Seria o GP Espanha, finalmente, a vingança de Rubens Barrichello contra o blogueiro falastrão que finalmente queimaria a língua?
A resposta é quase.
Porque a corrida de Barrichello foi boa, porque o brasileiro foi rápido durante toda a prova e correu disputando a vitória segundo a segundo com Jenson Button. Mas Rubinho não fez o suficiente.
A fase de Button é excepcional.
Mas mesmo que vencesse, é bom que se diga, Rubinho não estaria se vingando de ninguém, pelo menos não nesse blog. Por que o que andou sendo contestado por aqui há alguns dias foi o Barrichello fora da pista. Dentro dela, são outros 500 e outra esfera de discussão.
Mas o fato é que Jenson Button fez uma corrida segura e a mudança de estratégia operada em sua corrida se mostrou tremendamente correta na dinâmica da prova espanhola. 41 X 27, diferença que deixa Barrichello, o único que parece ter condições de superá-lo, obrigado a virar o jogo. Por mais que pareça difícil.
Quanto ao resto da corrida, foi mais uma amostra da F-1-Brawn. Jogo de xadrez, sem contato, distante, frio, psicológico, higiênico. Ao estilo das melhores dobradinhas Schumacher-Barrichello.
O tempo é curto, por isso, vamos em tópicos:
- Falamos ainda do estilo Brawn de vencer corridas. Certo? Errado? Eficiente, me parece ser a resposta. Porque F-1 jamais foi kart, e enfrentamento corpo-a-corpo raramente fez parte da sintaxe da categoria. O que não deixa de ser irônico (e uma tecla na qual insisto em bater) é ver a categoria tão igual aos anos Schumacher, justamente no momento em que várias mudanças regulamentares foram introduzidas e quando a atual geração começava a se desapegar da lembrança do heptacampeão. São curiosas as voltas que esse mundo dá;
- Jenson Button gostou do papel de predador. O inglês vestiu a fantasia de caçador e se sentiu confortável nela. O inglês começa a pintar como uma figura felina, sempre à espreita, preparando o bote. Button começa a adquirir auto-estima e ares de piloto dominador. Começam a surgir na face de Jenson os traços do cara com mentalidade de predador.
Como que faz bem estar em um carro de ponta;
- Pra Barrichello foi quase, mais uma vez. A manutenção da estratégia de três paradas se revelou ineficiente. Difícil entrar no pantanoso terreno do mérito, mas Barrichello fez uma corrida boa. Rápido, sem esmorecer, mas não suficientemente veloz para superar o “plano B” do companheiro.
O necessário numa hora dessas e deixar a pose de presa e assumir-se como caçador, como Button parece já ter aprendido. Explicações depois da corrida já não fazem diferença;
- O que acontece com a Ferrari? Complicado responder tão depressa. Clássico é dizer: os anos 80 parecem ter voltado a assombrar o time italiano. Paixão rubra, clamor da torcida, história tradicional misturados à boa vontade do staff, mas com uma pitada de erros circenses. E, como todos os erros circenses, os da Ferrari são infantis.
Serão necessários mais 21 anos de fila?
A resposta é quase.
Porque a corrida de Barrichello foi boa, porque o brasileiro foi rápido durante toda a prova e correu disputando a vitória segundo a segundo com Jenson Button. Mas Rubinho não fez o suficiente.
A fase de Button é excepcional.
Mas mesmo que vencesse, é bom que se diga, Rubinho não estaria se vingando de ninguém, pelo menos não nesse blog. Por que o que andou sendo contestado por aqui há alguns dias foi o Barrichello fora da pista. Dentro dela, são outros 500 e outra esfera de discussão.
Mas o fato é que Jenson Button fez uma corrida segura e a mudança de estratégia operada em sua corrida se mostrou tremendamente correta na dinâmica da prova espanhola. 41 X 27, diferença que deixa Barrichello, o único que parece ter condições de superá-lo, obrigado a virar o jogo. Por mais que pareça difícil.
Quanto ao resto da corrida, foi mais uma amostra da F-1-Brawn. Jogo de xadrez, sem contato, distante, frio, psicológico, higiênico. Ao estilo das melhores dobradinhas Schumacher-Barrichello.
O tempo é curto, por isso, vamos em tópicos:
- Falamos ainda do estilo Brawn de vencer corridas. Certo? Errado? Eficiente, me parece ser a resposta. Porque F-1 jamais foi kart, e enfrentamento corpo-a-corpo raramente fez parte da sintaxe da categoria. O que não deixa de ser irônico (e uma tecla na qual insisto em bater) é ver a categoria tão igual aos anos Schumacher, justamente no momento em que várias mudanças regulamentares foram introduzidas e quando a atual geração começava a se desapegar da lembrança do heptacampeão. São curiosas as voltas que esse mundo dá;
- Jenson Button gostou do papel de predador. O inglês vestiu a fantasia de caçador e se sentiu confortável nela. O inglês começa a pintar como uma figura felina, sempre à espreita, preparando o bote. Button começa a adquirir auto-estima e ares de piloto dominador. Começam a surgir na face de Jenson os traços do cara com mentalidade de predador.
