, há os que preferem lembrar de Ron pelo mau humor. Eu, sinceramente, prefiro ressaltar a astúcia e a inteligência desse senhor;
- Não duvidando da capacidade de Martin Withmarsh, há dúvidas de que a McLaren deixa de contar com uma senhora presença no pitwall?
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Vegas. Por uma razão forte. É que erraram na asa traseira e com a
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Há 12 horas
4 comentários:
Esse homem sabe muito... E ele tem razão... Mesmo com essa redução nos custos, ñão dá pra comparar com o que era feito antigamente...
toda a Razão pro Ron. Ele vai fazer falta pra McLaren,assim como o Jean todt fez pra Ferrari em 2008.
Gratíssimo pela citação. Não tinha lido essas declartações do Ron Dennis, e impressionam bastante, principalmente vindas da boca de um dos mais 'neoliberais' do paddock. Também bom saber que, apesar de longe da McLaren, ele ainda está com a cabeça mergulhada nos problemas da F1.
Felipão: também acho. Equipes de 30 anos atrás eram muito diferentes das atuais. Não havia a profissionalização de hoje;
Marcão: será uma sorte dos prateados se a falta do Dennis não ocasionar as patacoadas que a Ferrari aprontou no ano passado;
Médici: pois é. Traz um certo conforto saber que o Ron ainda está mesmo preocupado com a F-1, mesmo não mais no comando absoluto da McLaren.
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