quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Amnésia

Não se sabe se por otimismo ou por pura desinformação, mas os comandantes da F-1 ignoram solenemente qualquer indício de que a crise mundial tenha algum efeito sobre a categoria que é a maior expoente do esporte a motor no mundo. Max Mosley e Bernie Ecclestone continuam a falar. Talvez porque os microfones continuem sendo apontados a eles.

Mosley, o presidente da FIA, surgiu com uma idéia um tanto quanto alegórica para um período de crise tão intensa: o dirigente espera ter 12 equipes na F-1 em 2010. Atualmente a F-1 conta com apenas 9 times, descontada a possibilidade de o espólio da Honda ser comprado. Nesse caso (que parece mais improvável a cada dia) serão 10 as equipes credenciadas para o mundial desse ano. Max, porém, confirmou o interesse dos americanos na F-1: existe mesmo a intenção de montar a USF1. Caso a nova equipe exista e todas as atuais (incluindo a “nova” Honda) permaneçam, serão 11 as equipes aptas a disputar a temporada 2010.

Não se sabe de onde Mosley tirou uma 12ª equipe para 2010. A ProDrive (uma espécie de colônia da McLaren que quase virou realidade em 2008) era uma possibilidade, mas o time de Woking já arranjou um satélite para si em 2009: a Force India.

Contudo, Max ressaltou que para existir um crescimento no número de equipes, uma redução de custos torna-se essencial: “os dias de bilionários gastando dinheiro acabaram.”

Por fim, Mosley não descartou a possibilidade de tentar um 5º mandato na presidência da FIA: "muita gente me diz 'você deve ficar' e, de certa maneira, seria grosseiro não pensar nisso. É tentador.”

Alguém aí se lembra de escândalo, pedidos de moralidade, gente exigindo a saída de certo dirigente e risco de evasão das federações nacionais de automobilismo?

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Já Bernie Ecclestone sublinhou que os efeitos da crise não são tão graves e que, se de um lado nações tradicionais como França e Canadá não mais receberão gp’s, do outro Coréia do Sul, Rússia e Índia possuem planos adiantados para receber etapas do mundial, como se os países exóticos fossem a salvação do planeta Motor.

Enquanto Ecclestone envia o circo cada vez mais para o leste, Inglaterra e Alemanha vêem seus gp’s ameaçados para 2010. No Reino Unido os problemas são com a reforma de Donington Park. Na Alemanha são os gestores do autódromo de Hockenheim que alegam dificuldades financeiras para manter o nível de exigência da F-1. E Ecclestone sugere que os organizadores recorram ao Estado para financiar as atividades: "o orçamento para se firmar no calendário da F-1 é pequeno. É muito barato para um país manter um dos principais esportes do mundo" – adverte Bernie, que recebeu apoio de Mosley: "a FIA não pode pressionar Bernie a correr na Inglaterra se outros países pagam mais pelos seus gp’s."

A amizade não é linda? Alguém aí se lembra de um certo tiozinho pedindo a saída de outro tiozinho no auge da moda sadomasô?

4 comentários:

Marcos Antonio disse...

é fazer o que?doze equipe acho utopia do Mosley,ter 20 carros esse ano e quase impossível,imagine 24 em 2010!

Anônimo disse...

realmente, Mosley tah viajando na maionese, a não ser q só ele (?) saiba de algo que ninguem no mundo saiba ainda.....
E isso ele fala mantendo as atuais equipes, mas.... Toyota, BMW e Renault já não estão balançando?
Estranho isso....

Ron Groo disse...

Acho factivel ter mais de 20 carros.
Nem Bernie e nem Max querem que acategoria definhe.
Se ficar desinteressante eles vão ganhar dinheiro com o que?

Fábio Andrade disse...

Marcão: não sei, acho que o velho variou de vez;

Maeda: ainda tem isso. Várias montadoras estão ameaçando cair fora;

Groo: eu não vejo até agora um movimento concreto da organização para segurar as montadoras no grid. Continuo duvidando.