quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O Melhor e o Pior de... Rubens Barrichello

Entediado que estou com essa Pré-Temporada em que só se fala de números, prejuízos, KERS e outros assuntos desinteressantes, resolvi dar ao blog alguma coisa nova, sair um pouco da pasmaceira instalada desde que a F-1 ingressou em seu período de férias.

Decidi que essa página precisava de uma injeção de ânimo, de sair um pouco dos pitacos sobre lançamentos de carros e comentários de pilotos. Achei que o conteúdo estava muito feijão com arroz.

Então, num arrombo de disposição para pesquisar e garimpar o Youtube, anuncio que o "De Olho" ganha mais uma seção. “O Melhor e o Pior de...” trará sempre 3 momentos de glória e 3 de vergonha de algum piloto. Uma enquete ficará no ar durante uma semana para que o leitor que passa por aqui dê a sua opinião e decrete: qual foi a glória inesquecível e a vergonha mais execrável realizada pelo piloto em foco. Não será uma seção periódica, surgirá assim que o humor de Olho-Chefe estiver razoavelmente agradável. O textos, sempre que possível, virão acompanhados de vídeos para ilustrar as situações narradas.

Para começar a nova atração do blog, escolhi ele, o mais zuado piloto de sempre: Rubens Barrichello. E tive muitos motivos para escolher o Barrica. O 1º deles é óbvio: foi com o Rubinho que comecei a me interessar por F-1, o que não era nada fácil, já que os resultados não apareciam com a freqüência esperada. Acompanhado de perto a carreira de Barrichello tenho muitas memórias visuais de momentos bons e de outros de fazer corar a bochecha. Então fica fácil para lembrar!

Começa agora, senhores, O Melhor e o Pior de... Rubens Barrichello.

O Melhor

O XIS de Magny-Cours

No molhado Grande Prêmio da França de 1999, Michael Schumacher jogou pesado com Rubinho. Tentou a ultrapassagem no grampo, depois da longa reta, em Magny-Cours. Barrichello, em seu último ano pela Stewart, mostrou ao alemão que topava a parada de igual para igual. Deixou Schumi com a linha de dentro, espalhou e retomou a posição num típico “xis”, para delírio de Cléber Machado.



A Entidade de Hockenheim

O Grande Prêmio da Alemanha do ano 2000 é, para muitos, a melhor exibição de Barrichello em todos os tempos. Largando da distante 18ª posição, Rubinho pilotou como se estivesse possuído por alguma entidade. Fez várias ultrapassagens na pista e, com alguma sorte, corria para chegar ao pódio, já que estava bem mais leve do que os outros, preparado para fazer 3 paradas. As entradas do Safety Car, porém, foram um grande negócio para Rubinho. O brasileiro acabou ascendendo ao 3º posto depois das duas entradas do carro-madrinha. Nas voltas finais, a chuva caiu sobre o circuito de Hockenheim. Hakkinen e Trulli, que estavam à frente de Barrichello, foram trocar os pneus de seco pelos de chuva. O ferrarista, porém, arriscou, continou na pista molhada com pneus de seco e, depois de 123 largadas, venceu sua primeira corrida na F-1.



Vitória Vermelha

Em 2004 não teve para ninguém: a Ferrari fez barba, cabelo e bigode. Equipe campeã, Schumacher campeão, Barrichello vice. Para celebrar, os vermelhos queriam fazer bonito diante de torcida em Monza. Até conseguiram, mas não sem uma dose de suspense.

Rubinho era o pole do grid daquele GP Itália. Mas um erro de calculo antes do início da prova quase pôs a corrida do brasileiro em risco: chovera na manhã daquele domingo em Monza e a pista encontrava-se úmida. Barrichello foi um dos únicos que optou por largar com pneus intermediários. Esperava obter vantagem com o asfalto molhado. Não contava com a alta velocidade dos carros na pista de Monza, que secou em 4 voltas. Rubinho, sem rendimento, foi então alcançado por Alonso. A equipe de Maranello preparava uma mudança de tática para tentar a vitória.

Barrichello foi imediatamente para os boxes, equipar-se com pneus lisos. Voltou em último, e sabia que precisaria andar 100% no limite para vencer, pois faria três paradas, e não duas, como era o planejamento inicial. Mais leve, Rubinho explorou toda a superioridade do F-2004 e venceu, mesmo precisando de um splash and go milimétrico a 12 voltas do fim.

Uma vitória também dos engenheiros que projetaram o avião F-2004 e de Ross Brawn e suas estratégias mirabolantes. Mas, sobretudo, uma inegável condução sem erros de Barrichello.



O Pior

Atropelamento em Silverstone

Finalzinho do Grande Prêmio da Inglaterra de 1995, Barrichello disputando com Mark Blundell uma posição entre os pontuam e... zaz! O brasileiro atropela a McLaren de Blundell. Fim de corrida para Rubinho a 2 voltas do encerramento.



Abandono Verde-e-Amarelo

O Grande Prêmio do Brasil de 2001 foi daqueles para Rubens se esquecer. Na volta de instalação, enquanto se dirigia para o grid, o carro de Barrichello sofre uma pane no miolo do circuito de Interlagos. Rubinho desce do carro e se dirige com pressa ao pit lane. Era preciso chegar aos boxes da Ferrari e sair com o carro reserva antes que o tempo-limite para ingressar no grid se esgotasse. Quase no limite, o piloto da Ferrari consegue sair dos boxes, mas sua corrida será breve. Tenso, Rubinho atinge Ralf Schumacher em cheio na freada do Lago. Fim de corrida para ambos.