Como que faz bem estar em um carro de ponta;
- Pra Barrichello foi quase, mais uma vez. A manutenção da estratégia de três paradas se revelou ineficiente. Difícil entrar no pantanoso terreno do mérito, mas Barrichello fez uma corrida boa. Rápido, sem esmorecer, mas não suficientemente veloz para superar o “plano B” do companheiro.
O necessário numa hora dessas e deixar a pose de presa e assumir-se como caçador, como Button parece já ter aprendido. Explicações depois da corrida já não fazem diferença;
- O que acontece com a Ferrari? Complicado responder tão depressa. Clássico é dizer: os anos 80 parecem ter voltado a assombrar o time italiano. Paixão rubra, clamor da torcida, história tradicional misturados à boa vontade do staff, mas com uma pitada de erros circenses. E, como todos os erros circenses, os da Ferrari são infantis.
Serão necessários mais 21 anos de fila?
10 comentários:
A Ferrari se superou, definitivamente.
Mas a Brawn trabalhou corretamente, colocou seu piloto melhor colocado na frente na hora certa.
Só um burro manteria o segundo piloto à frente quando os adversários começam a melhorar. Vide Webber e Vettel...
Na verdade houve um golpe. O comitê de ultrapassagens (ou seja lá como se chame) apontou para a redução de downforce para facilitar as ultrapassagens. Por motivos políticos, Max Mosley e Bernie permitiram a ilegalidade de Brawn & cia. só para não serem confrontados pela FOTA. Ilegalidade que vai no sentido contrário - aumento de downforce.
Resultado: mais do mesmo, com cara de era Schumacher.
É um prejuizo para a categoria e o resultado é um campeonato de 17 decidido na 5a. prova.
A F1 tão igual aos anos Schumacher? Nunca houve anos Schumacher, houve anos Brawn e continuamos a vivê-los.
(Sim, provocativo, não estou hoje para ponderações)
E continuaremos a vivê-los enquanto houver reabastecimento. E tenho dito.
O fato é que um torneio de qualquer modalidade esportiva que chega a essa situação em menos de 1/3 de temporada atesta que vai para o lado errado.
Dia 1. de novembro, em Abu Dhabi, Jenson Button recebe o troféu de campeão 2009.
Talvez eu esteja enganado, mas analisando algumas matérias e informações na net, constatei que quem mudou de estratégia foi o Rubihno e não o Button, e mesmo sendo o contrário, a decisão e mérito no caso de resultar em vitória, é na maioria das vezes da equipe.... eu acho que não tem muito esse negócio de que "o piloto obtou por duas paradas" ... e mais a equipe que define .... na minha onião deram uma favorecida ao Button
PS. show o novo leyout, ficou muito bom. abraço.
Groo, não sei até que ponto é inteligente definir hierarquia nesse ponto do campeonato e com o campeonato francamente favorável à Brawn. Acho que seria a reedição dos lamentáveis episódios de maio de 2002;
Médici, muito provocativo. Demais até para um exaustivo domingo das mães às 22hs.
Era Brawn? Sim sim, por muitas óticas é sim possível dizer que Schumacher foi apenas uma marionete de um piloto de pranchetas chamado Ross Brawn. Mas é audacioso discutir o ponto em que Brawn deixa de ser protagonista das performances de Schumi.
E 2010 será conclusivo nesse quesito, como você mesmo (ou me engano) indagou num outro post: o fim do reabastecimento significará a morte de Schumacher?
Henry: sei não, superioridade, as vezes, é apenas sinal de competência técnica. Acho que não se trata de ir pro lado errado. Coisa de um esporte como a F-1, enfim;
Net, acho que, ainda mais envolvendo o Rubinho, essas histórias ressuscitam algumas discussões que me parecem anacrônicas. Eu francamente não me considero capacitado para julgar se a "mudança" na estratégia foi responsabilidade da equipe, do Button ou do engenheiro.
Se for pra ficar no achismo, acho que foi mesmo algo de cunho pessoal do Button em contato com o engenheiro. Acho que eles tiveram o feeling de perceber que o SC longo nas primeiras voltas engessou a estratégia de 3 paradas.
Eu tava analisando mais algumas declarações hoje, como a do Ross Brawn por exemplo, parece que foi mesmo os engenheiros do Button que pensaram mais rápido que os do Barrichello, daí a ter vindo uma ordem maior da equipe, um favorecimento e tal, fica a critério de cada um, tipo o Button tinha o plano B desde sábado e o pessoal do Rubinho nem fazia idéia disso, parece que a equipe está dividida, ficou claro quando o pesoal do Rubinho só soube que o Button havia mudado para duas paradas quando ele fazia a segunda ......
plano A ou B, só sei que ficou uma péssima impressão pela Brawn, e todos vão achar mesmo q eles favoreceram o Button, isso é fato. Se eles não quisessem isso, que tivessem mudado a estratégia do Barrica também. E eu tb concordo com o Médici, e tenho dito! (falar isso é tão legal kkkkk)
Net, esse expediente de "dividir" a equipe entre os dois pilotos é comum. Não sei precisar, mas não acho difícil que todas as equipes o adotem.
A questão, imagino, passa pelo seguinte ponto: até onde essas "duas" equipes que existem dentro de uma possuem liberdade para agir de forma independente. Acho que é isso o que muda de uma escuderia para outra.
Resta saber o grau de liberdade que Ross concede a essas "equipes".
Maeda, estou entre perigosos tirânos e não fui informado? ;)
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