segunda-feira, 25 de maio de 2009

Mônaco Memories: 2002

Crime e Castigo?

O principado de Mônaco sediava a corrida imediatamente posterior ao escândalo ferrarista de A1 Ring em 2002. A Fórmula-1 respirava os ecos da marmelada promovida por Ferrari e protagonizada por Michael Schumacher e Rubens Barrichello. Entre um rigoroso Bernie Ecclestone que afirmava que “a Ferrari tratou os torcedores como bobos” e um condescendente Jean Todt que assegurava que “F-1 é apenas um jogo em que você precisa, de vez em quando, apelar para a estratégia”, o circo aportava em seu palco mais visado.

Até aquela altura, o campeonato seguia sob um ritmo monótono. Nas duas primeiras corridas do ano houve alguma incerteza quanto a superioridade da Ferrari. Na Austrália, ainda correndo com o F-2001, Schumacher venceu fácil. Na Malásia, no entanto, a Williams aplicou uma sonora lavada nos italianos, fazendo a dobradinha com Ralf Schumacher em 1º e Juan Pablo Montoya em 2º, fato que levou a Ferrari a adiantar a estréia do F-2002. O novo modelo, que estava previsto para debutar apenas em Ímola, na abertura da fase européia do mundial, foi precocemente levado a Interlagos, para a 3ª prova do ano, o GP Brasil. E de Interlagos até Monte Carlo, o F-2002 estava invicto.

E logo em Mônaco, corrida mais cobiçada do ano, o F-2002 conheceria pela primeira e única vez a derrota. No sábado a pole ficou, como foi relativamente comum naquele ano, com Montoya, seguido por David Coulthard, da McLaren. Pela primeira vez fora da 1ª fila no ano, a Ferrari colocou seus carros no 3º e no 5º posto, respectivamente com Schumacher e Barrichello. A 4ª colocação ficou com Ralf Schumacher.

No domingo Montoya foi surpreendido pela excelente largada de David Coulthard. Partindo do 2º posto, o escocês roubou a ponta antes mesmo da freada da Saint Devote, e ao contornar a 1ª curva na liderança, apenas precisou assinar, como beneficiário, a nota promissória com vencimento em 78 voltas, assim como Jenson Button fez ontem. Atrás dele estavam Montoya, o Schumacher mais velho e o Schumacher mais moço, respectivamente.

O colombiano da Williams durou até a volta 46, quando abandonou com uma quebra no motor. Entre os 3 primeiros, Ralf adotava a estratégia de duas paradas, contra apenas uma de Coulthard e Michael Schumacher, que se tornavam os únicos candidatos à vitória.

A grande vantagem, entretanto, era de David. Além de estar com a mesma estratégia de Schumacher, o escocês tinha 7 voltas de combustível a mais do que o alemão. E aí ficou fácil. David venceu a única da McLaren no ano e a Ferrari acompanhou, incrédula, a única derrota do esmagador F-2002, derrota que ganhou traços de castigo divino depois dos acontecimentos da Áustria. Se em A1 Ring o vencedor foi escolhido atrás do pit wall, em Mônaco ele foi consagrado legitimamente entre os guard-rails do principado.

2 comentários:

Pinheirinho disse...

Com o brasileiro Rubinho Barrichello no segundo lugar, a Brawn GP cravou a terceira dobradinha do ano. A mais nova equipe da F-1 conseguiu o feito na Austrália, primeira prova do campeonato, e na Espanha, corrida que antecedeu a disputa no principado.
Piloto com mais provas disputadas na F-1, Barrichello completou 37 anos no sábado. Em sua 17ª corrida em Mônaco, o veterano piloto brasileiro terminou em segundo pela quarta vez.
Pinheirinho é divulgador cultural é maranhense, a partir de Brasília. E-mail: pinheirinhoma@hotmail.com

Estevis disse...

É de novo o Barrichello terminou em segundo. Mas fazer o que, né? Normalmente ele sempre da a viada na segunda metade do campeonato e temos que admitir que o Button está no auge.
Bem, mudando de assunto eu gostaria de pedir a sua colaboração que tal uma parceria???
Entre no meu blog e comente com a resposta:http://omelhordaformula1.blogspot.com