Pião Australiano

Em 2003 a FIA estava disposta a barrar o domínio do binômio Schumacher-Ferrari. As regras do treino classificatório e a distribuição de pontos mudaram e o Grande Prêmio da Austrália mostraria se o efeito das alterações era real.

Na classificação, ficou a impressão de que 2003 seria como 2002. Schumacher fez a pole, Barrichello ficou com o 2º tempo. Na corrida, porém, tristes novidades para a Ferrari. Schumacher enfrentou problemas com a estratégia e com os defletores do carro, que se soltaram, e não passou do 4º lugar. E Rubinho...

Errou feio na volta 6, rodou e bateu sozinho. Começou o ano no zero, numa corrida que viu cair a marca de 53 pódios consecutivos com pelo menos um ferrarista presente. O ano, entretanto, seria de Schumacher, mais uma vez.


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E então, qual a melhor e qual a pior exibição de Rubens Barrichello entre as citadas? Vote ali ao lado. E comente aqui embaixo.

O resultado sai na próxima semana.

*Certamente vão perguntar: “porque não escalar a marmelada de A1 Ring em 2002?” Porque na Áustria, a vergonha precisa ser dividida com a cúpula da Ferrari e com Michael Schumacher.

**Não, não me esqueci dos testes de Jerez e do Bahrein. Preifro me manifestar sobre eles na sexta-feira, quando tudo estiver acabado. Fazer um balanço geral deixa o blog mais simples e menos repetitivo.

11 comentários:

Pezzolo disse...

ALGUNS DESSES vídeos estão no meu clip sempre atrás do alemão, e outras gafes do rubens

Felipão disse...

Fabião... Parabéns pelo levantamento... Votei no atropelamento e na entidade... Quase votei no Xis, mas classifico aquilo como um ato isolado e previsivel até... Mas muito bonito. Dos que não estão aí, Donington 93 sempre será lembrada por sua grande atuação...

Diego Maulana disse...

Melhor - A entidade. Não é fácil vencer na chuva largando da 18ª posição.

Pior - Brasil 2001. O Rubinho sempre sentiu a pressão de querer vencer em casa.

Acho o Rubinho um bom piloto, mas sempre lhe faltou sorte em alguns momentos e personalidade em outros. Isso fez com que ele ficasse com o título de bom piloto apenas.

Ron Groo disse...

Vou me abster de votar.
Tudo que este senhor possa ter feito de bom na F1 ele tratou de enterrar jogando a terra em cima com a própria lingua e atitudes ridiculas como aquela da Austria.
Sem contar as maledetas 'sambadinhas' no pódio que mais pareciam ataques da doença de São Vito.
Rubens, foi tarde irmão!

Loucos por F-1 disse...

Grande levantamento, Fábio. A primeira vitória de Rubinho foi espetacular, com muita chuva e saindo de décimo oitavo.

A maioria de suas corridas no Brasil foram ruins, sentia a pressão sempre.

Abraços!

Leandro Montianele

Marcos Antonio disse...

Cara, na minha opinião faltou Silvertone 2003, que tb foi uma corrid aincrível do Barrica. o padre louco invadiu a pista e tudo!
Votei em Hockenheim e Interlago sem 2001. Albaroar uma Williams dessa maneira é imperdoável!Facínora!

Daniel Médici disse...

Já votei e deixo em segredo as minhas escolhas.

Aproveito para agradecer a menção feita no post anterior. Muito legal o link que vc me mandou, além de triste.

Anônimo disse...

Realmente o Rubens tem bons e maus momentos, mas infelizmente, os maus são MAUS mesmo. Apenas faço uma correção: quem atingiu a Williams no Brasil 2.001 foi o Bernoldi, com a Arrows. O Rubens já tinha rodado antes disso. Um abraço, PC!!!

Fábio Andrade disse...

PC, o próprio vídeo disponibilizado no post mostra as duas Williams foram retiradas da corrida graças a choques envolvendo outros pilotos. O Ralf Schumacher foi atropelado pelo Barrichello nas voltas iniciais, enquanto o Montoya foi atingido por uma Arrows, mas do Verstappen, no meio da corrida, enquanto liderava.

Anônimo disse...

Fábio, vc tem toda a razão do mundo. Me perdoe pela desatenção!!! Um forte abraço, PC!!!

Fábio Andrade disse...

Pezzolo: dei uma passada lá no seu blog e encontrei o vídeo. Sacaneou legal com o Barrica, hehe;

Felipão: me lembrei de Donington-93, se não me engano ele chegou a liderar a corrida, né? Mas não achei um vídeo com a atuação dele no Youtube;

Maulana: o Groo tem a teoria do "verga mais não quebra", conhece? Explica bem o que vc disse mas com outras palavras;

Groo: confesso que seu comentário me arrancou boas risadas. Fico pensando nessa implicância sua com o Barrica e sou perfeitamente capaz de compreender;

Leandro: sim sim, sempre me decepcionei com o Rubinho no Brasil. Fiquei pensando em como ele se sentiu ao ver o Massa vencer em seu 1º ano de Ferrari;

Marcão: Silverstone-2003 tmb é interessante, totalmente de acordo;

Médici: a citação é obrigatória, né? Nem é preciso agradecer, somente tô levando o leitor à página do resposável pela bela homenagem ao Speeder;

PC: sem problemas, volte sempre!