quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

É Fantástico?

Assim como no Fantástico, da Tv Globo, uma família carioca teve de se virar diante das câmeras para se adequar ao orçamento doméstico, a F-1 vai tentando se adequar à crise financeira. As novidades do dia são as medidas de um pacote que a FIA pretende adotar para tornar a F-1 menos cara, portanto, mais viável.

Depois da saída da Honda, em dezembro, e do agravamento da crise mundial, surgiram rumores de que outras montadoras como Renault e Toyota pudessem abandonar a categoria, deixando o grid esvaziado. Para tentar contornar a situação, a Federação Internacional de Automobilismo prepara grandes alterações no modo de operação das equipes.

O jornal britânico Financial Times noticiou que a FIA prepara padronizações em áreas que, teoricamente, não influem diretamente na performance dos carros: rodas, suspensão, freios e caixas de câmbio seriam fornecidos por apenas um fabricante. Com essas medidas, mais a regra que institui o uso de apenas 8 motores para toda a temporada, a federação espera reduzir os gastos de manutenção de uma equipe para algo em torno de 50 milhões de euros (para se ter uma idéia dos valores que rondaram a F-1 em 2008, a Toyota foi a equipe que mais gastou: 445 milhões de euros. O resultado prático: nenhuma vitória, motivo pelo qual se especula a saída da montadora da categoria).

Flávio Briatore, chefão da Renault, gostou das idéias da FIA: “é possível cortar 60% dos gastos até 2012” – aliviou-se. Já Ron Dennis, chefe da equipe McLaren, adotou outra ótica para analisar as propostas. Segundo Dennis, a padronização fere a história da F-1, sempre pautada pela existência de equipamentos diferentes entre as equipes: "a F-1 não pode ser uma categoria em que um grande número de componentes seja igual para todos."

Eis o grande desafio da F-1: se adequar à nova realidade como uma adolescente de classe média na tv.

4 comentários:

Marcos Antonio disse...

Concordo com o Ron Dennis,a F1 é uma categoria de vanguarda que cada um tem o seu componente. Mas ao mesmo tempo eu penso que não dá mais pra fazer da F1 um desfile de peças de alta teconolgia. Corta-se custos onde se pode.se não só sobra Ferrari e Mclaren

Ron Groo disse...

Se adequar sim, limitar gastos não.
Quem pula dentro do mar tem de saber até que profundidade suporta.
Se sabe nadar mesmo ou é enrolador.
Quem está na F1 tem de saber até onde pode gastar. Não é a Fia, Fota, Fuck, SPFC que vai dizer isto.
Corre-se riscos com esta manobra. Muitos riscos.
E que seja bem vinda a USF1... podia ser pra este ano já né?

Daniel Médici disse...

Discordo em parte do Ron Dennis... Afinal, quantos motores alinhavam em um grido comum do tão falado anos 70? 2, Ford e Ferrari (o primeiro na quase totalidade dos carros).

Era possível comprar outro chassi, mas ninguém sabia qual era o melhor porque isso variava de acordo com a pista, numa época em que as pistas variavam.

Fora o fato de que há quase 15 anos todos os carros do grid seriam idênticos se for]ssem pintados de branco.

A padronização é uma alternativa. Não é a alternativa. Que isso fique bem claro.

Fábio Andrade disse...

Marcão: a situação não é das mais fáceis. Padronize-se tudo e as equipes tradicionais armam o berreiro. Deixe do jeito que está e a coisa se torna insustentável. Situação das mais delicadas;

Groo: guardo minha desconfianças quanto a essa história de USF1. Não consigo confiar, mesmo que a confirmação saia da boca do Mosley;

Médici: por mais que fique claro que a padronização é apenas uma alternativa, dá para perceber que é para ela que a federação quer apelar, independente das outras.